O Velho Marinheiro e o Mar.
J. Norinaldo
O velho marinheiro lentamente a
caminhar, molhando os pés na maré mansa, na cabeça a lembrança do alto mar,
quando sonhava com o continente e hoje
não contente quer voltar. Se embalar nas altas ondas novamente, ver o céu como
não se ver no continente sentir saudade de voltar. O mar é o mesmo não mudou,
mas para o velho marinheiro o tempo passou, as ondas altas foram ficando para
trás, a maré mansa é o que hoje lhe resta o alto mar não lhe quer mais. O que
lembrar além da saudade, a tempestade sem ter tempo de sentir medo, no segredo
que é guardado pelo mar, em tantas lendas que ouvia em cada porto, e agora esta
vontade de voltar. Embarcar só num barquinho de papel, ou no chapéu de marinheiro
que ainda resta. Saudades daquilo que não volta mais, as mariposas esvoaçando
em cada cais, o colo quente e o balanço sem o embalo da vaga, o amor que com
dinheiro se paga, que se encontra em todos porto da terra, como o de Dolores
Sierra, tão famosa que até virou canção. Vejo na areia uma estrela do mar, como
um farol indicando o meu lugar, este lugar que o meu eu não suporta, ficar
parado como uma estrela morta, já sem forças para voltar ao mar.
O meu último barco ao invés de
navegar será levado, não por remadores mas sim soldados, talvez por velhos
amigos, que agora conhecem os perigos de se sentirem desembarcados.
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