O Senhor do Pão e do Vinho.
J. Norinaldo.
Quando o pão é servido e não sacia, o vinho é doce e traz mais sede, o fogo de Deus é posto á mesa, a vela que foi vida e é acesa, projetando rudes sombras na parede. O cordeiro temperado vai ao fogo depois que do mundo tirou o pecado, o cálice de vinho para a sede, enquanto alguém crucificado oscila em mais um prego na parede. E o fogo da paixão e do prazer, usando tridentes por castiçais, clareia o painel da fantasia nos salões das orgias e bacanais. E nas mãos calejadas serviçais, das almas que cuidam dos trigais preparam o trigo para o pão e amassam a uva para o vinho, se alimentam dos ossos do cordeiro, já sem o gosto do tempero e tem a água da chuva para a sede, e também penduram o crucificado, num prego quando tem uma parede. Somente quando não há mais serventia para o pão e o rosário já não é mais o do vinho, as vozes que celebram uma oração, não importa se contrita ou por dizer, em homenagem ao corpo sobre a mesa, quando a vela que foi vida é acesa no castiçal de ouro do deus ego, projetando as tristes sombras na parede, onde oscila mais uma vez o crucificado pendurado em um prego.
Novamente o pão é servido um a um, exceto a quem está deitado sobre mesa em jejum, para sempre também não terá sede, quando já não adianta mais se lembrar do cordeiro que os pecados desse mundo tirou, e agora jaz em mais um prego na parede.
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