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quarta-feira, 12 de setembro de 2012




Entender o Medo.
J. Norinaldo.


Avocar o medo em nome das trevas e fazer de tacape o archote apagado, é ficar de joelhos diante da pedra desfiando versos de um poeta louco,  num rosário de contas que nunca foi bento. Não ver o irmão a beira da estrada, de mão estendida a mendigar um pão, esconder o sexto e apressar o passo a seguir o sino ou a procissão; sem saber que santo está entre as flores, ou a quem recorrer ao fugir das dores, sem saber ao certo a quem pedir perdão.
Avocar as trevas em nome do medo, guardando segredo das contas não bentas, dos seres mais loucos do aceiro da estrada, dos rastros da besta deixados na pedra; e a mão estendida que mendiga o pão e a palavra não do homem do sexto. Se a humanidade segue este mesmo caminho, eu não estou sozinho e caminho junto, sem farol que indique o último abismo; tão simples seria acender o archote, mas a luz não pode ser de apenas um e clarear a todos será comunismo.
Invocar auxilio para fugir das trevas, avocando o medo dos rastros da besto no caminho deixados, é esquecer o homem do sexto e o tacape feito do archote apagado, e louvar a prece do poeta louco, é como está perdido num deserto de sonho sonhando acordado.


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