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segunda-feira, 11 de julho de 2011


Pássaro na Antena.

J. Norinaldo.

O Barco me leva ao sabor do vento,

Como o canto lento de um passarinho,

A sonata triste de uma esperança,

De encontrar um galho para o seu ninho;

Eu componho a letra daquela canção,

Por saber de cor o que é ser sozinho.


O pássaro voa e a antena balança,

A árvore cinza que já não dá fruto,

Nem sobra gravetos para o seu ninho,

Cadê a floresta que existia antes?

E o alimento para o filhotinho,

Hoje só o lixo desses navegantes.


Essa árvore fria com galhos iguais,

Na mata de pedra que o vento não move,

Que não tem a sombra que abriga do sol,

Nem serve por teto na hora em que chove;

E o homem segue desmatando tudo...

E com o canto triste já na se comove.


E o meu barco segue singrando este mar,

Semeando o campo a espera do vinho,

Sem me importar o que diz o canto,

Que insiste em cantar esse passarinho;

Preciso comprar uma nova antena...

Que seja melhor que a do vizinho.

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