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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011



Capitular.
J. Norinaldo.


Do píncaro da glória ao sujo beco, o falso vislumbre do trajeto, como quem sobe para baixo da montanha, como se o tisnado na brancura da bandeira,  expressasse o sentido da vergonha daquele que tem medo  de lutar, não de capitular, tornando a si  mesmo um vencido. O senhor do escudo mais brilhante, que busca o bastão do desafeto, já não lhe basta o trono que é seu, cujo brilho se perdeu, no vislumbre do trajeto. Quão mais alto for o píncaro escalado, mais sujo será o beco rastejado aos olhos de quem capitular. O homem a sonhar com o trono eterno criou o inferno assustador, onde queimam as almas que ousaram um dia desafiar o senhor, que não queima, mas rasteja em sujo beco, por que teve medo de lutar, mas não hesitou em capitular; agora serve de galhofa ao vencedor, no inferno que ele próprio criou.
Não importa o tamanho do exército, tampouco a sua finalidade, a glória alcançada pela guerra, jamais trouxe a felicidade, e a bandeira quanto mais é alta hasteada, mais é pelo vento humilhada, sem respeito é em trapos transformada, o bastão passará de mão em mão e o trono um dia vai terminar, assim como na vida tudo passa, o inferno não é vida e não sei se passará.

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