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sexta-feira, 11 de novembro de 2011



Desacreditado.

J. Norinaldo.

A passos trôpegos caminho pela noite, já não temo o que há dentro do escuro nem os uivos dos lobos das esquinas. Já não lembro o que ficou para trás, nem sei mais qual foi o ponto da partida, já não ouço os sinos que tangeram, e que tangem os rebanhos pela vida. Sou apenas uma sombra onde há luz, caminhando por caminhos que achei feitos, e que dizem que me levará a Roma. Sou axioma verdadeira, sem premissa de nenhuma conclusão. Sou a estrofe de um poema inacabado, declamado por um mudo no deserto, sou o resto de um perfume que se esvai por seu frasco ter ficado sempre aberto. Faço parte do delírio de um ébrio, consciente de ser nada nesta vida, que na bebida busca um pouco de aconchego, sou a loucura que grita ao mundo a esmo. Sabe por que sou tudo isto? Simplesmente por não acreditar em mim mesmo.

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