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terça-feira, 27 de setembro de 2011



Louco Poema.

J. Norinaldo.


Castelos de areia não abrigam tiranos,

Bonecas de panos não conhecem a maldade,

A neve se derrete e se transforma em lama,

Das bonecas de pano só resta a saudade;

E os castelos de areia que a inocência reclama...

Num velho poema que um louco declama.


Se a antiga flecha hoje é bem mais veloz,

Calando a voz de quem justiça clama,

Que o menino retorne ao castelo de areia,

Sem trono ou salões a vontade tirana,

Que será destruído pela maré cheia,

Enquanto este poema um louco declama.


Se há laivo de sangue no manto tirano,

Servira de retalho a boneca de pano,

Que com olhos pintados mantém acesa a chama

Que o amor tenha sempre o céu como teto...

E o castelo de areia do menino arquiteto,

Seja o predileto poema que um louco declama.


O mar não sovina a areia ao castelo,

Porém, por ser belo a maré não o desvia,

E o menino arquiteto não chora ou reclama;

Não conhece a blasfêmia ou a heresia,

Constrói novamente seu castelo de areia...

Como eu doido construo, esse louco poema.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

O amor é infinito... Que assim seja. A candura "do menino arquiteto," respalda o eterno renovar. Continua a declamar seu doido poema. Abraço, amigo.