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quarta-feira, 31 de julho de 2013



Eu Conheço esta Rua.
J. Norinaldo.


Eu conheço bem esta rua, foi nesta rua onde uma menina nasceu, justamente quando nasceu essa rua; hoje essa menina é velha, já não tem a mesma altura, não é o mesmo que a rua que depende da pintura e de flores para ficar nova ou a beleza da lua, a menina não se renova como se renova a rua. Se conheço bem a rua e também a tal menina, não devo ser um menino que o tempo não renovou, alguém me chama vovô brincando nessa esquina. Essa velha de quem falo é uma pessoa triste ao lembrar que não existem os velhos daquela era, mas não é uma tapera a casinha onde viveram em paz; é isto que a vida prova, a casinha se renova, mas a menina jamais.
Ah! Que saudade dessa rua, quando em noites de lua eu brincava de ciranda, e nas tarde de domingo ia a praça no coreto ouvir a banda. Com as amigas na calçada brincando de Amarelinha, às vezes choro escondida, discordando dessa vida e dessa saudade mesquinha.

Ah! Que beleza essa rua, imagina a luz da lua com crianças brincar, coisa que hoje não se vê mais, fecha os olhos e imagina, o que é a verdadeira paz.

domingo, 28 de julho de 2013





Quando não tiveres uma tela rara para mostrar ao teu visitante, abres a janela lhes mostra a vida que há lá fora e lhes fala bastante de Quem assina tal obra.
J. Norinaldo

sexta-feira, 26 de julho de 2013




Meus Medos, Meus Segredos.
J. Norinaldo.



Eu tenho medo de naufragar no mais profundo do raso entre as ondas do acaso do meu sonho sem sentido. Eu tenho medo de ter medo acordado com meu barco ancorado numa tela na parede. Eu tenho medo quando estás nos meus braços, corpo febril de desejo, quando após um longo beijo repetes o quanto me amas, o meu medo é que não seja verdade e que a felicidade seja apenas como chamas, vacilante no meio do vendaval. Eu tenho medo e ainda tenho um segredo angustiante, de um dia me sentir tão confiante e perder este meu medo. Este meu medo é tão grande, tão medonho, que as vezes quando te beijo, abro os olhos de repente com medo de está beijando um sonho. Diz um ditado: Vão os anéis ficam os dedos, tirem-me tudo na vida, mas, me deixem com meus medos. Eu não tenho medo que alguém leia meu poema, que sorria do tema e que me ridicularize; meu maior medo é realmente que todo meu medo se realize. Por todo medo que sinto, mesmo com medo resisto, até mesmo porque sei... Que enquanto  tiver medo eu existo.

quarta-feira, 24 de julho de 2013



Pasmo Mesmo Louco.
J. Norinaldo.


Na loucura tribal do meu descaso genuflexo perante o acaso com o olhar perdido na distancia de uma existência de abastança de desertos, de silêncios gritados pelas sombras. Na loucura do meu verso sem sentido, o sentimento incontido em entrelinhas de um universo de abismos disfarçados, camuflado pelas luzes de estrelinhas. Onde um gesto inocente gera a fúria, da luxúria escondida em cada vaso; que transborda a loucura tribal do teu descaso, que abafa o grito inocente do silencio. Justifica-se o mal como loucura e na procura incessante da perversão da inocência, quando resta um olhar triste perdido na existência, onde o amor não tem valor para a ciência, pois não se mede, não se pesa e nem se dita o seu teor.

Não loucura tribal do meu descaso, eu refuto, declino e me recuso, a aceitar este acinte como abuso, fingindo não ouvir os gritos do silencio da loucura tribal do meu descaso.

segunda-feira, 15 de julho de 2013



O Poema Esquecido.
J. Norinaldo.


Ontem escrevi algo lindo, mas não sei onde deixei, onde guardei, simplesmente não sei, só sei que foi ontem, me lembro que deixei na máquina, mas hoje procurei e  nem a máquina encontrei, tenho medo de perguntar onde está minha máquina pois sempre alguém diz, que tudo foi sonho eu penso que fiz, e u fico triste, pois o ontem se foi, o hoje ainda é e o amanhã nem existe. Eu vou tentar me lembrar para poder te dizer, sei que era poema e falava em você, num jardim tão bonito com rosas tão belas que enfeitavam as janelas como um lindo buquê. Ah! Antes que perceba, desculpa o a soberba por dizer que era lindo, sei não é bem assim, sei que  é mais profundo, o que é lindo para mim, pode ser feio para o resto do mundo. Foi ontem e parece tão perto, mas me parece tão longe como o fim do deserto, ah! Esse deserto que só em pensar estremeço, pois o que está  longe quando digo seu fim, está longe, muito longe de mim mesmo é seu começo e tão perto seu fim. Ontem e hoje são marcas do tempo, que não é como o vento que vem e que vai; o tempo é cruel não pára e nem volta, escraviza a mente e o corpo da gente o que o tempo  assim tem que ser feito ele é nosso dono, com seu badalo insistente vai cavando com jeito, nosso último leito pro derradeiro sono.

Bem! Não vou ficar perguntado a ninguém, já cansei de sofrer  e de tanto ouvir não, se não encontra meu poema esqueço a máquina de escrever, vou pegar um papel perfumado, e fazer como, quando era o teu namorado com letras bonitas escrevê-lo a mão.

domingo, 14 de julho de 2013

Meu Silencio.



Meu Silencio.
J. Norinaldo.

Sempre que perguntam por que calo diante da dor de   um semelhante, apenas um esgar não um sorriso, é tudo na verdade que preciso para dizer o quanto o silencio é importante. Por vezes quem pergunta não insiste, se entende saber eu não procuro, ou vou ter que explicar que o escuro, no fundo, no fundo não existe. Sempre que perguntam se a dor do semelhante me comove, eu respondo que me incomoda tanto, que  caminho na estrada enquanto chove para esconder as lágrimas do meu pranto. Quando me perguntam por que choro, eu imploro para que mudem de assunto, quem é triste não necessita motivo, precisa apenas estar vivo e ver alguém chorando para chorar querer junto.

Quando eu pergunto a quem pergunta por que fala, por que não cala se tudo já perguntou, se não esqueceu de perguntar se já amei, ou pelo menos se alguém já me amou; se tivesse ficado em silencio, teria escutado a minha dor. Apenas abafou os meus gemidos... Enquanto, perguntou, perguntou e perguntou; mas vou responder a tua primeira pergunta:  me calo simplesmente, por que a minha dor não entende a tua dor.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Entre o Trigal e o Jardim.



Entre o Trigal e o Jardim.
J. Norinaldo.



Depois de uma cerca inocente, que separa o trigal do jardim existe um mundo maior, o troar dos canhões numa guerra e vidas ceifadas sem dó, cumprindo a antiga lei de voltar ao pó; do trigal vem  o pão de cada dia, do jardim a beleza das flores a poesia e os meninos que brincam sem pensar na vida, sem saber que a guerra os espera numa esquina perdida. Depois do trigal vem a estrada comprida, o caminho da vida que cada um vai seguir, por que não viver no aconchego daquele quintal, cuja cerca separa o jardim do trigal e na casinha que abriga só bem não o mal? Por que a vida não aceita a inércia é às vezes perversa por que assim tem que ser, e os arautos gritam no caminho com alarde, que aquele que se esconde da guerra é covarde, e prevalece o dueto do bem e do mal; os meninos esquecem o jardim e o trigal, e como a ferrugem que a corrente corrói, a casinha que antes abrigava o bem, agora abriga as medalhas de herói por vidas ceifadas tão simples assim, já não lembram os meninos que antes brincavam entre o trigal e o jardim.

segunda-feira, 8 de julho de 2013



Perdão por te Esperar.
J. Norinaldo.


Perdoa-me não cansei de te esperar, porém a vida não quis mais me escutar, achou que eu estava postergando a existência numa loucura de viver eternamente e o tempo passa sem nenhuma reverencia. Fica a lembrança num velho banco abandonado, já carcomido por tanto tempo passado, parece até o símbolo do meu amor, por trás existe uma árvore que dá flor e atira pétalas como um amante apaixonado. Ah! Quanto tempo esperei o teu regresso, um por um meus sapatos ficaram velhos e rotos, essas árvores tão frondosas que ora existem, naquele tempo eram apenas finos brotos. E este banco quanto lamento escutou, por tanto tempo meu único companheiro,  se notará  minha ausência eu não sei, o tempo continua a passar sem reverencia, e a verdade é que eu também passei.  Quantas vezes na solidão da espera, feito uma velha tapera que a força do tempo  cruel poupou, sentia o toque suave das flores que em mim caiam, como se essa árvores entendesse a minha dor.



O Velho e o Cais.
J. Norinaldo.



Faz tanto tempo que eu te espero aqui no Cais, que nem é mais igual a quando aqui cheguei, até o mar mudou de cor e ficou mais cheio, com tanta lágrima que aqui j derramei, já me tiraram o velho banco em que sentava já não combinava coma paisagem de agora, só a saudade cada vez fica mais forte, até o dia em que da esquina surja a morte e me livre dessa infelicidade. Faz tanto tempo que nem lembro quando foi que vi a proa de um barco se afastando, guardei por anos o lencinho que abanei a ti chorando, enquanto o barco se afastava te levando. Sabes, fico aqui sozinho falando a esmo, tudo por aqui mudou só meu amor é que ainda é o mesmo, já me falha a memória por isto invento novas orações, para que Deus não permita que eu esqueça tuas feições; Bem, nesse caso até que tenho sorte, vez por outro disfarço e olho a esquina com medo que antes de ti me chegue à morte.

Eu Amo a Lua.



Amo a Lua.
J. Norinaldo.


Eu não quero ver a lua no fim da estrada, quero que ilumine o meu caminho durante a minha caminhada, não quero fazer parte de um poema que fala das flores que encobrem as dores que brotam do meu dilema. Eu não quero que alguém me fale um discurso tão profundo, depois me ofereça o ombro recostado em algo como o escombro do mundo; eu não quero uma paz não duradoura efêmera como uma flor, eu não quero seu amor se ele não for verdadeiro, eu não quero navegar sem ter farol, eu não quero ter somente a luz do sol no inverno, ou quando meu corpo estiver frio por inteiro. Se não for para viver como eu quero, não tolero viver como alguém quiser, eu quero a lua iluminando a minha caminhada, agora se ela acredita está mal acompanhada, por amá-la...Sou obrigado a me render ao que ela quer.

domingo, 7 de julho de 2013

Casa Velha Mundo Novo.



Casa Velha, Mundo Novo.
J. Norinaldo.



Casa velha lá no fundo como o retrato do mundo carcomido pelo tempo, já curtido pelo vento o telhado abriga o nada, ou os fantasmas que há tempos que há tempos coloriam seus alpendres; e o tic tac da vida segue o ritmo do ponteiro, mostrando as meninas velhas que brincavam em seu terreiro, com seus vestidos de chita e fitinha no cabelo. Casa velha mundo novo, menina já velha agora, fantasmas que não assustam como nos contos de outrora e o tic TAC da vida seguindo sempre o ponteiro, não como a ponta da pena que se embebia em tinteiro para contar as histórias para as velhas meninas que brincavam no terreiro, e que em dias de festas rodavam no carrossel, hoje sem seus vestidos de chita, nuas brincam no motel, a vida nem se compara e o tic tac não pára, e esse brinquedo gera um mundo novo e bem grande, e o terreiro se expande mas já não há brincadeira, é já tem mais exemplo; pois tudo hoje é a vera e somente a velha tapera que aparece lá no fundo, é o retrato do mundo carcomido pelo tempo.


sábado, 6 de julho de 2013

Mercado Público de Porto Alegre.



Minha Homenagem ao Mercado Público de Porto Alegre.
Destruído pelo fogo.

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Mercado de Porto Alegre que vai acordar mais triste, ao fogo nada resiste nem a alegria de um porto, ao ver um símbolo morto e a história em cinzas se esvair, fumaça e chama, Porto Alegre quem te ama sofre contigo esta dor e acredita que teu povo irá construir de novo isto custe o que custar e fará com muito amor. Quanto peixe ai comprei e vinho de boa uva, também me amparei da chuva nos teus alpendres românticos encantado com os cânticos dos pombos que ali se abrigam. Ó Mercadão acredita, que enquanto o fogo crepita doem  nossos corações, afinal os casarões de outros tempos já se foram para o derradeiro sono, tu continuavas de pé assim como o Índio Sepé, a gritar: Este mercado tem dono.
Mercado de Porto Alegre, a quantas gerações atendeste, que povo seria este em não te reconstruir, afinal está ali um tanto da história do Rio Grande do Sul, com facas, botas arreios, cuias bombas, bastos freios e o produto das charqueadas como antigas pegadas de Sepé Tiarajú.
Não sou gaucho ó meu querido Mercado, sou um gaúcho adotado, mas posso te garantir, que o gaúcho há de cumprir o que a tradição lhe mande, e como a Fênix, tu renascerás das cinzas para orgulho do Rio Grande.

J. Norinaldo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Escravo de um Sorriso.




Escravo de um Sorriso.
J. Norinaldo.

Se o teu doce sorriso me cativa, talvez eu viva num eterno cativeiro, onde as correntes são o brilho dos teus olhos e o teu corpo o meu navio negreiro. Juro-te não sofro por ser escravo e nem maldigo o chicote do carrasco, sofro em silencio ao saber que o que ensejo, é um leve sono para sonhar com teu beijo como o perfume do mais precioso frasco. Ao pensar no frescor da tua tez, no lindo vale que se forma entre os teus seios, e as curvas que acompanham teus contornos, minhas correntes me parecem mais adornos fantasias dos meus doces devaneios.
Se o teu sorriso é como uma rosa se abrindo, ou o sol vindo me acariciar pela manhã, como  a leve brisa que tocou o rosto do louco de Khalil Gibran que ao sentir tanta ternura, preferiu uma eterna loucura como a efêmera felicidade de um sorriso, que pode te levar ao paraíso ou a ser escravo da candura.

Se o teu sorriso me escraviza, mas o chicote do carrasco não me cala, nem me tira o direito de sonhar que o teu colo é a minha senzala.

segunda-feira, 1 de julho de 2013



Felicidade Digital.
J. Norinaldo


Quando se degusta um favo de mel, a cera ainda doce atrai as formigas, assim como seres inocentes sinceros conseguem atrair outras almas amigas, assim somos nós eu e você, sem nos conhecer nos amando de longe, sem a interferência do mal, nesse amor digital manso como a fala do monge. E assim hoje caminha a humanidade, convertendo a distancia com um toque do dedo, já não é segredo o amor a distancia, compactada ou Zippada pela esperança, de um mundo melhor para a humanidade. E o futuro que existe depois do horizonte, seria mais uma fonte de todo esse mel? Que o homem buscou através da Alquimia, e continua buscando até na poesia e que pode estar certo ou de todo errado, nessa busca insana e quiçá sem razão, que a felicidade deixe de ser um estado e seja... Em fim uma grande nação.