A Esquina do Tempo.
J. Norinaldo.
Quem dobrou a esquina do tempo e
não teve tempo de olhar para trás, seguirá cabisbaixo sempre na incerteza de
que algo deixou e que não verá mais, ninguém jamais volta à esquina dobrada
para ver a estrada que a esquina escondeu, se lembra de tudo que pelo caminho
viu, ou se lhes resta apenas algum espinho que os pés lhe feriu, a esquina é o
cume que indica a descida não da metade da vida, mas o inicio do fim; o fim do
caminho que impõe o tempo e nem sempre os caminhos que levam a esquina são todos iguais,
uns são muito compridos e outros curtos demais.
Às vezes se cruza a esquina sem
se perceber, só quando se sente o alívio do peso do fardo da vida, ai se
descobre que acabou a subida, nem sempre a decida é tão longa assim, porém é
bem mais sofrida até o fim.
Não tem ninguém na esquina para
indicar o caminho, e nem é necessário por que este é um só, no final da
descida, mesmo sendo descida o cansaço é maior, e no fim do caminho o destino é
o pó.
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