Os Lucros e os Loucos.
J. Norinaldo.
Somados os lucros do final, aos
gritos extasiados do pregão, e o barulho do martelo do leião, cabe a quem grita
em desespero e a mão que aciona o martelo, catar as migalhas das arestas, como
pombas nas praças sem florestas; enquanto quem não grita e fala baixo, assina o
recibo da entrega, dando mais migalhas a quem carrega o fardo da soma leiloada.
E assim continua sem ter nada, a não ser a força para o grito e a firmeza que
segura o martelo. E a vida segue em torno do mercado, do pregão do martelo e do
cercado cicatrizes de arame sobre a terra; dos palácios vem o fomento a guerra,
pelo uso da terra e do cercado, e aquele que grita extasiado ou aciona o
martelo do leilão, pelas migalhas alimentado, é marcado como se marca o gado, e
além de carregar o fardo, ainda bajula seu patrão; que um dia se vai sem levar
nada, como se vai quem grita extasiado, ambos sem lucro e nem fardo sem deixaer
rastros no caminho.
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