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sábado, 23 de janeiro de 2010



Meus Pensamentos.
J. Norinaldo.

Encontro-me no último estágio da Torre Eiffel, encantado com as luzes de Paris. De repente um forte vento arrebata meu chapéu, minúsculo foi o meu reflexo ao tentar reavê-lo, fiquei a vê-lo num balé cadenciado, para um lado, para o outro e descendo lentamente ao sabor do vento. Livre, louco como tantos que daqui já se atiraram. Penso: se pudesse levar consigo nesse vôo enlouquecido meus pensamentos, não todos, mas pelo menos aqueles que no momento se aninhavam sob sua abobada. Se lá embaixo, algum mendigo, avistando-o corresse como um caçador de pipas até que o mesmo viesse parar em suas mãos. Experimentá-lo-ia, vendo parecer ser feito para si, dar um sorriso de satisfação, pelo inesperado presente que lhe trouxera o vento e seguir feliz o seu caminho. Que faria com meus pensamentos? E que faria eu sem eles? Com eles, a vontade de viver, de acreditar, que a esperança será sempre a última a morrer. Sem eles, a mente vazia, a alma fria, e quem sabe o desejo de seguir o mesmo caminho, mesmo sem o interesse do vento, nem de quem naquele momento ocupava minha mente. Quem sabe...

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