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quinta-feira, 15 de setembro de 2011


A Noite e o Mar.

J. Norinaldo.


A noite absorve toda a sombra, como o imenso mar que acolhe os rios, e as miragens se escondem na areia, e não são levadas pelo vento; quando o vácuo do nada e seus tentáculos varrem da mente o pensamento. Navega o Tuareg suarento, em busca do sal que há na areia, tão longe do mar que acolhe os rios. Se na lente está a vida diminuta, que luta para destruir a vida, navegando num mar que se limita, a um pequeno tubo de ensaio. A noite não contamina a sombra, como os rios contaminam o mar, a lente não mostra o nó de cânhamo, como uma gravata de cisal, cujo espinho na ponta como lança sem ajuda não alcança o coração.

O poema do louco desvairado, que vive no pântano que margeia a existência, pela dor, a carência a solidão, catando os gravetos da paixão para a fogueira que aquece a sombra fria, na poesia que faz renascer a vida, e traz doce onde só havia sal, dando cores a gravata de cisal.

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