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terça-feira, 28 de abril de 2009



Deixem-me Sorrir.
J. Norinaldo.

Olha bem pra mim e, por favor, responda
Qual foi o meu crime para nascer assim?
E amar a alguém que nasceu tão bela.
Será que a aquarela do céu faltou tinta,
Ou usaram toda que havia em você?
E pra mim restou a borra para rabiscar a tela.

Mesmo assim veja o meu sorriso.
Não é de loucura e sim felicidade.
Sei que somos filhos de um mesmo pai,
Se um sai muito belo e o outro não sai,
Nem os dedos da mão são todos iguais,
A beleza não passa de pura vaidade.

Muitas vezes um castelo é belo por fora.
Encanta os olhos de quem não o conhece.
Paredes enfeitadas por ricos afrescos,
Porém habitados por seres que assustam,
Serve de vivenda para as almas apenadas
A noite é teatro de gritos dantescos.

Sou feio aos seus olhos para mim sou belo,
A imagem de Deus talvez feita a martelo,
Continuo sorrindo enquanto Ele assim permitir,
Se não quiser ver vire o rosto de lado.
Que adianta ser belo e mal humorado?
Não incomodo ninguém, eu só quero sorrir.

Um pai nunca vê feiúra num filho,
Eu amo o meu por que sei que é assim.
Por isto o seu deboche pelo meu aspecto,
Faz com que o Pai sorria sempre pra mim.
E é deste sorriso que tanto preciso
Vou viver sorrindo até o fim.


A Morte do Bezerro.
J. Norinaldo.

Matem o bezerro mais cevado,
Hoje a minha filha vai casar,
Quero que os convivas se esbaldem;
Por favor, não deixem nada faltar.
Quero ouvir o barulho do champanhe,
Depois não esqueçam de servir o caviar.

Matem o meu genro, por favor,
Este canalha fez minha filha infeliz,
Sirvam suas vísceras aos porcos,
Que loucura meu Deus o que eu fiz.
Enganei-me com um paria desalmado,
A felicidade dela foi o que sempre quis.

Evitei seu casamento com um pobre,
Sem condições de lhe dar o que queria,
Porém um homem nobre de alma pura,
Mas para amar a minha filha não servia.
Agora choro de dor e arrependimento,
Como olhar a minha filha e dizer eu não sabia?

Não se corre atrás da felicidade,
Ela virá ao seu encontro livremente,
A morte do bezerro cevado na verdade,
A champanhe ou o vinho mais curtido,
Não valem à pena se servidos por vaidade.
Pobre bezerro o que fez pra ter morrido.

segunda-feira, 27 de abril de 2009




Sonho Portenho
J. Norinaldo

Eu tenho na minha alma,
Um lindo sonho guardado,
Dançar um tango marcado,
Com uma morena argentina,
Que vive do outro lado.

Um bandoneon uma guitarra,
E uma linda voz cristalina,
Com esta deusa em meus braços;
A flutuar como uma pluma...
Na província cisplatina.

Tem o corpo de uma deusa,
É justamente o que sonho,
Para um tango de Gardel;
Realizando este sonho,
Já me sentirei no céu.

Vou realizar meu sonho,
Vou vê-la quando ai for,
Pois este direito eu tenho,
Dançar um tango portenho,
Nos braços do meu amor.


O Velho, e o Rio.
J. Norinaldo.

O rio a chalana o remanso e o vento,
O dourado se bate no fundo do barco,
O velho remando com o pito aceso,
O capincho brincando atolado no charco.
O rancho que abriga a quem foge do mundo,
Na curva do rio em forma de arco.

As sombras se movem no espelho das águas,
E o velho remando com seu pito aceso,
Vê a ponte que liga nação a nação,
Como um grande raigão nos dois lados preso.
E o dourado se bate no fundo do barco,
E o velho calcula que tenha bom peso.

O silencio é quebrado pelo som do progresso,
A ponte estremece com a carreta que cruza
O pito deixando para trás a fumaça
A chalana é seguida pelo vôo da garça
A espreita do peixe que no fundo se bate
Assim corre a vida como o rio que passa

O barco singrando e o pito no toco,
Já falta bem pouco pra chegar ao porto,
O couro gemendo junto à toleteira,
O velho suspira já não se bate o dourado,
O pito apagado vai pra corredeira.
E o doutor compra o peixe por algum trocado.


O Ato do Amor
J. Norinaldo.

O úmido bosque pujante de vida,
Nós dois caminhando em estreito caminho,
Desviando as teias de aranhas no sono,
Com os pés descalços sem medo de espinho;
Pássaros cantando a nossa passagem,
Pisando o tapete das folhas do outono.

A intimidade de amantes em chama,
A árvore que sede seu tronco por cama,
A brisa que guarda consigo os sussurros,
O vento que canta disfarçando o furor.
A nuvem que encobre o sol por momentos,
A natureza cúmplice no ato do amor.

A vida se faz novamente no amor,
Num ato sublime em nada obsceno,
A semente plantada no vaso da vida,
Depois da procela o momento sereno.
O esperar a colheita da planta nascida,
O raro perfume do frasco pequeno.

O furor do combate sem armas sem dor,
O ato do amor onde corpos se adentram,
Momentos que tornam leviana a razão,
O amor dar coragem os amantes se aventam.
Fundindo almas e corpos na pura alquimia,
De seres em chamas labaredas aumentam.






EL RÍO Y LA RUTA DE LA VIDA
J. Norinaldo
Tradução: Prof. Silvia René Vignolo.-
Santo Tomé, Corrientes. Argentina.-


El río es una ruta que caminada,
. en cuanto yo camino en ella.
. El río camina para el mar,
en cuanto yo camino para la nada.

Los pies heridos por las piedras del camino;
sandalias rotas, tristes marcas por el suelo.
En la tristeza, hasta el dolor es solidario;
los gemidos apartan la soledad.-

El río y la ruta, son el ruido de mis pasos,
cuando no haya más marcas en la ruta.
Fue el viento que apagó mis pisadas,
la soledad no me llevó en sus brazos.-

En el fin de este camino de tormentos,
en fin... la soledad me deja solo.
Y como el río que deja de ser rio para volverse mar;
yo dejaré de caminar para volverme polvo.-

domingo, 26 de abril de 2009



O Relógio do Tempo
J. Norinaldo.

Os ponteiros do tempo não param jamais,
Cada passo é marcado e deixado pra trás,
Quem foi é passado, quem vai e presente;
Quem vem é futuro quando chega não é mais.
Lembre do ontem, viva o hoje esqueça o amanhã...
Quando ele chegar estarás a sonhar com outro a frente.

Jamais alguém te dará um passado,
Ou bem embrulhado um belo futuro,
Lembra do teu aniversário recente,
Quando te encantaram as cores brilhantes;
Das flores e pássaros dos papéis coloridos,
O passado aguardando o futuro para embrulhar o presente.

O homem ainda busca conhecer o futuro,
A ciência, alquimistas, os leitores da sorte.
Nessa busca incansável se esquecem da vida,
Da agulha que aponta sempre para o norte,
O que será que procura o homem lá na frente?
Um modo inteligente de escapar da morte?

Fazemos mil planos para o futuro,
Que louco os faria para o passado,
O futuro não vem espera paciente,
Como o mar espera a chegada do rio;
Que não trás o passado vem só o presente,
Lá atrás o passado como a fonte a nascente.

sábado, 25 de abril de 2009



Infelicidade
J. Norinaldo.

As vezes me sinto como um quarto
Que não tem porta e nem janela,
Que flutua suspenso no nada,
Lá dentro a sensação do vazio,
Lá fora apenas solidão e o frio,
Um covil, um abrigo de fantasmas.

Como preso a uma teia de aranha,
A espera de um fim que se aproxima,
Conformado e sem forças pra fugir,
Sem nenhuma estrada pra seguir,
Como um poema sem nexo e sem rima,
Como a correr sem saber aonde ir.

A tristeza, a solidão o desespero,
Companheiros nessa estranha guarida,
Rendem culto ao silencio do abismo,
O pedestal de quem não tem mais altruísmo,
Sem esperanças e por falta de auspício...
No precipício busca razão no pessimismo.

O tempo que envelhece a minha alma,
Que também chora impotente ante tudo,
Sem carinho, sem amor sem amizade,.
Se contentando com as migalhas da vida,
Formando um pântano de lágrimas de dor...
Onde navega o barco da infelicidade.


A SOMBRA.
J. Norinaldo

Quantas vez já passei por esta estrada.
Quantas vezes me amparei à tua sombra.
Sem nunca prestar atenção em você.
Vi-te, no outono, despida, e sem graça.
Sem sombra sequer parei, passei assim sem te ver.

O tempo passa, eu continuo passando.
A tua sombra a cada dia aumentando.
Ah! Essa sombra é um alento.
Para o caminhante sedento.
Que vive somente pra caminhar.
Sozinho caminhando desatento.

Se passa o tempo e passo tanto por aqui.
De certo modo por não ter aonde ir.
Meu interesse talvez seja só a sombra não você.
O que me assombra é o tempo que não para.
Pra descansar a tua sombra como eu faço.
Pra aliviar o meu corpo do cansaço.

Só agora vejo como você é linda.
Presto atenção neste galho bem mais forte.
Como um braço que aponta para o norte.
Nele prendo minha corda sem esforço.
Enquanto passo o nó de cânhamo no pescoço.
A tua sombra eu caminho para a morte.

Enfim, só sombras sem caminho a percorrer.
Sem dores, sem amores sem você, uma lembrança.
Nenhuma herança, nenhum triste pensamento.
Do sofrimento que me causou tamanha dor
De ter passado toda minha existência.
Tendo apenas uma sombra por amor.












A SOMBRA.
J. Norinaldo

Quantas vez já passei por esta estrada.
Quantas vezes me amparei à tua sombra.
Sem nunca prestar atenção em você.
Vi-te, no outono, despida, e sem graça.
Sem sombra sequer parei, passei assim sem te ver.

O tempo passa, eu continuo passando.
A tua sombra a cada dia aumentando.
Ah! Essa sombra é um alento.
Para o caminhante sedento.
Que vive somente pra caminhar.
Sozinho caminhando desatento.

Se passa o tempo e passo tanto por aqui.
De certo modo por não ter aonde ir.
Meu interesse talvez seja só a sombra não você.
O que me assombra é o tempo que não para.
Pra descansar a tua sombra como eu faço.
Pra aliviar o meu corpo do cansaço.

Só agora vejo como você é linda.
Presto atenção neste galho bem mais forte.
Como um braço que aponta para o norte.
Nele prendo minha corda sem esforço.
Enquanto passo o nó de cânhamo no pescoço.
A tua sombra eu caminho para a morte.

Enfim, só sombras sem caminho a percorrer.
Sem dores, sem amores sem você, uma lembrança.
Nenhuma herança, nenhum triste pensamento.
Do sofrimento que me causou tamanha dor
De ter passado toda minha existência.
Tendo apenas uma sombra por amor.

sexta-feira, 24 de abril de 2009



Gritos da Terra.
J. Norinaldo.

Gritos de euforia quebram o silencio,
Gritos de tortura na calada da noite,
Gritos abafados por beijos de amor,
Gritos de crianças que alegres brincam;
Gritos por paz e gritos de guerra,
Gritos ignorados, os gritos da terra.

Grita a floresta na agressão da serra,
Gritam os ursos pela falta do gelo,
Gritam os rios por tanta sujeira,
Grita o mar em revolta por falta de zelo.
Ninguém escuta os gritos da terra
Talvez seja tarde para ouvir seu apelo.

A ganância do homem ultrapassa limites,
Já procura ansioso por outro planeta,
Como não tem a venda conquistar é a meta,
Para usar como lhe for conveniente.
E depois que cansar com sua agressão,
Com ogivas e serras destruir novamente.

Primeiro é preciso saber se tem água,
Senão não teremos o que poluir.
Se pesquisa o solo em busca de ouro,
O local do palácio para os governantes,
A arena dos jogos e praça de touro...
E em pouco tempo tudo é como antes.

As doenças criadas pelo próprio homem,
A luta fingida por algum antídoto,
Laboratórios na busca da extinção em massa,
O tempo passa e ninguém vê onde erra,
Tapando os ouvidos por conveniências...
Para não ouvir mais os apelos da terra.

quarta-feira, 22 de abril de 2009



Dúvida
J. Norinaldo.

Hesitante busquei o templo,
Em busca de uma asserção.
O porquê da minha pobreza?
E tanta riqueza do meu irmão.
Não por inveja um sentimento impuro,
Na verdade preocupa-me seu futuro.

É bem mais fácil um camelo,
Passar por um furo de uma agulha,
Que um rico adentrar o reino do céu.
Amo tanto o meu querido irmão,
Não quero ir sozinho ao céu,
Sem levá-lo segurando sua mão.

Ajoelhado rezei contrito ao Senhor,
Meio tonto com tanto ouro que vi,
Sai dali mais confuso que quando entrei,
Pensei em seguir aquele belo exemplo;
Esquecer minha tristeza acabando a pobreza...
Sair pregando o que sei e criar meu próprio templo.

Certa vez a um sábio perguntaram,
Em quantos cestos cabia toda terra da montanha.
Dois desde que cada cesto caiba uma metade.
Penso agora na história do camelo e a agulha,
Preciso encontrar um sábio para fazer tal pergunta,
Ou meu irmão vai ao céu sozinho por conhecer a verdade?

Afinal o homem chegou a lua, não e até mais longe,
Inteligente construiu uma pirâmide perfeita,
Poderá muito bem provar com sua argúcia,
Nos mostrando que sua astúcia é verdadeira.
Fazendo crer que pelo buraco de uma agulha...
Não só passa um camelo, mas a cáfila inteira.


AMIZADE.
J. Nori

Inebria-me o poder da amizade,
Transparente como a pureza da vestal.
Transcende fortalezas e muralhas,
Mas tem a fragilidade de um cristal,
É um sentimento muito nobre,
Que jamais se contenta com migalhas.

Quem tem amigos tem tesouros,
Quem tem tesouros não os tem,
A amizade não tem interesses,
Nos castelos e fortuna de ninguém.
Quem tem a face cunha em moedas...
Amizade é simplesmente querer bem.

Aquele que confunde bem com bens,
Compra os amigos que precisa.
Porém aquele que pouco tem,
Dar ao amigo sua única camisa.
Jesus Cristo é o meu grande amigo,
Peço a Deus que esteja sempre comigo.

O amor um sentimento tão belo,
Sem amizade é quase nada.
Como o elo mais fraco da corrente,
As vezes confundido com uma paixão,
Que passa como chuva de verão,
E não molha nem a poeira da estrada.

terça-feira, 21 de abril de 2009



Súplica
J. Norinaldo.

Dei asas a imaginação, cavalguei o pensamento,
Naveguei a barlavento em busca de inspiração,
Busquei flores no deserto matizei de estrelas o mar,
Ouvi o cantar do vento decorei sua canção;
Trouxe-te a suave brisa, as cores do arco íris...
Nem mesmo assim consegui conquistar teu coração.

Escrevi canções na areia que a maré apagou,
Quantos corações desenhei que o vento veio e levou,
Quantas estrelas cadentes ouviram as minhas súplicas,
Somente você não me escuta e desdenha o meu amor;
Nas madrugadas insones no frio quarto silente,
Na poesia tristonha que a minha alma dita em dor.

A razão fria indolente aconselha desistir,
Meu coração valente insiste em perseverar,
Enquanto vida existir não renuncio este amor,
Mesmo que a dor me retalhe toda a alma,
A lembrança da tua imagem me acalma,
Não me rendo, nunca serei um perdedor.

Por mais que tenhas errado pelos caminhos da vida,
Volta para mim querida e te pedirei perdão,
Não te falarei de mágoas de dor ou ressentimento,
De joelhos te confesso ter sido o único vilão,
Esqueçamos o passado sejamos nós o presente...
Sigamos para o futuro nós dois num só coração.

domingo, 19 de abril de 2009



Amor Covarde.


J. Norinaldo.

Peco por ser covarde com isto te fazer sofrer,
Aconchegado num ninho que achei pronto,
Ao declarar que te amo tenho medo de perder.
Esta minha covardia também me faz sofrer tanto,
Você me acusa sem escutar o meu pranto...
Quando passas e tenho que me esconder.

Tenta ser feliz com outro alguém, tenta.
Se eu não sou isto é o que menos importa,
Talvez até seja ao ver-te sorrir embora tarde,
E me conforme com a mais pura verdade,
Para os covardes o amor não abre a porta.
E na calçada não se encontra a felicidade.

Ninguém te amará mais do que eu.
Mas não mereço a tua compaixão.
Toda covardia paga um alto preço,
Estou pagando e sei bem que mereço,
Por não seguir o que diz meu coração.
Não, nem imaginas o quanto padeço.

Sei que escolha foi minha, e ninguém mais.
E o que se faz por aqui, aqui se paga.
Fazer sofrer a quem me ama com paixão,
Meu coração ainda suporta essa carga,
Cheio de calos com tudo que já sofreu...
Prova que é bem menos covarde do que eu.

sábado, 18 de abril de 2009

Não é meu costume publicar o que não é da minha autoria,recebi este texo de uma amiga gostei tanto que resolvi compartilha-lo com os amigos que frenquentam meu singelo espaço.
Autor Desconhecido.

Olha que testemunho lindo...

Um jovem de apenas 15 anos estava no ônibus quando Deus tocou o coração dele, pediu que levante do banco e falasse aos passageiros sobre volta de Cristo, quando um homem sentado la atrás gritou ao garoto, cale a boca e senta, o garoto envergonhado sentou mas novamente foi tocado e levantou dizendo as mesmas palavras,o homem o ameaçou em dar alguns tapas,e o menino se calou, mas Deus continuava tocando teu coração ele se levantou e gritou que Jesus estava voltando, o homem com teu filho no colo foi em direção ao garoto para agredir quando a criança disse papai não bate nele não ele é enviado de Deus, este homem se colocou em lagrimas, o jovem perguntou e agora PQ esta chorando? ele respondeu foi um milagre meu filho era mudo e agora esta falando!!!!!!!!

Passe essa mensagem para as pessoas se vc puder; vc estará contribuindo com o anuncio da volta de Jesus Cristo ....♥...♥...
O nosso Deus, é um Deus do impossível.

quinta-feira, 16 de abril de 2009




Retrato Falando
J. Norinaldo.

Posso não ser o que pareço ser,
Mas tento ser o que tento parecer.
Posso não ser belo como tantos,
Por isto destes olhos brotam prantos,
Palavras liquidas que somente a alma diz
Quando sorriem de mim, portanto de você

Não sou você, sou apenas sua imagem,
Não posso parecer o que não sou.
Não sou uma pintura que requer inspiração,
Sou o reflexo da tua imagem verdadeira.
Se és a imagem e perfeição do criador...
Ou O criastes a tua própria imagem e imperfeição.

Sou teu retrato um espelho diferente,
Que às vezes mente tentando te agradar,
Algum detalhe que modifico aos olhos teus,
Ou mesmo com o intuito de te mostrar.
O que importa é o negativo do retrato,
A tua alma que está no álbum de Deus

Cuida da tua beleza interna sem maquiagem
Que para o inferno serás feio e não te querem.
Só verá esta beleza que tem luz especial,
O brilho da beleza externa pode ser falso,
Pode levar quem a possui a um pedestal...
Ou por soberba conduzi-lo ao cadafalso.

terça-feira, 14 de abril de 2009



Soma Total do Desamor
J. Norinaldo

Inveja + Ciúme = Fracasso.
Despeita + arrogância = Desprezo.
Grossura + falta de ética = Agressão e Baixaria.
Incompetência + desânimo = Fundo do poço.
Ódio + rancor = Escravidão.
Soma total = Falta de amor, felicidade e alegria..

O invejoso sofre mais com meu sucesso
Do que com o seu próprio fracasso.
Torce para que eu sempre me dê mal,
Quando o normal era fazer melhor que faço.
Não sabe a alegria que me causa...
Quando diz que não passo de um palhaço.

Que coisa linda ser palhaço nesta vida,
Causar a gargalhada ao meu semelhante,
Mesmo às vezes chorando por dentro,
Ver o sorriso de uma criança radiante.
Deixa minhas lágrimas bem mais doces...
Carrega meus reveses pra distante.

Cuspa na inveja pisoteie a arrogância,
Escorasse com a despeita, enterre o rancor.
Use o fogo do amor que sempre estará aceso,
Queime todo o ódio, o ciúme e o desprezo,
Semeie um campo com sementes de amor.
O poço pra rega-lo, não pra nele ficar preso.

segunda-feira, 13 de abril de 2009



A Miragem.
J. Norinaldo
O crepúsculo matutino me trás sempre uma imagem, que parece uma miragem somente eu sei que não é. Uma deusa quase nua que caminha pela rua como uma flor no deserto. Chego a sentir seu perfume, é palpável meu ciúme quando ela chega perto. Quando a primeira vez teve essa visão, tive também a certeza da existência de Deus e da sua perfeição, pois esta divina musa é o que o poeta usa como sua inspiração. Bem, pode ser que esteja louco, mas não ligo nem um pouco para o que você diz, sei que sou feliz amando essa imagem, se é bobagem, é comigo, só sei que já não consigo viver sem sua presença. Sem o perfume que emana, todos os dias da semana abro a porta bem cedo, fico tremendo de medo que ela não apareça, ou que venha fale comigo, tremo ante este perigo que o encanto desapareça.
Nada fala, mas quando meus olhos encontram os olhos seus, sinto a presença de Deus tento agradecer numa prece, mas a minha voz não sai, enquanto a deusa se vai até o final da rua.
Quem será essa mulher, como será o seu nome? E por que me escolheu? Logo eu, que sempre fui desprezado, Não seria uma tortura? Não! Por que mesmo a loucura, também tem sua beleza.

domingo, 12 de abril de 2009


Rosas Murchas.
J. Norinaldo.

Seria eu um canalha por chorar por quem não me ama, e desprezar quem me ama? Que espécie de canalha venera quem lhe escorraça e escorraça quem lhe chama? Será que isto acontece apenas comigo? Que espécie de crime cometi para isto merecer? Sofrer por quem não me ama, e a quem me ama fazer sofrer? Terei que por gratidão viver com alguém que não amo, quando em momentos felizes será por outra que chamo, passar por esta provação e ainda ser chamado canalha.
Não inventei esse jogo, tampouco sei quem inventou, mas esse quebra cabeça muitas vidas já ceifou, muita loucura causou, quantos crimes cometidos em nome do amor. Amor não entendido, amor não correspondido ou por excesso de amor, seria mesmo isto amor? Eu sofri por desprezo, já sofri por ser amado, já tive amor de verdade já me apaixonei a esmo, me embriaguei de mim mesmo..., mas não conheço o amor, aqueles que tem nos contos, dos felizes para sempre, que nem a morte separa, me contento com migalhas que a vida atira ao chão, como um pedaço de pão que faz feliz um faminto. Talvez se fosse menos egoísta, veria que a vida não é ruim, não ouviria apenas meu pranto, veria que em outro canto alguém está chorando por mim.
Outro dia colhi três rosas vermelhas e dei pra quem não me ama, depois as achei no lixo, já murchas e sem cor, novamente as peguei e talvez até por maldade entreguei a quem me ama, e vi a felicidade parada a minha frente com aquelas flores na mão. Por piedade talvez, tomei-as dei meia volta e fui buscar um buquê. Por quê? Perguntou-me ela. Não são as rosas que importam, mas sim lembrar-te de mim.
Às vezes me pergunto se não é o amor um canalha.

sexta-feira, 10 de abril de 2009



Preciso de Um Tempo.
J. Norinaldo.

Quem pede um tempo a alguém
É por que tempo não tem.
Quem dar o tempo que tem
Fica sem tempo a perder.
Tempo não se dar nem se pede,
O tempo que temos é para viver.

Tenha cuidado com o tempo
O tempo não tem coração.
O tempo é como o vento,
Temporais e furacões,
Destroem sem sutilezas...
Fortalezas de emoções.

Se estás só dando um tempo,
Tens tempo demais pra mim.
Eu que não tenho mais tempo,
Pra viver sofrendo assim.
Assim que tiveres tempo...
Volta correndo pra mim.

Quantas noites perdidas
Eu aqui olhando o tempo.
Olhando para aquela porta
Por onde você saiu,
Faz tempo que não a fecho...
Desde que você partiu.

Esta porta fica aberta
Como até hoje ficou.
Também estou dando tempo,
Ainda acredito no amor.
Porém quando eu fechá-la...
Acredite, foi o tempo que acabou.


A Mão.
J. Norinaldo.

Olhe para esta mão com atenção e veja,
Esta mão é capaz de um gesto solidário,
Esta mão lhe aponta o caminho da Igreja,
Esta mão também protesta e apedreja
Apesar de já ter cometido pecado,
A transgressão do amor pelo prazer solitário.

Esta mesma mão pode escrever um poema,
Esta mão pode ofertar ao faminto um pão,
Pode empunhar uma espada para matar um irmão,
Pode assinar a sentença pode apertar o gatilho;
Pode acender o rastilho pode deflagrar a guerra.
Também pode ser amizade ao apertar outra mão.

Certa vez uma bela cigana pediu pra lê minha mão,
Enquanto tagarelava aproveitei pra ver a sua,
Enquanto ela dizia que eu seria muito feliz,
Na sua estava escrito não acredite no que diz,
Não encontrarás a felicidade escrita na tua mão...
Quem sabe ela não está nesta que segura a tua.

A mão que fala aos mudos a mão que guia o cego.
A mão que mexe a panela, mão que separa o joio.
A mão que aponta a lança, as mãos que tanto usamos...
A mão que com uma alavanca e algum ponto de apoio,
É capaz de mover a terra foi isto que estudamos,
As mãos que Deus nos deu, para fingir que rezamos.

A mão que acena um adeus a mão que aperta o botão.
A mão que escreve alfarrábios, a que batiza o pagão.
A mão que rouba no jogo a outra que faz milagre,
A mão que faz maravilhas com um martelo e o cinzel,
A mão que imita Deus tira do barro a sua inspiração...
Quando Jesus sentiu sede, uma mão lhe deu vinagre.

A mão que tange o cordeiro a mão que tranca a cancela.
A mão que faz o tijolo, a mão que afaga a donzela..
A mão que colhe uma rosa, a mão que aponta o jardim,
Quantas vezes apontei e quantas vezes esqueci,
Que quando aponto um dedo ao meu irmão...
Três dedos da mesma mão, ficam apontando pra mim.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Feliz Páscoa a Todos.



Perdão Até quando...
J. Norinaldo.

Este é o filho que Deus amado nos enviou,
Que aqui nasceu e viveu sem um pecado.
Sua missão era nos ensinar o amor,
Porém como um ladrão foi julgado,
Açoitado, humilhado morto crucificado,
Ao lado direito do Pai ao céu Ele voltou.

Foi o Poeta maior que esta terra pisou,
Quem inspirou os Salmos que hoje canto.
Feliz daquele que tiver a sua bênção,
Que se ampara sob o seu divino manto.
Quem viu o solo por onde Ele caminhou
Quem acredita no Divino Espírito Santo.

Contam que naquela sexta feira triste,
Do céu surgiram ventos, luzes e vozes,
Que antes de se entregar ao Pai Amado,
Jesus mesmo na Cruz com cravos pregado...
Pedia a Deus que perdoasse seus algozes.
Eles não entenderam o que por mim foi ensinado.

Deus na Sua eterna bondade e sabedoria
Deixou que o homem vivesse como queria.
Deu-lhe livre arbítrio para que criasse a guerra
Arvorado de poder o homem destrói a terra,
Trocou o templo por lupanares e orgia.
Continuou errando e ainda hoje erra.

Deus nosso Senhor Pai criador do infinito,
Seu filho querido nunca mais aqui mandou.
E aqueles que se dizem seus emissários,
A maioria não passa de mercenários...
Vendendo tudo que Ele grátis ensinou.
E o Templo esbanja muito ouro, não amor.

quarta-feira, 8 de abril de 2009



Meus Dragões
J. Norinaldo

Os dragões dos meus sonhos de menino
Perseguem-me pela vida onde eu for.
Ninguém tentou desmenti-los, desfaze-los,
Hoje eles são meus eternos pesadelos,
Que atormentam minhas noites de pavor.
Por covardia nunca tentei entende-los...

Quem disse que dragão nunca existiu?
Mentiu apenas por mentir a uma criança,
Meus dragões se alimentam do meu medo,
Da minha total falta de esperança,
De alvíssaras que não chegam do degredo,
Apenas a labareda ainda não me alcança.

Nos rastros dos dragões vêm as quimeras,
Que a maldade dos homens me impuseram,
Que pululam em meus sonhos acordado,
Como um dardo vindo em minha direção,
Como um látego que açoita minha alma...
Como um espinho que fere o meu coração.

Meus dragões, nossos dragões, quantos dragões...
Alguém pode até um dia domar os seus.
Dragões de sonhos não são simples não são reles,
Indomáveis guardiões dos pesadelos,
Não os caçam para casacos não servem suas peles...
E assim vou convivendo com os meus.


Brinde de Fel
J. Norinaldo

Encham a minha taça com mais fel,
Eu também tenho o direito brindar,
Pela morte dos golfinhos e baleias,
Pela descoberta da nova ogiva nuclear;
Pela guerra que explodiu no oriente,
Pelo lixo que invadiu o meu verde mar.

Pelos novos rios sólidos e fétidos da terra,
Pelo vermelho em lugar do verde na floresta,
Pela tecnologia na dinâmica da serra,
Por não ouvir mais o canto do Uirapuru.
Por todos os novos desertos que surgiram,
E pela extinção da nossa ararinha azul.

Elevem suas taças fechem os olhos,
Degustem com elegância o amargo do licor,
Troque seu ouro pelas ovas do esturjão,
Pensem no Eu, esqueçam o nós e o amor.
Que importa se um semelhante não tem pão?
Que falte meu faisão, meu caviar é meu pavor.

Mais fel, não deixem a minha taça vazia,
Quero me embriagar como ha. muito não fazia,
Quero afogar toda a minha infelicidade,
Por saber que sou parte de uma sociedade,
Que não atenta para os versos da minha poesia.
Que em vão tentam alertar a humanidade.

segunda-feira, 6 de abril de 2009



Viver é amar.
J. Norinaldo

Lacunas da alma que a dor preenche
Coração vazio que a mente deprime,
O frio do quarto na noite silente
Pertinácia ao mutismo que a vida reprime.
Ódio e repulsa em vez de amor,
Pura ilusão, pois a dor não redime.

Amar é viver e viver não é só navegar,
É preciso ser forte e á dor ser imune.
Aquele que enfrenta a procela de frente,
Que cai, mas levanta e segue adiante,
Difere do fraco ao qual a vida pune;
Que não tem recomeço por ser vacilante.

O preço a ser pago pela covardia,
De negar a vida por falta de fé,
Da inveja mesclada de hipocrisia;
Daquele que luta e morre de pé.
Tem o nome esquecido após a partida,
Ou escrito na areia que se vai com a maré.

Um rio que corta montanhas e vales,
Sem saber onde um dia irá parar,
Só no fim do caminho é que tem a certeza,
De deixar de ser rio e se tornar grandeza...
Na imensidão e na beleza do mar.
Por que foi valente e lutou por chegar.


Minha Mãe.
J. Norinaldo.

Às vezes vagando nos campos da mente,
Vejo as cores diversas de uma aquarela,
Sinto a força nas mãos procurando um cinzel,
Tentando pintar-te com as cores mais belas,
Ou na pedra esculpir tua imagem sem véu,
Para colocar-te ó querida no átrio do céu.

Felizes os meus olhos que podem te ver,
Sentir teu perfume que a brisa me trás,
Sei que és como a deusa pagã das marés,
A mais linda das rosas do meu jardim.
A Vênus de Milus é bela eu bem sei...
Mas se te conhecesse, se atiraria a teus pés.

Teu amor é tão grande que dispensa medida,
Tu és tão necessária como à própria vida.
Nenhum poeta consegue descrever-te em verso,
És a mais linda estrela que brilha no universo.
Esta mulher tão amada bela e preferida
É você, ó, minha mãezinha querida.

sábado, 4 de abril de 2009



Brasil e Argentina
J. Norinaldo.

Deus na sua eterna bondade
Concedeu-me a felicidade
De nascer na América Latina,
Um rio duas metades
E um coração partido,
Com um amor divido
Entre Brasil e Argentina.

Nas madrugadas insones
O minuano portenho,
Sopra-me uma canção
Que a poesia suscita,
E ao som de Mercedita...
Anjos embalam meu sonho.

O rio Uruguay é uma artéria
Que pulsa em dois corações,
Como um tango e um samba
Cantados como orações.
Dois países um destino. Um só amor,
E este rio menino a repartir emoções.

Argentina bela culta e hospitaleira,
Sei que teus filhos respiram civilidade.
E se a felicidade for o que a razão ensina,
Beijo teu solo sem medo de me enganar,
Para revelar ao mundo o que já não é segredo,
Abro os braços e grito: EU TE AMO ARGENTINA!!!



Brasil y Argentina
J. Norinaldo
Traducción: Prof. Silvia René Vignolo.-
Santo Tomé- Corrientes- Argentina.

Dios en su eterna bondad,
Me concedió la felicidad
De nacer en América Latina...
Un río y dos mitades;
Un corazón partido
Un amor dividido,
Entre Brasil y Argentina.-

En las madrugadas de insomnios
El pampero porteño
Me inspira una canción...
Que la poesía provoca
Y al son de Merceditas
Ángeles acunan mi sueño.-

El río Uruguay es una arteria
Que palpita en dos corazones
Como un tango y un samba
Como si fuesen oraciones...
Dos países, un destino. Un solo amor!
Es este río niño que reparte emociones.

Argentina: bella, culta y hospitalaria
Sé que tus hijos respiran civilidad.
Y si la felicidad es lo que la razón enseña
Beso tu suelo sin miedo de engañarme
Para revelar al mundo...
Lo que ya no es un secreto...
Abro los brazos y exclamo:
YO TE AMO ARGENTINA!!!

quinta-feira, 2 de abril de 2009



Amor e Liberdade.
J. Norinaldo.

Amar com liberdade é tão fácil de dizer, de escrever, de ensinar. É tão fácil imaginar uma praia só nós dois, um luar que seja somente meu e teu, caminhar de mãos dadas, vez por outra uma parada para um longo e apaixonado beijo. Um pedido instantâneo ao olhar a estrela cadente, é tão lindo sonhar em ver a lua cheia nas meninas dos teus olhos. É tão romântico ouvir a canção que canta a brisa nos mínimos acordes, como orquestra o marulhar das calmas ondas. É tão fácil de sonhar, sim, muito fácil, tanto que tudo isto para mim é rotineiro, caminhar à noite a beira mar, de mãos dadas com a solidão, ouvindo da brisa a canção, sem parada e sem beijo apaixonado. Nunca sozinho, pois tenho o mar, à noite, a úmida areia, a lua e em algum lugar uma sereia, que canta com a brisa esta canção, Ah! Ia esquecendo, e a solidão que talvez por mim esteja apaixonada. E este velho banco que deve ter sido testemunha de tantos lamentos e prantos solitários, assim como susurros apaixonados. Não meus.
Ah! Quer saber? Sou feliz. Uma vez vi um filme onde duas irmãs xifópagas eram unidas pela cabeça, e se diziam felizes assim, pois era só o que conheciam. Foram cirurgicamente separadas, uma não resistiu e morreu, a outra pediu para que lhe desligassem os aparelhos e seguiu o caminho da amiga.
Assim me acostumei a solidão, já não sofro tanto por ela, e quem sabe se um dia for embora, eu venha a sentir a sua falta.
Isto sim: sei, não é fácil dizer, de escrever ou ensinar. Aliás, não é um ensinamento, apenas um depoimento de um coração empedrouçado, que a vida trancou a cadeado e depois jogou a chave no mar.Ah! O mar...



A Força do Amor
J. Norinaldo.

Se és tão frágil como o caule da avenca,
Tão formosa como a orquídea do campo.
Os teus olhos são como gotas de orvalho,
Iluminados pelo piscar de um pirilampo.
De onde vem essa força que emana,
Do teu ser como o tronco do carvalho?

Como posso eu tão forte e destemido?
Denodado guardião do destemor,
Bastião das fortalezas do destino,
Tremer e chorar ante ti feito um menino,
Na incerteza de conseguir o teu amor?
Portando-me como um leão velho mofino.

Meu escudo pesa mais que a montanha,
Por mais que tente o discurso ensaiado,
Minha voz se transforma num grunhido,
Como um velho lobo pelo inimigo acuado.
Corando como uma tímida donzela
O grande vencedor, enfim vencido.

De onde vem essa força que há em ti,
Que não consigo combater na esplanada?
Que me deixa submisso e sem palavras?
És o cerne do carvalho e eu o caule da avenca,
És a rocha e eu apenas a poeira da estrada,
Pois tens a força do amor e eu apenas da espada.

quarta-feira, 1 de abril de 2009



Minha Inquisição.
J. Norinaldo

Construí torres, muros correntes e grades,
Proclamei-me meu próprio inquisidor,
Ardi na fogueira da intolerância,
Atirei uma pedra sendo eu pecador.
Arvorado no topo da ignorância,
Proferi blasfêmias em nome do amor.

Em grandes batalhas fui duro fui forte,
Lutei contra a morte em campos de guerra.
Cumpri com denodo as missões com fervor,
Herói condecorado tenaz combatente,
Meu elmo escondia a tristeza dos olhos,
A cada inimigo atirado por terra.

Lutei com leões na arena da vida,
Fui conselheiro de reis e rainhas,
Dei tudo de mim aos outros e esqueci,
Das mazelas da guerra que agora são minhas.
Por quem eu lutei já fui esquecido
Do mundo banido, como ervas daninhas.

O bravo guerreiro que o mundo aterrava,
Cuja espada brilhava como a luz do sol,
Condenado ao exílio da solidão e da dor.
A tocha na mão para acender a fogueira,
Com o poder que a inquisição me outorgou,
Por não ter conquistado na vida o amor.