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sábado, 15 de setembro de 2012




O Homem da Porteira.
J. Norinaldo.


Sigamos em frente agitando a bandeira, abrindo a porteira que o último fecha, buscando uma brecha na constituição, para não pagar impostos pela respiração, lotando as igrejas que falam do céu, rodando o chapéu para o diabo amassar o pão. Sigamos sorrindo direto ao abismo, enquanto o cinismo vai ditando as regras, nas pregas das vestes que enfeita o sultão;  juntando as migalhas na nossa sacola, virando o rosto para o irmão que na praça esmola, por não ter a mão que segura a bandeira, ou não paga o tributo que alegra o sultão; do palácio do oásis La do Maranhão. A sarna é do povo que segue de novo agitando a bandeira sem ver em seu lábaro o continuísmo, e se vai para o abismo sem fechar a porteira.
E o homem descalço e descamisado, que cuida do campo e engraxa a porteira e nem sabe quem foi que amassou o seu pão, ainda é obrigado a sacudir a bandeira e fechar a porteira para seu patrão; a levar o seu nome escrito no peito; por que de outro jeito lhe negam o pão. Tudo isto por não conhecer seu direito, de por ser maioria, poderia mudar radicalmente uma eleição. Ou não?

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