A Cidade do Meu sonho
J. Norinaldo.
A cidade dos meu sonho é tão
bela, que até hoje não se encontrou a tela, nem os pincéis para pinta-la, o arco
a encimar seu portão é como a tiara de
uma deusa da beleza, e os arcos da ponte sobre o rio, um desafio para a própria
natureza; suas ruas ladrilhadas de cristais, com vivendas construídas com
brilhantes e nas torres dos templos cintilantes os mais belos retratos nos
vitrais. E a donzela debruçada no balcão, com o olhar perdido sem ver nada, mas
ouvindo as batidas repetidas, da bengala de um cego na calçada. o filósofo a
caminho do mercado e o prelado a tramar o seu destino, na casa de banho ou no
senado, a moça do balcão é esquecida enquanto a cicuta é servida. As pedras da
cidade dos meus sonhos, talhadas pela mão do escultor que molda na moeda com
cinzel a imagem do seu imperador; que em
breve sem brilho e sem valor por que com o tempo prescreveu; e a moça cujo
olhar não via nada, somente as batidas repetidas da bengala do cego na calçada,
seu olhar para sempre se perdeu, o filósofo já não vai mais ao mercado e o cego
da bengala já morreu. Pode ter sido um sonho ou
pesadelo, seja o que for, mas é só meu.
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