A Névoa do Caminho.
J. Norinaldo.
Sobram-me razões para viver, para
amar, para sorrir e não sofrer, mas esta ânsia me leva a caminhar, por caminhos
os quais sonhava antes, onde a nevoa me encurta os horizontes, por onde sinto o
bafo dos chacais. Em cada curva os fantasmas
que me espreitam, não respeitam o meu triste caminhar, não assombram os
chacais que me perseguem, mas me seguem roubando a minha paz. São fantasmas que
troquei por meus dragões, quando sonhei em deixar de ser menino, e seguir os
dragões do meu destino, perseguido de longe por chacais. Jamais voltarei lá no
começo, desconheço o que vem depois da curva, se a névoa se transformar em
chuva, já não tenho o dragão a me amparar. E a maçã que me remete ao começo,
ao paraíso do qual eu não mereço sequer sonhar com a serpente. De repente o
caminho chega ao fim, ou seja, eu chego ao fim desse caminho, sozinho na mais
completa solidão, só a nevoa o Caminho e nada mais, sem seque ouvir o uivo dos
chacais, mas os fantasmas não me deixarão jamais.
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