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terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Rei Mandou.
J. Norinaldo.

Ataviar com ouro a falsidade,
Entronizar o tirano por idéia,
Cultivar o veneno por engano,
Censurar a beleza da plebéia,
Escolher por capricho a abelha,
Que virá será a rainha da colméia.

Girar o timão no rumo certo,
O certo que você mesmo escolheu,
Indicar a estrela mais brilhante por farol,
Separar quem terá direito ao sol;
Que os aplausos cessem a um sinal,
Recomendar os livros que escreveu.

Espionar do alto do castelo que não é seu,
Quem não segue o que o rei determinou,
Quem não leu o tal livro indicado;
Quem parou de aplaudir sem ser mandado,
Ou a plebéia que se enfeita com capricho...
Seu jardim foi esquecido, abandonado.

Se um dilúvio se abater sobre o deserto,
E por acaso o vento apagar sua candeia,
Depois se ajoelhe e agradeça pela graça,
Pois quando a chuva cessa e tudo passa,
O oásis está como uma taça cheia,
Não haverá tempestade de areia.

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