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sexta-feira, 22 de julho de 2011


A Trilha da Vida.

J. Norinaldo.


Culpar o mundo pelo meu destino,

É culpar o sino pela minha fé,

Quem caminha sempre por caminhos feitos,

Só ver os defeitos caminhando a pé;

Quem não aprendeu a fazer sua senda,

Jamais tece o pano para o seu altar.


Quem manobra o barco a atracar no cais,

Nunca é que fez a quilha perfeita,

Quem degusta o fruto que foi escolhido,

Nunca está presente na hora da colheita;

Quem teceu o linho que enfeita os dosséis,

Não fala do púlpito para seus fiéis.


O homem que grita a frente da tropa,

A pedra angular no arco do templo,

A vaga que embala a quilha do barco,

Aqueles que seguem o homem que grita,

Como um rio que corre por um leito pronto...

São flechas atiradas a esmo ao vento.


Quem semeia o trigo pra fazer o pão,

Deixa pelo chão seu caminho feito,

Celebra a colheita com seu próprio vinho;

Como o rio forja o seu próprio leito,

Esquece do boi que puxa o arado...

Que a trilha da vida não se faz sozinho.

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