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terça-feira, 8 de março de 2011



O Cordeiro Manso.
J. Norinaldo.



Na indulgência do sábio que planeja o açude,
Que a mão rude de pedras a taipa levanta,
Na geometria sagrada do templo,
A voz primitiva nem sabe o que canta;
Comete heresia gritando a esmo...
Tentando aos gritos, enganar a si mesmo.

Os caminhos são tantos e livre a escolha,
A sombra oferece a quem quer o descanso,
Para quem carece seguir seu caminho,
As vezes num rio em busca de um remanso;
Ouve os gritos no templo no alto do monte...
Como se surdo fosse o cordeiro manso.

O cajado já gasto de tanto caminho,
Teve folhas embaladas pela ventania,
Enquanto servir de escora para a vida,
Seu rastro na estrada ainda tiver serventia;
Até virar cinzas no fogo qualquer...
Assim como o caminho findará um dia.

O caminho é passagem assim como a vida,
A taipa do açude represa o remanso,
O sábio indulgente não sabe de tudo,
A sombra oferece a quem quer o descanso;
O cajado a escora quem ainda não ficou surdo...
Pelos gritos em nome do cordeiro manso.


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