Translate

domingo, 3 de janeiro de 2010

Velhas Feridas.
J. Norinaldo.

Velhas correntes que a ferrugem corrói,
Aos poucos destrói traumas já vividos,
O presente constrói a ponte do tempo,
Com pedras de nada e ventos despidos,
Sobre rios de lágrimas em leitos de lama,
Onde navega a chama de feitos vencidos.

Nas esquinas do vício meninas perdidas,
Com as mãos estendidas a vender amor,
A cada buzina uma esperança na vida,
Da flor precoce colhida ainda em botão,
Da mulher menina que a vida escolheu...
E nem sequer deu o direito a um não.

Meninas que geram meninas sem rumo,
Como a fruta sem sumo que não madurou,
Marcadas a ferro pela mão cruel do destino,
Diminutas figuras que aguardam as buzinas,
São as rosas pequenas que se abrem a noite...
Em vasos do lixo que enfeitam as esquinas.

Sem comentários: