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sábado, 21 de janeiro de 2012




As Sombras
J. Norinaldo.


Mesmo que o futuro me apavore,
Mesmo que os rios corram lentos,
Mesmo as sombras petrificadas,
Mesmo tendo que arder em calçamentos,
Mesmo estando o passado tão distante,
Sinto as sombras se moverem em pensamentos.

Mesmo vendo que crianças já não brincam,
Assim como brincavam antigamente,
Mesmo aplaudindo uma canção se entender,
Mesmo não crendo faço esforço para crer,
Que o futuro será proeminente,
Só não sei se as sombras serão suficientes.

Nos desertos existem sombras rarefeitas,
E os desertos se propagam pela terra,
Onde a sombra dançava ao sabor do vento,
O homem destruiu com o poder da sua serra,
Hoje as sombras que existem nos assombram...
São dos fantasmas que pereceram na guerra.

Se a sombra do mosteiro não é santa,
E nem encanta como os cantos a Gregório,
E se a sombra depende sempre da luz,
Se o portal do templo não é simplório;
Como as sandálias com que andava Jesus,
Ou as suas últimas palavras lá na cruz.

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