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domingo, 8 de janeiro de 2012




Instinto.
J. Norinaldo.

Tuas mãos pequeninas que tateiam no escuro,
Em sonhos perdidos no castelo do medo,
A procura das  sombras da floresta encantada,
Em busca da flauta que ainda não podes tocar,
Da árvore que esconde de ti um segredo,
E te oferece um graveto na ponta do dedo.

E o próprio instinto de fêmea que grita,
E o corpo suscita ao amor conhecer,
É a árvore que doa seu fruto ainda verde,
É a flauta tocando sem saber o soneto,
A floresta ainda tenra escondendo segredo,
E o galho mais forte no lugar do graveto.

É o fogo que arde em baixo da trufa,
É o futuro que chega antes do presente,
É o sonho fremente do primeiro beijo,
A sobremesa servida antes do banquete,
Galhos tão finos para o fogo abrasante...
E a macieira em flor para o vinho bacante.

Os gemidos que cortam a noite silente,
O escudo rompido pela lança guerreira,
O portão se estraçalha perante o aríete
Se foram as couraças do instinto valente,
Quebrada a tramela da frágil porteira;
Marcando os lençóis com o nobre sinete...
E a taça da vida faz a vida vertente.

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