Outra Vez a Chuva.
J. Norinaldo.
Outra vez a chuva, o pranto da
terra sobre nós, o trovão é sua voz mas eu não entendo o que diz, se chora por
que é muito feliz ou sofre de abandono como eu, e só sabe quem sofre ou já
sofreu, como é triste chorar e chorar tanto, até que chuva vire o pranto quando
não se torna tempestade, que transborda o mar da infelicidade permanente, que
Évora e vira chuva novamente. Ah! Outra vez a terra úmida, como os olhos da
deusa do meu pranto, que por felicidade chora tanto que não deixa faltar chuva
para as flores, que enfeitam enterros e andores, as guirlandas deixam felizes
amores que dançam na chuva, no entanto, sem saber se o motivo desse pranto é
felicidade ou dores. Outra vez a chuva na janela, os pingos escorrendo na
vidraça, como lágrimas que escorrem nalgum rosto, por amor ou pela dor que dá e
passa. Sei que a chuva vem das nuvens como o vinho vem da uva, eu só sei que
amo a chuva, mesmo sem entender esse amor, não me interessa saber, se são
lágrimas de alegria ou de dor.
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