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sábado, 1 de outubro de 2011


Boi da Cara Preta.

J. Norinaldo.


Sei que não sou como queria ser,

Mas também não podia, por que não pedi,

Quando era uma criança éramos todos iguais,

Só depois descobri que tem uns mais normais,

Mas, só vim, a saber, isso depois que cresci.


As canções de ninar que me deixavam acordado,

Quando eu nem sabia o que era careta,

O preconceito velado pelo boi era franco,

Vem pegar esse menino boi da cara preta,

Por que não podia ser um boi todo branco?


Só depois descobri que o escuro inexiste,

Que o amanhã não chega, pois está no futuro,

Que o passado se foi como carga de um bonde;

Que não devo jamais temer o escuro...

Mas, sim aquilo que nele se esconde.


Pela estrada da vida hoje canto sem ritmo,

Lembrando a cara preta do boi da canção,

Correndo talvez sem saber para onde,

Querendo quem sabe um lugar no bonde...

Que está na estrada, só que na contramão.

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