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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011



O Banco da Praça.
J. Norinaldo.



Do outro lado da rua se encontra a felicidade,
Enquanto eu aqui sozinho observo deste banco,
A rua onde brincava há pouco tempo menino,
Faz tanto tempo que aqui espero alguém,
O tempo pintou o meu cabelo de branco,
Há quanto tempo que já sei que ela não vem.

Quando menino e brincava tão alegre lá na rua,
Lembro de alguém que se sentava aqui também,
Imaginava há quanto tempo esperava,
E se na verdade estava esperando alguém,
De quanta tristeza esse banco é testemunha...
De alguém que espera por alguém que nunca vem.

Vejo um pássaro tendo no bico um talinho,
Fará um ninho pra dividir com alguém,
Enquanto eu aqui com meu cabelo branco,
Não fui feliz e nem fiz feliz ninguém,
Se receber este poema pense bem...
Antes de vir a sentar-se neste banco.

domingo, 30 de janeiro de 2011




Saudade do Tom.
J. Norinaldo.



Aonde quer que você for,
Haverá sempre uma a brisa,
O perfume de uma flor,
Uma luz que se eterniza;
Uma linda história de amor,
Um olhar, donde a lágrima desliza.

Aonde quer que você vá,
Há de encontrar no caminho,
Uma pedra ou um espinho,
Alguém sozinho, um ninho vago;
Alguém carente de afago,
E o cantar de um passarinho.

Aonde quer que você chegue,
Ouvirá prantos de mágoa,
Um riacho que deságua,
No rio que vai pro mar;
Não importa o que encontre...
O importante é que vá.

Para onde quer que você volte,
Escolha sempre outra estrada,
Se há pegadas no caminho,
Se alguém caminha na frente,
Pense no que disse o poeta...
É impossível ser feliz sozinho.















sexta-feira, 28 de janeiro de 2011



Beleza da Miragem.
J. Norinaldo.



Não sei qual o mais belo se és tu ou a paisagem,
Com essa imagem recortada contra a luz,
Com este corpo que imita a perfeição,
E este andar que provoca e que seduz,
Com estas vestes feitas, pela mão da ilusão.

Esta beleza que aos olhos me fascina,
E se não passa apenas de uma miragem,
Apenas cria da minha fértil imaginação?
Ou um delírio com a beleza da paisagem
Que decifrada a razão se faz bobagem.

Ou és um sonho em que vivo aqui desperto?
Pois no deserto se vê água onde há areia,
Se não passas de uma tela imaginária?
Originária do sonho de alguma sereia,
Ou da minha loucura hereditária.

De uma coisa estou, certo mesmo louco,
Que pouco a pouco essa beleza vai sumindo,
Como os belos desenhos lá nas nuvens,
Como um belo quadro que pelo céu se estende,
E de repente o que se vê já não se entende.


Pétalas no Chão.
J. Norinaldo.



Arrumei um lindo buquê de rosas,
Para entregar ao meu amor,
Imaginem a minha dor quando alguém diz,
Que te fostes para sempre com alguém,
Que com certeza não te quer como te quis.

Voltei com meu buquê tão perfumado,
Arranjado com tanto amor e carinho,
Bati tanto com ele pelo chão,
Que além de me dilacerar a mão,
Restou-me apenas um buquê de espinho.

As pétalas espalhadas pelo chão,
Como a dizer: por favor o que eu fiz?
Que culpa tenho eu da desventura?
Eu estava em meu jardim tão feliz,
Agora sou pisoteada com loucura.

Vê se de hoje em diante pensas bem,
Antes de entregar a alguém teu coração,
Novas rosas nascerão em teu jardim,
Teu sofrimento um dia terá um fim...
Enquanto eu fico esmagada aqui no chão.

Os galhos com espinhos eu plantei,
Estou só esperando florescer,
Recordando aquelas pétalas no chão,
Novamente farei um outro buquê,
E sem medo de enganar meu coração...
Com paixão enviarei pra você.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011



As Fores da Urtiga.
J. Norinaldo.




Naufragam em lágrimas meus sonhos,
Medonhos pesadelos me perseguem,
Pelos becos, os vultos sem pegadas,
Nos degraus corroídos das escadas,
Os fantasmas perdidos que me seguem.

Meu jardim de urtigas bem cuidadas,
Cujas flores são buquê de amargura,
Como a tela que se pintou com lama,
Uma vela, que já não tem mais chama...
Enfeitando o altar dessa tortura.

Rangem os gonzos da masmorra,
E o frio me atinge o corpo inerte,
Dizendo que lá fora existe a vida,
Que a urtiga está florada e colorida;
Outra lágrima dos meus olhos verte.

Basta! Hoje dou meu grito de alforria,
Vou gritar e cantar velhas cantigas,
Vou reescrever minha vida em poesia;
Vou sentir no rosto um raio do sol...
Vou ver rosas nas minhas flores de urtigas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Por Favor, sonha Comigo.
J. Norinaldo.



Queria tanto responder aos teus anseios,
Queria tanto decifrar teus arrepios,
Suores frios surgindo a cada pergunta,
E como a rosa é protegida por espinhos;
Escoltar-te com amor pelos caminhos,
Criando corações, com as pedras que a dor junta.

Engalanar com estrelas tuas vestes,
Com mil archotes iluminar a tua estrada,
Na alquimia, buscar o mais raro perfume,
Na fantasia uma fórmula encantada;
Que aliviasse por momento meu ciúme,
Que preenchesse esse vazio do meu nada.

Construir com a luz da lua um abajur,
De cor azul que clareasse o esplendor,
No despudor da nudez profana e pura,
Como o vento na procela em seu furor;
Põe a deriva o barco de quem procura...
Singrar as ondas de um oceano de amor.

Ah! Queria tanto que fosse realidade,
Que por maldade a vida não me negasse,
Por este sonho, lutaria contra o mundo,
Aquela pérola, que mais te agradasse...
Buscaria no oceano mais profundo,
Para que você, comigo também sonhasse.


sábado, 22 de janeiro de 2011

A Voz Do Vento.
J. Norinaldo.


A beira do abismo olhar perdido,
Uma falsa calma me permeia,
A brisa perfumada da montanha,
Um forte cheiro de vida me rodeia,
Uma ave noturna perto canta,
Talvez pra saldar a lua cheia.

Por que será que estou aqui sozinho?
Exatamente no final de alguma estrada,
Não seria o primeiro nem o último,
Ao dar o passo ao vazio, para o nada;
Será mesmo que vale a pena recuar,
E continuar nesta vida desesperada?

Olho para o céu vejo uma estrela tão brilhante,
Como antes nunca a vira brilhar assim,
A voz do vento parece dizer baixinho:
Na verdade nunca estiveste sozinho,
Sempre estive do teu lado sem ser visto;
Sem reclamar por tua falta de carinho.

Queres dar este passo vais em frente,
Com a certeza que me levarás contigo,
O Pai te deu o direito de escolher,
Eu fui à cruz e morri crucificado,
E não reconheces o quanto sou teu amigo
Nem imaginas o que por ti tenho chorado.





Minha Sombra.
J. Norinaldo.


A sombra que me segue enquanto há luz,
Como um fantasma calado, e taciturno,
Não imita meus gestos por deboche,
Se desgarra no escuro breu noturno,
Até acena, mas não fala com ninguém,
Não entra na caverna em que me enfurno.

A sombra da montanha por mais alta,
Tem o peso igual a um sentimento,
Não reclama dos trapos que lhe vestem,
Tão leve mais não se vai com o vento,
Como seria a sombra de uma sombra?
Seria eu sombra de algum pensamento?

Se penso logo existo diz a lógica,
Mas a sombra existe sem pensar,
O vento que agita o mar, não vejo,
A sombra é igual enquanto beijo,
Mas não vai sempre aonde eu for,
Nem foge quando eu mesmo me apedrejo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011



Sonhar é Preciso.
J. Norinaldo.


Enquanto navego num barco de sonho,
Sonhando me oponho as mazelas do mundo,
Que mesmo girando em torno de si,
Parece dormir um sono profundo;
O vento em vigília que açoita as velas,
Como borboletas num vale fecundo.

Sonhar é tão belo, tão belo é amar,
Navegar é preciso pra quem merecer,
Quem vive e não sonha motivos terá,
Hesitação lhe sobra para me responder;
Sem barco e sem sonho e sem navegar...
Se a vida é viver, ou viver é sonhar.

Eu sonho desperto é tão belo sonhar,
Espero ansioso pelo nascer do sol,
Dos raios a hélice meu barco navega,
Sua luz que ilumina o mais belo farol,
E o meu barco de sonho assim como um andor...
Singrando nas ondas o amor que carrega.

Não basta sonhar é preciso viver,
Não basta viver é preciso amar,
Amar é viver e viver é sonhar,
Navegar e sonhar rumo a fantasia,
O mundo não para está sempre a girar...
E o poeta sonhando um mundo poesia.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011



O Dono da Estrada.
J. Norinaldo.


Diamantes que adornam colos lascivos,
No deserto não valem um pedaço de pão,
O Castelo vistoso cercado por lago,
Não vale um afago feito de coração,
Aquele que lega ao irmão o sobejo...
Seu beijo não vale um aperto de mão.

Quem abre o caminho e cobra pedágio,
Seguindo o adágio da galinha e do grão,
Enchendo baús de tesouros na vida;
Ficará sob a estrada num pedaço de chão,
Voltando ao nada sem levar bagagem...
Mãos vazias e cruzadas na última viagem.

Quem caminha na estrada carregado de amor,
Pagando o pedágio que a vida lhe cobra,
Comendo o que sobra do festim do senhor,
Não é como a pedra que a ganância lapida;
Passa pela estrada com seu doce fardo,
Enquanto o outro cobrava... A vida passou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


A Prece e o Pão.
J. Norinaldo.

A mesma voz que já me negou um pão,
Que disse um não quando eu mais precisei,
A mesma mão que não me atirou um trapo,
Quando um farrapo, em sua porta me arrastei,
De mãos postas elevadas para o alto...
Daquela voz uma linda prece eu escutei.

Decerto o céu precisa mais do que eu,
Daquela prece que também falava em pão,
Multiplicado certa vez pra dar aos pobres,
Será que os nobres têm amor no coração?
Para um faminto vale mais uma migalha,
Que para Deus uma falsa oração.

Não nos deixais faltar o pão de cada dia,
Paz na terra aos homens de boa vontade,
Será que tudo não passa de poesia,
Ou a oração que Ele ensinou era a verdade?
E eu cometo aqui uma heresia,
E que rezar, também é fazer caridade.?

Para quem o pão sobra em sua mesa,
Nenhuma prece antes da cada refeição,
Outros que chafurdam na pobreza,
Rezam somente na hora de pedir o pão
Já não sei se perdôo aquela voz...
Ou se sou eu quem devo pedir perdão.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


O Menor Poema.

J. Norinaldo.



O mais lindo poema que o mundo conhece,
Não é salmo ou hino, tampouco uma prece,
São somente sete letras assim como alegria,
E de nenhum talento quem declama carece,
Mas é imprescindível tamanha magia.

Um poema tão belo e tão pequenino,
Que qualquer menino soletra e decora,
Quem o ouve chora de tanta emoção;
Quem não o ouviu por certo o implora...
Tão pequeno que cabe em um coração.

É claro que sabes do poema que falo,
Do talo da rosa que não tem espinho,
Se sigo sozinho é por não ter certeza,
Se verás a grandeza quando a ti declamo...
Estas sete letrinhas, querida: “EU TE AMO."


domingo, 9 de janeiro de 2011

Declaração de Amor.
J. Norinaldo.


Bafeja a brisa do bosque cheiro de cipreste em flor,
Pássaros cantam alegres canções que Deus ensinou,
Rastros na terra molhada de alguém que aqui pisou,
Passando sem ver o belo que a natureza pintou,
Pensando talvez na vida deixando a vida passar...
Sem conhecer o sentido de quem viveu, ou passou.

Enquanto os raios do sol penetram o lago profundo,
A cimitarra de fogo que a vida traz o calor,
Um colibri venturoso voeja ante o banquete,
Uma rosa colorida pela aquarela do amor,
Que se abre para o mundo como a deusa que acordou...
Para o beijo do amante que a vida lhe reservou.

Borboletas coloridas num deslumbrante bailado,
E no espelho do lago o céu azul refletido,
E o poeta colhe o pólen para fabricar seu mel;
Até que a noite chega e cobre tudo com seu véu,
E o lago ora reflete raios de prata da lua,
E a deusa dorme, sobre o espelho, agora nua.

Tudo isto me leva ao mundo da fantasia,
Onde tudo é poesia amor e felicidade,
Diante dessa magia meu coração não resiste,
Tomo a certa decisão de te dizer verdade:
Que o que sinto por ti já não é só amizade...
Te amo, tenho certeza que a felicidade existe.



sábado, 8 de janeiro de 2011


O Poeta e o Mundo.
J. Norinaldo.


Poetar é ver o mundo como o mundo não é,
Ver a beleza da flor virando fruto no pé,
Fazer da pedra uma musa sem utilizar cinzel,
Criar um conto de fadas num ranchinho de sapé,
Ouvir as canções do vento contando estrelas no céu,
Plantando as mais lindas flores do jeito que o amor quer.

A poesia acalanta como canção de ninar,
O coração de um poeta, um tinteiro tão antigo,
Com as cores extraídas das borboletas do bosque
No desabafo da vida poetas ébrios e loucos,
Sabemos não foram poucos que morreram sem abrigo...
Ou que foram tão sinceros, como o velho Charles Bukowski.

Quem lembra Mário Quintana no final da caminhada,
Poesia inacabada, faltou tinta no tinteiro,
Florbela Espanca afogada em mágoas deixou ao mundo;
O poema mais profundo sem a estrofe do dilema derradeiro...
Mas só o Poeta lá de cima, é o autor do poema verdadeiro.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Folhas Mortas do Outono.
J. Norinaldo.

A nuvem cobre o deserto o rio corre silente,
A esmola é desprezada se colhe o fruto que cai,
A poesia enaltece a primavera florida,
As folhas mortas do outono bailam com a morna brisa;
A abundancia de peixes na renovação da vida,
Ninguém se ampara do sol a sombra de um bonsai.

A vida segue seu rumo sem saber por onde vai,
Em cada família um pai cada vez mais sem prestígio,
O respeito esmagado pelos pés grandes da moda;
O homem respira lucros só pensa no consumismo,
Do antigo romantismo hoje não resta vestígio,
O sol sai de trás da nuvem... E a terra roda que roda.

Cada bomba que se faz para destruir a terra,
Cada guerra fomentada atiça a gula da morte,
E o homem segue o caminho que lhe indicou o engano,
Alguns por algum atalho conseguem chegar a um trono;
Outros são apenas numero assim como boi de corte,
E o vento segue bailando com as folhas mortas do outono.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Verdade e Ilusão.
J. Norinaldo.

Quem sabe a verdade esteja
Sob o manto da ilusão,
Quem garante que a loucura
Não seja a própria razão;
Por que o trigo madura...
Para se obter o pão?

Quem fala em nome de Deus,
Sem mostrar procuração,
Aos aposentos do rei,
A lei não tem jurisdição;
E o cajado do sábio...
É uma interrogação.

E quem me responderia,
A tanta indagação?
Quantos poetas morreram,
Por ver além da visão?
Quiçá a filosofia, quiçá...
Desvende essa fantasia,
Que a vida, não passa de ilusão.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


Entre a alma e a Matéria
J. Norinaldo.


O pior rico é aquele que foi pobre,
Ser nobre implica em bem nascer,
O temor do retorno a miséria,
Modifica por completo a matéria...
E até a alma consegue corromper.

Conheci muitos pobres, hoje ricos,
Que agora fingem nem me conhecer,
Outros ricos ora vivendo na miséria,
E que meus amigos querem ser,
É a luta entre a alma e a matéria.

Eu amo o vento sem saber se é feio ou belo,
Amo a Deus por que foi quem fez o vento,
E pela alma que me deu e tanto zelo;
Sinto pena do nobre que assim não pensa...
E se atira da torre do seu castelo.


Não sou rico, tampouco sou miserável,
Descartável para alguns eu posso ser,
Na riqueza ou na pobreza busco o tema;
Sem nobreza é que criei este poema...
Simplesmente para lhe oferecer.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


A Masmorra da Vida.
J. Norinaldo.

Em suma todos nós somos culpados,
Inocentes declarados Pela lei,
Paradoxos que a vida não explica,
Nem justifica onde foi que eu errei,
Cada um sem a sentença que merece,
Por que toda prece é dirigida a um rei.

Quando o velho caduco e encurvado,
É recolhido para o mofo da masmorra,
Como o ácaro é banido dos salões;
O velho é trancado na cela até morra,
Como as folhas secas caídas no outono...
Tendo o sono povoado por dragões.

Em suma somos todos inocentes,
Postulantes a culpados pela vida,
Os caminhos nos levam aos tribunais,
Alguns com tapetes macios coloridos;
Por juízes culpados somos todos argüidos...
Nas masmorras dos castelos arbitrais.

Quem acredita que o céu está mais perto,
Como o rastro do camelo no deserto,
Que o vento num segundo tudo apaga;
O martelo da lei não bate em prego,
E o planeta já está ficando cego...
Em vez de prece, está se rogando praga.

domingo, 2 de janeiro de 2011



O Valor na História.
J. Norinaldo.


Busca-se pecado onde não há,
Uma Tentativa de se justificar,
Os erros que hoje cometemos,
Descobrem-se segredos enterrados,
Trocados por ouro nos mercados;
Mas, a verdade não é o que queremos.

O segredo é a pilastra do meu templo,
Minha seita é detentora do segredo,
O meu deus é poderoso e vingativo;
Qual seria o motivo desse medo?
Quem teria escrito tal enredo?
Que mantém o ser humano cativo.

Para o inferno as respostas que escuto,
Se não discuto a cruz na palmatória,
Ou os motivos que me trazem a insônia,
Deixo aqui uma pergunta aleatória:
O que tem mais valor para a história?
O templo de Salomão ou o jardim da Babilônia?

sábado, 1 de janeiro de 2011


A Verdade.
J. Norinaldo.

Desconheço o traçado do planeta,
Os tratados aos quais me subordino,
Os livros pelos quais me oriento,
Não leio tudo nos contratos que assino;
Ao que me ensinam nem sempre estou atento.

Não creio em tudo que me dizem,
No que vejo dúvidas por vezes tenho,
Não tento provar que sou eu mesmo,
Não discuto com o rei por ser covarde,
Mas desejo saber de onde venho.

Para onde vou já me mostraram,
O que acontece depois só teoria,
A verdade é que não sei se é mentira,
Nunca tive informação de quem partira,
Por enquanto tudo é somente poesia.

Se afago a mentira por sobrosso,
Palavra antiquada e em desuso,
Se busco a verdade enquanto moço,
A verdade que se compra é o que ouço;
Que me deixa na verdade mais confuso.