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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012




Aflição.
J. Norinaldo.

Soluços que ouço em noites de insônia,
Quebrando o silencio que a vida me impõe,
Não mudam a paisagem parada do teto,
As uvas secaram  e o jardim fenece,
Os soluços são meus por falta de afeto.

Na escuridão de um quarto  aflito,
Segurando o grito que o peito aloja,
A boca da forja bafejando quente,
A vida lá fora dançando com a brisa,
Aqui dentro os soluços da noite indolente.

Até que em fim a noite longa se vai,
E os pássaros cantam com tanta alegria,
Até parece castigo, pois ai chega o sono,
Como morto abandono a beleza do dia...
Sonhando em ter mais uma noite vazia.

E a angústia se junta a medonha  aflição,
Como moscas que rondam uma ferida aberta,
A convite da insônia e do louco silencio,
Quebrado por gritos na noite deserta;
Como fantasmas desfeitos n’algum pesadelo
Que a mão do horror com capricho conserta.

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