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terça-feira, 17 de janeiro de 2012




Sentença Injusta.
J. Norinaldo.

Claudicante a temer o dedo injusto,
O aço frio na espada do carrasco,
O fogo eterno na sentença derradeira,
Cujo borralho é o veneno sem o frasco;
Que mancha a toga do juiz que sentencia,
O pesadelo que me persegue a vida inteira.

A felicidade que conheço só em sonhos,
E que desperto me atormenta como chagas,
Tristes pragas que um duende me rogou;
Se os adornos do meu manto são de pregos,
Só os cegos poderiam por vontade me abraçar,
Quem amaria alguém que nunca abraçou?

Quando o frio e a fome me abatem,
Vem o sono como a morte passageira,
E o martelo do juiz que rege os sonhos,
Bate forte acordando os pesadelos;
Que na verdade são belos e medonhos...
Para quem sofre acordado a vida inteira.

Um dia tudo isto acabará tenho certeza,
Passará como tudo nesta vida passa,
Serei o único a viver nessa terrível aflição?
Portanto passará  com a sentença derradeira,
Talvez a única verdade verdadeira...
É que os passarinhos é que nunca passarão.



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