A tua Luz
J. Norinaldo.
Quando eu mais precisei da sua luz,
Você brindou-me com o escuro do seu ser,
E as respostas que buscava se perderam,
Como fontes que secaram de repente,
Ou riachos que deixaram de correr;
Nas perguntas numa língua de serpente.
Quando caído na poeira já sem forças,
Acossado pelos lobos e as aves de rapina,
Lutando apenas com a bainha da espada,
Contra os fantasmas que criei durante a vida;
A maldizer o destino, a própria sina...
Na rendição de quem já não almeja nada.
Mas ainda sonha renascer das próprias cinzas,
Ao escrever na poeira o seu testamento final,
Num poema sem lamento, mas com tristeza,
Como um cego que em sonho tudo ver;
Afinal um poeta pode,
como qualquer um morrer...
Mas o seu poema não, este se torna imortal.
E no portal do Parnaso consta um nome,
Sublinhado pela mão da deusa da poesia,
O que Calíope marcou ninguém desfaz;
Mesmo um poema que foi escrito na areia,
E que o vento apagou não se perderá jamais,
Pois vira lenda, como
o canto da sereia.
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