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quinta-feira, 7 de junho de 2012





Tela em Branco.
J. Norinaldo.

Me assombram sombras e vultos que o pincel da noite pinta, sem ter que secar a tinta que se apaga a qualquer luz, sem deixar rastros nem cheiro na tela em branco em que vivo. Para que sirvo  já não sei, nem nunca me perguntei aonde quero chegar, como a sombra sem sentido que sequer mancha o tecido da tela branca em que vivo. As sombras que não me assombram já não sombreiam o cansaço daquele que já não anda, pois as marcas paralelas que marcam trilhos nas telas por onde a Vida caminha. O que pensará a sombra que sempre segue meus passos, se no escuro não vejo, mas sinto a presença dela, sempre fez parte da tela; a tela branca em que vivo.

1 comentário:

Daisy Carvalho disse...

Esta tela é irreversível. Muito profundo e lindo.