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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Tardio Perdão.
J. Norinaldo.


Inflama-me a alma angústia incontida,
Saber-te perdida nos braços de alguém,
Inocência iludida pela beleza do mal,
Como a rosa colhida com tanto carinho...
Que enfeita a tristeza de um funeral.

Enquanto carrego este fardo de dor,
Tu falas de amor a quem não te ama,
Enquanto eu sofro a insônia cruel;
Brindando a dor com uma taça de fel,
Tu falas no céu, mas em outra cama.

E o vento me traz os gemidos da noite,
Como um açoite deste amor bandido,
Não correspondido do lado de lá;
Quem sabe mais tarde tu te arrependas,
E aprendas com o amor não mais brincar,
Sofrendo te dando, sem ninguém te dar.

O triste na vida é voltar ao começo,
Sem ter endereço a quem procurar,
Pedindo de joelhos, implorando perdão,
A quem tanto sofreu só por te amar;
E de tanto chorar se afogou na solidão...
E só o Homem da cruz para te perdoar.






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