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sábado, 25 de abril de 2009



A SOMBRA.
J. Norinaldo

Quantas vez já passei por esta estrada.
Quantas vezes me amparei à tua sombra.
Sem nunca prestar atenção em você.
Vi-te, no outono, despida, e sem graça.
Sem sombra sequer parei, passei assim sem te ver.

O tempo passa, eu continuo passando.
A tua sombra a cada dia aumentando.
Ah! Essa sombra é um alento.
Para o caminhante sedento.
Que vive somente pra caminhar.
Sozinho caminhando desatento.

Se passa o tempo e passo tanto por aqui.
De certo modo por não ter aonde ir.
Meu interesse talvez seja só a sombra não você.
O que me assombra é o tempo que não para.
Pra descansar a tua sombra como eu faço.
Pra aliviar o meu corpo do cansaço.

Só agora vejo como você é linda.
Presto atenção neste galho bem mais forte.
Como um braço que aponta para o norte.
Nele prendo minha corda sem esforço.
Enquanto passo o nó de cânhamo no pescoço.
A tua sombra eu caminho para a morte.

Enfim, só sombras sem caminho a percorrer.
Sem dores, sem amores sem você, uma lembrança.
Nenhuma herança, nenhum triste pensamento.
Do sofrimento que me causou tamanha dor
De ter passado toda minha existência.
Tendo apenas uma sombra por amor.

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