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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ 2010.
J. Norinaldo.

Você não foi especial para mim em 2009, dizer isto seria vago, abstrato, sem sentido. Você é importante para mim, talvez não acredite e lhe dou toda razão, afinal sou um poeta que pode brincar com as palavras, tem o dom de mostrar beleza onde parece inexistir, o olhar triste de um lagarto do deserto, um lago poluído e mal cheiroso, o poeta faz da melancolia do olhar um poema e da sujeira do lago faz brotar a flor de lótus. Estou falando de você que disse o tempo todo gostar de mim, mesmo sabendo que não sou belo, mesmo vendo que não sou jovem; mesmo quando sentiu que não falei a verdade. Estou falando de você que está comigo, que esteve comigo quando minha poesia não falava de beleza, revelava a minha tristeza, a minha melancolia. Que me encorajou quando quis desisti, quando lhe disse que minha poesia era uma farsa.
Posso até brincar com as palavras, com sentimentos jamais. Por isto quero você ao meu lado em 2010. De verdade, fica comigo.
Sozinho, posso ser fraco, unidos nosso grito será ouvido, gritaremos contra as injustiças, o preconceito, a prostituição infantil, as agressões contra as mulheres. Em fim vamos tentar fazer do mundo um Poema de amor; pode não ser fácil, mas o que é fácil geralmente não tem valor. Conto com você em 2010.

FELIZ ANO NOVO.
J. Norinaldo.

Quero agradecer a todos que freqüentaram meu singelo espaço durante 2009, aqueles que deixaram seus registros ou não, e convida-los para que continuem me visitando em 2010, afinal eu o criei para vocês. Gostaria de agradecer a todas as nações que aqui estiveram, meu muito obrigado, lamentavelmente não poderei fazê-lo em suas línguas. Agradecer a Portugal, meu muito obrigado pelo carinho, reiterar aqui meu amor, meu carinho por este povo amigo, aos Estados Unidos USA, principalmente ao meu grande amigo Gilsolei José de Liz e a minha grande amiga Ero Artog, a Austrália a minha querida amiga Lara Yomoguita Keenan, na Alemanha ao amigo Fauce Roset. Em fim a todos que prestigiaram meu espaço com a sua visita, peço a Deus nosso Poeta maior que esteja sempre convosco em todos os momentos das suas vidas, e que continuem me visitando pois além de uma honra é pra mim motivo de felicidade.
Que o Ano que se aproxima seja de plena realizações a todos, que Deus faça da vida de cada um, um poema de amor, que possamos continuar juntos por muitos anos, que continue me inspirando para que possa dividir com todos, meus sonhos e devaneios, que cada poesia, cada por do sol, cada estrela no firmamento seja um verso na vida de cada um de vocês e daqueles que lhes são caros. Um feliz Ano Novo a todos, que Deus esteja sempre em seus corações, é o que lhes deseja de coração este simples poeta.

Boneca de Pano.
J. Norinaldo.


Boneca de pano boneca de trapo,
Antigo farrapo com que brincou minha mãe,
Feitas a mão com cabelos de tiras,
Que meninas pobres ganhavam em natais,
Brinquedo inocente ou antigas mentiras...
Inocência e bonecas de pano não existem mais.

Hoje existem meninas com bonecas com vida,
Que nem esqueceram as canções de ninar,
São as mães de colo ninadas pelo silencio,
Embaladas em baladas que o avanço criou,
Bonecas de pano já não são nem lembrança...
De que nem ser criança o mundo deixou.

Hoje sinto saudades das bonecas de pano,
Das meninas brincando a luz do luar,
Da valsa nos bailes de debutantes,
Quem viu, viu, quem não viu não ver mais,
Meninas cantando alegre no pastoril,
Hoje são vistas em postos de saúde gestantes.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009


Fim de Ano.
J. Norinaldo.

O ano termina e começa de novo,
Na tem ano novo o ano é o mesmo,
Na verdade o que muda é o calendário,
Porém o cenário é que mudamos nós,
O sol é o mesmo que aqui sempre esteve,
E os pássaros contam com a mesma voz.

Tudo que mudar fomos nós que mudamos,
Só as rugas no rosto é que não fizemos,
Os entes queridos que deixaram esta vida,
Haverá mais partida que nós não queremos,
A única certeza que temos é esta partida...
E um dia qualquer nós também partiremos.

Somo o que pensamos e pensamos demais,
Usamos o planeta como se fosse um mercado,
Que muda depressa acompanhando o jogo,
Está pegando fogo e a culpa é do gado.
Que alimenta o homem e puxa a carreta...
Agora é culpado pelo calor do planeta.

Se isto é verdade estamos perdidos,
Vamos ser cozidos em caldeira ardente,
A ganância é tão grande que o homem não vê,
Que aqui não pode ter mais gado que gente.
O homem trocou a verdade que pregou numa cruz...
E já não se envergonha em empunhar um tridente.



Retrato de Mulher.
J. Norinaldo.

Uma centelha de luz rasga a imensidão escura,
Para mostrar a candura de um poema inacabado,
De um céu todo estrelado de uma lua prateada,
Como uma tela divina que brinca com o abstrato,
Pra completar o poema eu coloco teu retrato.

Pedirei ajuda ao vento para içar meu poema,
Para que o mundo veja o tema e renove sua fé,
Toda beleza do mundo numa tela caprichada,
Numa nuvem emoldurada seguida por uma estrela,
Dia e noite possam vê-la esta imagem de mulher.

Oh! Mulher sacerdotisa da beleza e do amor,
Tu és a mais linda flor que perfuma o universo,
Tu és como a mãe terra e o teu fruto é a vida,
Muito obrigado querida só por você existir...
E por eu estar aqui a dedicar-te este verso


domingo, 27 de dezembro de 2009



Poema em Branco.
J. Norinaldo.

A vida nada mais é do que um formulário em branco,
Que se recebe ao nascer para seu preenchimento,
Como um poema onde todos podem colocar um verso,
Na textura dos cristais na amplidão do universo,
Da mesma argila vêm todos com preparo diferente,
Mas quem declama o poema é o criador do processo.

Existe beleza em tudo, mas nem todos podem ver,
Na leitura do enredo sempre haverá tradutor,
No teorema insolúvel de que fala o velho sábio,
Na lenda dos pergaminhos do Templo de Salomão,
Da caverna de Platão a alquimia do amor...
Do criador do poema a capa do alfarrábio.

Na mesura reverente a qual o homem se entrega,
A filosofia que prega a ignorância de um asno,
Na altura da montanha no despencar da cascata,
Na luz de prata da lua que move a sombra da mata,
No limiar da paixão na convulsão do orgasmo,
No elo que se perdeu em algum livro primata.

Depois do poema pronto está na hora de partir,
Muitos vão sem conseguir completar uma estrofe,
Alguns apenas escrevem por conhecer a escrita,
E a colcha de retalhos vai se tornando bonita,
Costurando sedas raras a tecidos sem valor...
E às vezes o próprio amor, um simples trapo de chita.






sábado, 26 de dezembro de 2009



Meus Segredos.
J. Norinaldo.

Esgueirei-me entre meus medos,
Meus segredos mais profundos,
Revelando-os a mim mesmo,
Analisando-os por tamanho,
E o medo dos meus medos...
É o meu medo mais medonho.

E o medo mais estranho,
De revelar meus segredos,
Velhas cismas inocentes,
Que já não causam mais medo,
Provocariam risadas,
Se revelados mais cedo.

Existem grandes segredos,
De mentira e de vaidade,
Talvez o maior que existe,
Me esconda a felicidade,
Este sim me causa medo...
Por que não sei se é verdade.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009



O MELHOR PRESENTE:

A SUA AMIZADE

FELIZ NATAL A TODOS.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009



A Mesa do Natal
J. Norinaldo.

Para dizer a verdade o Natal sempre foi para mim uma festa triste, estranho não? Festa triste, mas desde que muito menino alguém que não lembro quem teve o desplante de me dizer que eu não recebia presentes de Natal por que não tinha sapatos para colocar na janela, e que alpargatas não valia, passei a não ver com bons olhos o Natal.
Claro que até por viver em sociedade, ter deixado de ser criança há muito tempo, ter constituído família, sigo abraçando as pessoas a meia noite, dando e recebendo presentes, participando de amigos secretos, admirando as luzes, a alegria dos outros e coisa e tal; continuo no entanto louco para tudo terminar.
A situação piorou e muito, com algo que aconteceu alguns Natais atrás. Tínhamos um grupo de amigos, seis no total, quase todos militares, ou ex militares da mesma farda, Fuzileiros Navais, que fazíamos um tremendo esforço para passar a noite de Natal juntos, e assim foi por vários anos, era como se fosse um compromisso, tentávamos superar alguns obstáculos, mas na noite de Natal estávamos juntos, com nossas famílias nom clima muito agradável.
No último, digo no último que passamos juntos, a filha adolescente de um dos nossos amigos, justamente o anfitrião da festa, teve uma idéia, mas não comunicou a ninguém; preparou uma mesa com seis lugares a beira da piscina com nossos respectivos nomes, inclusive os lugares onde costumava sentar cada um. Faltavam cinco minutos para a meia noite, quando a menina pediu silencio, chamando atenção aos gritos e pediu: _Gostaria que à medida que eu for chamando, as pessoas chamadas se dirijam aquela mesa e ocupem o seu lugar, indicado pelo nome bem visível.
E chamou os três nomes, eu e mais dois amigos que ainda restam, fui o segundo a ser chamado, quando ocupei o lugar a mim reservado, vi que o pai da moça estava chorando, e vi que o nome ao meu lado já não ocuparia mais aquela cadeira, um dos melhores senão o melhor amigo que tive nesta vida.
Três pratos e três copos continuaram emborcados, os outros foram virados e servidos, porém nem sequer tocados. Alguém fez um discurso de uma única palavra, aliás, um palavrão totalmente fora de sintonia com o ambiente e o momento.
Depois ainda tivemos que consolar a menina, pois não esperava tal reação, não sei o que pensou fazer. A verdade é que o ambiente se tornou um verdadeiro velório.
Tomara que aquela menina, hoje uma mãe de família, não lembre assim como eu, da idéia que com certeza foi a de que passassemos mais uma vez juntos todos amigos aquele Natal, nós é que não entedemos.
Feliz Natal a Todos, Que sua mesa esteja completa e que assim continue por muito tempo e desculpa minha história triste, sei lá, as vezes isto é bom para valorizarmos os amigos.

O Que Dizer?
J. Norinaldo.


O que dizer a Calíope sobre a poesia?
Que no mundo atual já não há romantismo?
Que do antigo lirismo só reminiscências,
E que as ciências nos levam ao mutismo.
Sobrevivem os poetas por pura ilusão...
Um lutador anão contra o gigantismo.

Que contar do poeta que escreve no chão?
Para ganhar um pão se manter nesta vida,
Pergaminhos pisados pelos pés da falência,
Pelas patas das feras que buscam a fama,
Da mente incontida da inconveniência...
Sem notar um poema na sarjeta ou na lama.

Que dizer da beleza da deusa do Olimpo?
Na vitrine despida aos olhos do mundo?
Que dizer da inocência totalmente perdida?
Das meninas da vida no poço mais profundo?
Que a deusa é sonho de antigo lirismo,
As meninas moedas do atual consumismo.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


Na Vidraça.
J. Norinaldo.


Se a nuvem trás com o vento a chuva fria,
Se junto vem a nostalgia de um momento,
A chuva chove, o vento sopra depois passa,
A nostalgia pode evaporar-se ao vento...
Como a chuva que é barrada na vidraça.

A chuva, o vento a solidão a noite fria,
A cama vazia e o peito cheio de dor,
E a saudade como um doce acalanto,
Na esperança que canta lá fora o vento,
Que tenta em vão acalmar o triste pranto.

Se a chuva trouxe a nostalgia de outro canto,
Deixou o vazio que o vento frio não trouxe,
A chuva volta, o vento sopra o tempo passa,
Na cama fria rola a lágrima mais dorida...
De quem passa a chuva vendo a vida na vidraça.

sábado, 19 de dezembro de 2009









O Outro Lado.
J. Norinaldo.

A magia do Natal está no ar,
Luzes coloridas e canções a embalar,
Incenso, mirra e ouro pelos templos,
Mas o homem esqueceu todos os exemplos,
Que o Aniversariante veio aqui nos ensinar.

O Templo novamente está tomado,
Os mercadores vendem de tudo por lá,
Os presentes que hoje em seu nome dão,
Vendem junto o Seu Santo Nome em vão,
Na certeza que Ele aqui não mais voltará.

Bate o sino, bate o sino, sino de Belém,
Que bateu o ano inteiro e não veio ninguém,
Mas hoje é festa e meu presente quero receber,
Para lembrar aquele que nasceu para o nosso bem,
Uma vez por ano lembramos dele também.

Do menino lindo que hoje é lembrado,
Resta um loiro belo de olhos azuis,
Judeu diferente feito no mercado,
A imagem linda que vende mais ainda...
Um bezerro de ouro que foi fabricado.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


Feliz Natal a Todos.
J. Norinaldo.

Na sublime enseada do silencio,
Quando a sombra conspira contra a luz,
A solidão da caverna umedecida,
As perguntas em ecos se respondem,
E a alma divaga sem grilhões,
A mostrar a fantasia que é a vida.

Parar o tempo é impossível ilusório,
E simplório é quem tentou ou tentará,
É transitório o amor que se viveu,
Que se perdeu e nunca mais se achará.
É no silencio da caverna que se aprende,
Que ser amor é muito mais do que amar.

Jesus te amou e o que recebeu em troca?
Humilhação, e uma cruz para carregar,
E mesmo assim suas últimas palavras,
Não foram de ódio, de revolta ou de rancor:
Perdoa-os Pai, pois não sabem o que fazem...
Ele sim, além de amar foi puro amor.

Feliz Natal! E a caverna está vazia,
Entra, senta-te e reflete sobre tudo,
Deixa que o amor te abasteça o coração,
Estende a mão ao Senhor onipotente.
Sente na alma a eucaristia do Natal...
Que no final Jesus será teu Presente.




Feliz Natal a Todos.
J. Norinaldo.

Feliz Natal a todos, Feliz Natal!
Em vez de poema, quem sabe uma prece,
Em vez de ganhar, vamos viver o presente,
Amando a Deus e aos nossos semelhantes,
Fazendo da terra o mais belo jardim...
Regando com amor pra que vingue a semente.

Canteiros de paz, amor sinceridade e carinho,
Ramas de abraços e ciprestes de beijos,
Mudas de sorrisos em botões se abrindo,
A paz em touceiras dando sombra a terra.
Um parreiral de ternura o vinho servindo...
Pra brindar a paz e abominando a guerra.

Vamos ceifar o trigo e fazer o pão,
Estender a um irmão que não tenha plantado,
Vamos beijar o chão em agradecimento,
Fechar os olhos e pensar no aniversariante,
Que multiplicou os pães alimentando famintos...
De pão e amor que aqui deixou, pra que se plante.

Este ano, portanto quero revelar meu pedido,
Que Deus nos conceda um mundo de paz,
Que nossos filhos tenham o amor como meta,
Que não esqueçamos que Natal é Jesus,
Abraçar um irmão por mais pobre que seja...
É o que vos deseja este simples poeta.






quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


Meu Mundo.
J. Norinaldo.


O mundo da poesia é o mundo resumido,
O contexto reduzido que o poeta emaranha,
Como uma teia de aranha cuidadosamente tecido,
Articulando no mesmo vaso erva daninha e a flor,
E das entranhas da dor tirando o fel da amargura...
Mesclando ao mel da ternura para compor o amor.

Inverossímil seria falar de felicidade plena,
Sem ter a alma serena para reconhecer o amor,
Do âmago da poesia emergem lagos de encanto,
As vezes mares de pranto ou um oceano de dor,
Na alquimia dos versos nenhum poeta foi santo,
Nenhum jardim pisoteado por causa de uma flor.

Meu mundo é tão pequeno, o mundo da poesia,
Do sonho da fantasia da criança para sempre,
Do sorriso do abraço, do beijo terno inocente,
Do arco íris das cores, das estrelas, beija flores,
Do mormaço do carinho do amor sempre latente...
Do mundo livre da guerra, da serra e de tantas dores.

Pela Estrada.
J. Norinaldo.

Já curei tantas feridas e confortei moribundo,
Já levantei nas estradas desesperados caidos,
Já fiquei de joelhos justificando um pecado,
Já menti diante da cruz pra não ser crucificado.
Já reneguei minha fé ante juizes temidos...
Já sofri já fiz sofrer já amei e fui amado.

Pelas feridas curadas jamais fui recompensado,
Os moribundos se foram sem me deixar uma flor,
Quem me ouviu em confissão pecava mais do que eu,
Minha mentira na cruz ninguém jamais descobriu.
Os juizes foram presos por renegarem o Senhor,
A minha fé se perdeu quando perdi teu amor.

Ainda estou na estrada os pés feridos de espinhos,
Encontro outros sozinhos, mas que têm chagas demais,
Ninguém pra me levantar quando os joelhos se dobram,
Nenhuma cruz a cobrar meu sentimento de fé;
Nem mesmo a quem confessar tudo que ficou pra trás,
Peguei o caminho errado e voltar não posso mais.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009


Sonho e Desejo.
J. Norinaldo.

Meu olhar acaricia docemente tuas curvas,
Sei que sentes e te arrepias de desejo,
Quando sopra leve brisa e te toca os lábios,
São meus lábios que em sonho os teus beija,
Uma rosa púrpura aveludada desabrocha,
Sentes o orvalho quente que a roreja.

Mesmo distante tua presença é palpável,
Como o dragão no sonho de uma criança,
Tua beleza tua sensualidade e o teu calor,
A força deste amor que minha alma bafeja,
É o alento para um coração que não se cansa...
E que alcança a cada sonho o que almeja.

Ah! Como é lindo em sonho ver-te nua,
Deitar o olhar por tuas curvas sedutoras,
Tendo o mar e a lua por testemunhas,
E o vento leve a embalar as mansas ondas,
Que alcoviteiras murmuram pra disfarçar...
Gritos da carne que dilaceras com as unhas.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


Queria Ser.
J. Norinaldo.

Queria ser um poeta, um poeta a tua altura,
Pra dedicar-te com ternura a mais linda poesia,
Que retratasse em versos toda a tua beleza,
Toda candura que existe no teu olhar inocente;
Só mesmo Deus em sua eterna bondade,
Deu-me a felicidade de conhecer a Vênus pessoalmente.

Queria ser Michelangelo para esculpir-te a cinzel,
E lá no átrio do céu colocar teu pedestal,
Que fosse visto na terra como uma estrela brilhante,
Que causaria ciúmes a própria deusa Afrodite,
Que usaria um véu pra esconder o semblante,
Passando a viver trancada só por inveja, acredite.

Queria ser tudo isto, mas queria muito mais,
Queria ter-te em meus braços para toda eternidade,
E ter a felicidade de não te perder jamais,
Para amar-te com loucura era o que mais queria.
Um amor que ficaria para história nos anais...
Não careceria mais de nenhuma poesia.

domingo, 13 de dezembro de 2009

O Poeta e a Felicidade.
J. Norinaldo.

Um poeta conhece a felicidade?
Seria a realidade ou somente teoria?
Será que como poeta acredita no que diz?
Escreve o que a alma dita devaneio fantasia,
Teria sido Florbela Espanca uma mulher feliz?

Amantes da poesia as vezes esquecem o poeta,
O mundo vem esquecendo nosso Poeta Maior,
Por vezes um belo poema pode leva o ser ao nirvana,
Se escrito num castelo ou numa simples cabana...
Será também poesia no fim pra Mário Quintana?

O poeta vê nas cores a primavera do mundo,
Pinta sempre o arco íris tendo ao fundo o arrebol,
Trata as flores mais simples com reverencia e amor,
Outra poetisa que lembro falava tanto na dor...
Quem sabe se foi feliz a nossa Lila Ripol?

Será que sabemos mesmo o que é felicidade?
Já que para nós a verdade é como uma luz difusa,
E o poeta não usa nenhum sinete de Deus,
Se seus poemas são águas de fonte desconhecida...
Quem me garante que em vida foi feliz nosso Cazuza?




sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


Busca-me.
J. Norinaldo.

Busca-me no ar que tu respiras
No rastro de uma estrela cadente
Na poesia de Cecília Meireles
Na onda que baila lentamente
Nos pingos da chuva sobre o teto
Prende-me na alma sem corrente

Sente-me na flor que desabrocha
Aspira-me no perfume do jardim
Desenha-me no mosaico do teu piso
Coloca-me no teu mais belo sorriso
Simplesmente o tempo inteiro pensa em mim
Almejas pra nós dois o paraíso

Lembra-me quando vires o arco íris
No voejar de um pequeno colibri
Quando a brisa agitar os teus cabelos
Quando a flor de lótus se abrir
Ouças a canção que vem do vento
A todo momento eu estou pensando em ti

Não me perguntes, pois não vou te responder
Como sei que penso em ti nesse momento
Leia este verso com bastante atenção
Como podes me escapar do pensamento
Se estás sempre dentro do meu coração
Alimentando o mais nobre sentimento



quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


Tanto Desprezo.
J. Norinaldo.

Fere-me com a cimitarra mais afiada,
Joga-me na lava incandescente,
Reserva-me a mais fria masmorra,
Atira-me no poço mais profundo,
Mesmo eu sendo um inocente,
Tira-me a vida, nega-me o mundo.

Atira-me aos lobos famintos,
Tira-me dos olhos a visão,
Empunhas o florete com raiva,
E transpassa-me o coração,
Entrega-me aos vermes nojentos...
Sem nenhuma compaixão.

Garanto ser feliz numa masmorra,
Minha alma suportaria este peso,
É preferível a ter toda liberdade,
E no coração apenas a vontade,
Sem pode viver a felicidade...
De jamais sentir tanto desprezo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Vem Estancar Meu Pranto.
J. Norinaldo.

Vem afina o meu canto estanca o meu pranto,
Beija-me com ardor, vem matar meu desejo,
Vem por fim a esta ânsia a esta distancia,
Que as minhas forças está por exaurir.
Vem que preciso demais do teu beijo...
Vem simplesmente que preciso de ti.

Já não vejo a beleza nas flores,
Já não sinto sequer seu perfume,
Já não tenho de quem sentir ciúme,
Na verdade nem por quem sofrer.
Que me vale a primavera florida,
Tão cheia de vida se não tenho você?

Vem por favor, te suplico te rogo,
Ou me afogo no dilúvio do pranto,
Vem e me traz teu belo sorriso,
Da-me teu calor que necessito tanto,
Vem te faço feliz mesmo que não mereças...
Esqueças o que passou e estanca meu pranto



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


A Deusa Nua do Meu Sonho.
J. Norinaldo.

Em sonhos constantes eu te vejo nua,
No quarto na rua em qualquer lugar,
De braços abertos a te oferecer,
Um sorriso nos lábios malícia nos olhos,
Já não sei se vivo somente para sonhar...
Ou apenas sonhando consigo viver.

Acordado eu sonho ao sono voltar,
Como medo que o sonho um dia se vá,
Pois no sonho é que tenho o amor de verdade,
A felicidade está sempre onde quero que esteja,
Se for meu destino te amar só em sonho...
Jamais me oponho o amor quer assim, que assim seja.

Jamais conheci um amor tão ardente,
Sei que és proibida uma deusa talvez,
Que a felicidade fez e deixou transparente,
E me deu de presente por merecer decerto.
O amor verdadeiro que existe nos sonhos...
Que é impossível num mundo desperto.

Por que em meus sonhos estás sempre nua?
E o teu corpo brilha como um raio da lua?
Quem te desenhou com tanta perfeição?
Quem moldou a beleza deste teu sorriso?
Quem te ensinou a amar com tanta loucura...
Quem te mandou me levar para o paraíso?

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Carícia da Chuva.
J. Norinaldo.

Ah! Esta chuva que te aplaca o calor,
Que te percorre o corpo inteiro sem pudor,
E te entregas a carícia dos seus pingos,
Cujos pelos se arrepiam a cada toque,
Como um choque que acorda a malícia do amor.

A água fria deslizando lentamente,
Já conhece o caminho da fenda ávida,
Cujo vale é uma fonte de eterno calor,
Como lábios sempre prontos ao beijo...
É o desejo a espera da boca impávida.

Cálida carícia dessa chuva passageira,
Que fomenta cada vez mais tua paixão,
E a boca abre os lábios para o beijo,
Pelo calor do desejo umedecido,
As labaredas da combustão da libido.

Deitar-te nua numa praia sob a chuva,
A luz da lua embaçada sobre o mar,
Sentir no corpo o toque sutil do vento,
Bebendo lento em tuas covas sensuais...
E o som do mar se confundindo com teus ais.





Florbela Espanca.
J. Norinaldo.


Florbela Espanca com poesia a solidão,
Que nos espanca impiedosa o coração,
Além da flor a poesia e a ternura,
Tanta candura que nos veio do Alentejo,
Espargido pelo vento do alem mar,
A navegar entre as ondas da loucura.

A mulher é um lindo poema por si só,
Imaginem aquela que destila poesia,
Que tem em cada gesto um lindo tema,
E que faz do universo uma fantasia,
Não existe pedestal a sua altura...
Nem palavras que a descreva num poema.

A flor de lótus encanta o espelho do lago,
Rorejada pelo orvalho das manhãs,
Lembra a Florbela que espanca a solidão,
E o coração buscas em esperanças vãs,
Não recorda-la como o fruto mais amargo...
Tentando dar-lhe o doce gosto das maçãs.







sábado, 5 de dezembro de 2009


Portugal das Caravelas..
J. Norinaldo.

Muito obrigado Portugal das caravelas,
Foram três delas que me avistaram primeiro,
Que batizaram a minha pátria querida,
Por quem jurei defender com a própria vida,
Que não esquece seu padrinho verdadeiro.

Quinhentos anos que assinamos na história,
Que a nossa gloria possamos dividir contigo,
Como a parteira que traz uma vida ao mundo,
Por ti guardo esse sentimento profundo,
Como o amor que se tem a um grande amigo.

Oh! Portugal das vilas brancas por trás dos montes,
Do mar azul rebelde que dominastes com perícia,
Dos belos prados dos poetas inspirados em Camões,
Das canções, do vinho verde, e dos belos fados...
Das belas lendas dos castelos encantados.




A Montanha da Vida.
J. Nornaldo.


A vida é uma montanha que não tem descida
Alcantilada ladeira de um grande talude,
A sua escalada sem guia e nem mapa,
Não é por etapa com sombra e descanso.
Não é como um rio que segue para o mar...
E antes de chegar desfruta o remanso.

Enquanto o rio desce a montanha,
Levando a vida a quem tem que subir,
Saciando a sede de quem precisa viver,
O homem bebe e polui a água que desce,
Esquece que atrás vem alguém pra beber.
As vezes o rio antes do mar perece.

A escalada prossegue na escarpa do monte,
E a água da fonte continua a brotar,
Para alguns a subida termina ligeiro,
Nem todos conseguem ao pico chegar.
Alguns por covarde desistem da luta,
Outros são carregados como lixo pro mar.

Não se sabe o memento que termina a subida,
Os caminhos são muitos que se pode escolher,
Todos querem subir não importa a maneira
Quem esqueceu de levar o amor na bagagem,
Receberá como premio no final da viagem...
Uma cova de terra e o nome num pedaço de madeira.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

De Mim Para Ti.
J. Norinaldo.

Hoje resolvi escrever a esmo,
Assim mesmo sem parecer poesia,
Ouvir o vento decifrar sua mensagem,
Olhar as nuvens e procurar uma imagem...
Que simplesmente se pareça com você.

Olha que coincidência mais linda,
No céu não havia nenhuma nuvem ainda,
Mas a lua cheia prateada estava lá.
E sabe o que ouvi neste momento?
A voz do vento, um poema declamar.

Eis o poema que vento declamou:
Não é a lua o que vês no firmamento,
Neste momento uma nuvem a escondeu,
Para que vejas o quanto é grande o amor,
Que pode transformar em poeta o vento.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


Insônia.
J. Norinaldo.


São seis horas da manhã,
Já contei todos os carneiros que podia,
Os pássaros já cantam em minha janela,
Velei a noite para enfrentar o dia,
A insônia também é uma mulher,
Que ninguém jamais se apaixonaria.

Uma noite em que me venceu o cansaço,
Sonhei com um lago refletindo a luz da lua,
Entre cisnes que nadavam ao teu redor,
A flor de lótus implorava teu perfume,
E o meu ciúme por te ver nadando nua,
Acordei quase afogado em meu suor.

Agora são três horas da manhã,
Fecho os olhos e só vejo a escuridão,
Tento dormir para em sonhos viver,
Mas a dor que vive em meu coração,
E o relógio na parede parecem dizer...
Só Deus sabe se ela vai voltar ou não.

A insônia que persegue minhas noites,
Impedindo-me até mesmo de sonhar,
E acordado esse pesadelo medonho,
A loucura pouco a pouco me consome,
Até que esqueça o meu próprio nome...
E que seja para mim mesmo um estranho.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


Lua Nua
J. Norinaldo.

A lua atravessa a vidraça da minha janela,
E nua prateia na cama teu lugar já frio,
Como a tentar trazer algum consolo,
A este poeta tolo em noites de cio,
Cujo coração bate num peito vazio.

Lembras quando ao meu lado rolavas nua?
E era com a lua que eu te comparava.
A alvura da pele macia que resplandecia,
Na penumbra do quarto como uma luz própria,
Uma tocha flamante que de paixão ardia.

E o travesseiro ora prateado pela luz da lua,
Parece que o dossel da colcha são teus cabelos,
E o coração cor de rosa bordado com tanto carinho,
Com dois bastidores que lembravam nossas alianças...
Que a lua clareia e enche-me a alma de esperanças.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009


Liberdade.
J. Norinaldo.

Encontro-me entre o pico e o declínio,
Na masmorra da minha liberdade,
Numa torre que eu mesmo construí,
No terreno do medo e da saudade,
Na vastidão da teia que não urdi,
Que não enxergo as paredes nem a grade.

Todos as pedras que na vida carreguei,
Tanto caminho percorrido tudo em vão,
A vida me concedeu esta liberdade,
De amar, de sofrer e sentir saudade,
Mas com três letras destruiu minha ilusão,
Agora que preciso de um sim, ela diz não.

Sem nenhum tribunal para apelar,
Sem liminar me elimina sem razão,
De que me vale então tanta liberdade?
De olhar pela frente das grades da prisão
Sem sentir os estigmas das correntes...
Mas sentir as dores e o peso do grilhão.

Sei que é noite quando as tochas são acesas,
E pela sombra que me afasta a solidão,
Sempre alerta para saldar um novo dia,
Sem ver as flores que perfumam a primavera,
As noites claras e dias de plena escuridão...
Às vezes me pergunto: o que seria escravidão?






Poema sem Nome
J. Norinaldo.

Recebi um poema sem nome que alguém me enviou,
De mau humor não li guardei dentro de um livro,
Queria mesmo a resposta a minha carta,
Que te enviei declarando todo meu amor,
E o carteiro não batia a minha porta...
Será que da minha insistência estavas farta?

Nunca, nunca mais me chegou a tal resposta,
Virastes as costas para quem tanto te amou,
Varei a vida carregando este sofrimento,
De amar tanto a quem só me renegou.
Se fostes feliz não tenho conhecimento,
Falo por mim, fui infeliz sem teu amor.

Uma eternidade se passou em minha vida,
Numa noite cheia de estrelas e bela lua,
Peguei um velho livro para lê em minha cama,
Quando me cai no peito como uma alma que sofre,
O velho poema era teu e dizia o quanto me amavas,
E o teu nome estava na última estrofe.


Meu Deus! Me perdoa a estupidez,
O que me fez agir de maneira insana,
Agora é muito tarde para pedir perdão,
Ela se foi hoje é somente uma lembrança,
Escrevi este poema apenas na esperança...
De ajudar alguém que não escuta o coração.