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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009



Cabo de Lança
J. Norinaldo


Pelos corredores restaram as taperas.
Lembranças vivas dos nossos avós.
Ainda cruzam tropeiros e velhos peões,
Como a mostrar que a Pampa é a mesma,
E quem mudou fomos nós

O Velho tropeiro olha no galpão,
Suas tralhas mofadas atiradas ao chão.
Bastos, arreios e o seu tirador,
O cabo do mango já virou tição.
No lugar do pingo agora um trator.

É o gaúcho que pulou do berço pra lida,
Seguindo uma tradição antiga,
Sentindo agora as afiadas rosetas,
Cortando as suas paletas,
Com as esporas da vida.

Gaudério simples sem rancho ou palácio,
Mais para tio Anastácio no fim do corredor.
Olha o que juntou pra deixar por herança,
Um mango, uma adaga e um bichará,
A guaiaca vazia o tirador e um pala...
E se a alguém interessa a sua bengala,
Que um dia já foi o seu cabo de lança.

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