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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012





O Poema da Neve.
J. Norinaldo.


A neve salpica o manto da noite,
Tornando sisuda a face do vento,
A nuvem morna do bafo do lobo,
Aquece a janela do pensamento;
Que acorda a mente para o arroubo...
E nasce um poema cheio de sentimento.

Que fala de estrelas, flores e campo,
Colibris, borboletas e do por do sol,
E do campo gelado do frio soturno,
Pincelam na mente cores do arrebol,
São façanhas a que só um poeta se atreve,
Numa noite gelada pintar um sol diurno.

O poeta consegue ver beleza na dor,
Como o espinho da rosa não dói diferente,
E a beleza da neve para quem tem abrigo,
Que não vê no lirismo de uma noite gelada,
Mais beleza na nuvem do bafo do lobo,
Nem com o talo da rosa faz um fogo amigo.

Como tudo na vida também o frio passa,
E se vai com a fumaça do fogo que aquece,
O espinho fenece assim como o perfume,
A neve se vai e o sol novamente aparece;
O manto da noite readquire o negrume...
Só o poema não passa, este sim permanece.

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