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terça-feira, 3 de janeiro de 2012




Não me Assusta.
J. Norinaldo.

O silencio do porão não me assusta,
Nem a altura do abismo me intimida,
Ou o olhar de uma fera que me espreita;
Temo sim, muito mais que o desprezo,
Uma fonte de água fétida  já servida,
Como o silencio de quem finge que me aceita.

O escuro não me assusta, e sim o que ele esconde,
A claridade talvez me assuste muito mais,
Pois é capaz de revelar o que há por trás do escuro;
Como o futuro que se busca em desespero,
Como o fogo que há por baixo do monturo,
E no passado em que não se morrerá jamais.

Não me intimida a tempestade ou a procela,
Não temo o dedo que me aponta em desafio,
Se a altura do abismo causa horror e vertigem,
Sigo o exemplo do traçado de um rio;
Se a montanha é um obstáculo intransponível...
Como o dedo em riste aponta sempre  o desvio.

Se o rio evita o confronto com a montanha,
E o elmo esconde do soldado o olhar frio,
Se o dedo aponta o que há por trás do escuro,
E o abismo nada mais é que o vazio;
O aço Jamais cortará o silencio do porão...
Nem a fera espreitará no futuro do desvio.





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