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domingo, 20 de março de 2011



A Balança e a Espada.
J. Norinaldo.


A deusa suprema está armada,
Ao seu dispor a balança e a espada,
Apesar de ser cega e está vendada,
Consegue distinguir meu sobrenome,
Discernir que ele nada tem de nobre...
E simplesmente o processo pobre some.

Para o rico o balouço da balança,
Para o pobre o frio aço da espada,
E o medo da farda e não da toga.
Para aquele que já nasceu sem nada,
Que a treva da ignorância afoga...
Garroteando a esperança esfarrapada.

E a deusa cega de seios sensuais,
Do alto da torre construída,
Com as pedras tão velhas como a vida,
Escreve as sentenças maiorais.
E o prato da balança que mais reza...
Pesa sempre para o lado que tem mais.

Liminares a luz da estrela D’alva,
Que salvam o ilustre que se enleia,
Para aquele que não tem sobrenome,
Como luz, nem mesmo a lua cheia,
O ilustre fica livre num minuto...
Enquanto o pobre apodrece na cadeia.

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