Imortalidade.
J. Norinaldo.
Enquanto a cimitarra corta o
vento, com o gume alisando cada aresta, pela fresta da vida alguém espia, a
quem agoniza de prazer e a própria vida faz crescer semeando no campo do
destino. Noutro canto alguém se estertora, agoniza quando a vida vai embora,
enquanto estampam nos jornais, o retrato da mentira que restou. Enquanto alguém
lava em pranto as flores mortas, as janelas e as portas são fechadas e em casas
pequenas enfileiradas são deixadas as verdades que morreram. Novos jardins
serão plantados, a espera de flores perfumadas, que enfeitarão as casinhas
enfileiradas, quando novas portas fecharão, e a semente plantada no campo do
destino, que vingou e deu flor e o fruto, resta agora num vaso diminuto, anunciado
numa tira do jornal, a verdade da mentira que viveu, nem sequer o último espaço
é seu, de seu somente um dia o esquecimento.
1 comentário:
Muito bonita!Expressiva e surreal.abçs e meus votos de paz.
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