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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013




O Velho Marinheiro e o Mar.
J. Norinaldo

O velho marinheiro lentamente a caminhar, molhando os pés na maré mansa, na cabeça a lembrança do alto mar, quando sonhava com o  continente e hoje não contente quer voltar. Se embalar nas altas ondas novamente, ver o céu como não se ver no continente sentir saudade de voltar. O mar é o mesmo não mudou, mas para o velho marinheiro o tempo passou, as ondas altas foram ficando para trás, a maré mansa é o que hoje lhe resta o alto mar não lhe quer mais. O que lembrar além da saudade, a tempestade sem ter tempo de sentir medo, no segredo que é guardado pelo mar, em tantas lendas que ouvia em cada porto, e agora esta vontade de voltar. Embarcar só num barquinho de papel, ou no chapéu de marinheiro que ainda resta. Saudades daquilo que não volta mais, as mariposas esvoaçando em cada cais, o colo quente e o balanço sem o embalo da vaga, o amor que com dinheiro se paga, que se encontra em todos porto da terra, como o de Dolores Sierra, tão famosa que até virou canção. Vejo na areia uma estrela do mar, como um farol indicando o meu lugar, este lugar que o meu eu não suporta, ficar parado como uma estrela morta, já sem forças para voltar ao mar.
O meu último barco ao invés de navegar será levado, não por remadores mas sim soldados, talvez por velhos amigos, que agora conhecem os perigos de se sentirem desembarcados.

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