Uma Prosa Para os Meus Compadres
Francisco de Souza Cruz e D. Rosa.
J. Norinaldo.
O meu sertão é tão belo como
outro lugar qualquer, aqui quando a chuva cai toda tristeza se vai mas isso quando Deus quer; a vida aqui
refloresce e o sertanejo merece pelo tanto que tem fé, não como ano passado
reza para que seu roçado o milho dê dez espiga em cada pé. Ai onde você mora,
tem gente que até chora quando o sol desaparece, aqui no nosso sertão quando
uma nuvem negra aparece, uma vela pra São José e de joelho uma prece. Um sertanejo
perguntou e ele mesmo respondeu, sabe quantos anos tenho, tenho oito vezes dez,
quando chove em meu sertão é uma alegria danada, e eu com a minha enxada jogando cobra pros pés. E não adianta dizer
pra ele sair de lá, pois se sair vai voltar isto é uma constante, um sertanejo
distante do seu querido torrão, é como um bicho na jaula ou ave de arribação.
Eu ofereço esta prosa, a Francisco de Sousa Cruz e sua esposa Rosa, os meus
compadres queridos, com um grande abraço daqui do Rio Grande do Sul, para Natal
e Jucurutu pelos anos juntos vividos. Que Deus esteja com todos e atenda a minha prece e mande chuva a vontade
e que a felicidade seja plantada e floresça e o verde cubra o nordeste que o
sertanejo merece.
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