Translate

sábado, 31 de agosto de 2013



O Banco o Caminho e a Vida.
J. Norinaldo.


Mais um banco e um caminho e a luz no fim do túnel como uma gema de ovo, o banco quiçá para o ultimo descanso antes de enfrentar o novo, a beleza da paisagem como pintar a viagem para guardar numa tela, e o sol no fim da estrada como a dar as boas vindas a quem caminhou por ela. Ah! Quanto bancos cantei, por  quantas estradas passei,  em quantos bancos sentei, em quantos amores pensei que registrei em poemas, quantos dilemas guardei, no coração já nem sei se ainda estão guardados. Ah! Quanto fruto colhi sem nunca te-los plantado, quantas sombras me abrigaram sem eu dizer obrigado; por que pensei que o novo, logo após o fim do túnel jamais teria regresso, mas agora estou voltando e já não encontro sombra ou fruto maduro no pé; velho banco no abandono, como as folhas do outono, como a minha pouca fé.

Quem se sentar neste banco olhe a direita e veja, assim como uma badeja o sol a vida a lhe oferecer, nada tem de fim de túnel, aceite é apenas a vida siga em frente e vá viver.


Saudades do Mato e da Roça.
J. Norinaldo.


Saudade do mato e da roça, da nossa palhoça a beira da estrada onde a simplicidade era a felicidade sem embalagem de luxo urbanos da vida não tirava  o sentido de nada. Sem grade ou muros e sem vaidade, sem os sons da cidade, mas do galo e do passarinho,  do vizinho com sua viola, tendo como gaiola o campo ao redor e o céu pra mirar e o canto do sabiá, que inspirou a canção da viola. Ah! Quanta saudade eu sinto do mato, do manso regato e do meu lambari, do canto do sabiá e do meu fruta pão que não tenho aqui. Lembro dos meus pais sentados na varanda escutando as modas do seu Jeremias, e eu menino ali do lado, calado pensando em minhas matutas  poesias. Hoje vivo na cidade, onde a felicidade rodeada de muro e de grade de ferro e entulho e tanto barulho que não ouve mais o sabiá.
A noite eu olho pro céu e a lua parece sorrir para mim, como a dizer volta pro mato, o teu lindo regato ainda espera por ti, lá ainda nada faceiro, pequeno e ligeiro o teu lambari.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013



O Caminho da Verdade. 
J. Norinaldo.


Só ter um caminho a seguir quando se foi colocado no meio, um caminho delimitado por troncos, como num filme de fantasmas feio; para os lados a aridez do deserto, sem saber se o fim está longe ou está perto, o que me desespera  é não saber o que no fim me espera; se é sonho é um pesadelo, não creio por que o peso do fardo me dobra os joelhos, e quando caio o chão como espelhos, me mostra a dor refletida em meu rosto e por que  estes galhos destes troncos mortos, como braços apontam outros lados, se só há um caminho marcado no chão como um espelho pintado a mão que a chuva vai deixando lavado, a mostrar o meu rosto sofrido; será que os galhos querem  me dizer que  bem melhor mesmo é estar perdido? Que sonho mais longo e terrível, incrível como ninguém me acorda, é como estar num barco de carne, e milhões de tubarões na borda; não! Não é sonho é a realidade, talvez seja o caminho da verdade que tanto eu queria saber; mas por que o caminho é tão feio, e já me colocaram no meio, e lá no início o que foi que deixei, em fim, será que encontrarei a verdade e se nela acredito... Não sei.



Solidão
J. Norinaldo.


Já escrevi muitas poesias, se é que poesias eram, inspirado em parques e bancos solitários, mas este me causou uma imensa tristeza, pois parece um inseto tentando também ir embora, como a mostrar que a solidão mesmo bela é muito triste...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

É tão Belo Sonhar.


É Tão Belo Sonhar e Eu sonho Sempre.. 
J. Norinaldo.


Desci do trem em pleno voo, pousei de leve sobre as flores sem danificar as pétalas macias, senti perfume, senti ciúme, ouvi canções e poesias, olhei o céu e vi o sol entre as nuvens parecendo brincar de esconder, voltei a ser uma criança sem esperança de crescer, por que agora já cresci e sei o que vai me acontecer. Caminhei pelos trilhos em direção do sol, sentindo de leve seu calor, de repente os trilhos se transformam em escada e eu entro na porta pelo sol aberta e a parte de cima era ainda mais bela; as flores no chão a estrada dos trilhos, o sol e as nuvens na mais linda tela. Que pena que os sonhos não são para sempre, para sempre seria um tempo infinito, pelo menos posso guardar os meus sonhos, como este que escolhi como o mais bonito. Imagine este chão um tapete de flores, ou uma colcha de amores como seu lençol, e apenas uma pequena fresta no seu telhado, se transformando no mais belo arrebol; mesmo que sua vivenda seja uma choupana e não um castelo, seu sonho a transforma em algo tão belo em fim, que Só Deus assina uma obra assim; um tapete de flores e este por do Sol.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Palamda.



Palmada.
J. Norinaldo.



Eu não me decepciono facilmente, por que já nasci decepcionado, cheguei a este mundo chorando, porém ninguém entendeu foi nada, sequer perguntaram o que sentia, fui logo entrando para a palmada, me mostrando o chão em vez do teto, como se eu fosse algum inseto que iria viver dependurado. Realmente durante um tempo fui feliz, por desconhecer felicidade, por não saber o que era medo, o que era mentira ou verdade. Não! Não vou  me decepcionar, se você não gostar do que escrevo, por não ter sido ouvido na chegada, hoje pago uma conta que não devo. Ah! Eu pedi para nascer? E como saber se isto é verdade, depois desta vida ainda têm outras, e por que eu não sinto saudade. A única certeza que até hoje aprendi, quando começar a gostar desta vida, está na hora de parti, por isto mesmo relembro aquele dia, quem me deu aquela primeira palmada já sabia.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Do outro Lado do Espelho.



Do Outro Lado do Espelho.
J. Norinaldo


Fui buscar lá no reino encantado, do outro lado de um espelho que quebrou tanta história que ouvi e o espelho não me mostrou, a única coisa que aprendi com o espelho, e que ficou entre nós dois foi que o ralado do joelho, dói muito menos do que o que vem depois. Busquei do outro lado do espelho, meus gigantes, meus dragões, meus duendes e meus anões, príncipes, princesas e castelos, os mais belos da minha imaginação, encontrei favelas com duendes de verdade, meus gigantes pequeninos morrendo de inanição, dos meus dragões só o fogo que exalavam e hoje queima em forma de tortura, os castelos, as princesas são reais e existem príncipes demais num coletivo de loucura.

O que existe do outro lado de espelho é tão igual,  a ganância e a penúria, e o reinado da luxúria governado pelo mal, não tem nada a mudar é só a visão daqui, vista do lado de lá.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013


A Floresta da Casinha.
J. Norinaldo.



Era uma casa  tão bela, mas era engraçada, não era uma casa na floresta, mas havia uma floresta nela, e as trepadeiras em vez de enfeitar portas e janelas, e não por acaso assim como um vaso saiam por elas. O gramado não é no jardim, são suas paredes cobertas de grama, juro que não foi um sonho e as folhas mortas são tapetes e cama. A sombra não é do telhado, mas de um teto de folhas de árvores frondosas, a musica não vem de um rádio e sim dos galhos altos, do canto de aves lindas e maravilhosas; nos galhos mais finos os passarinhos fazem os seus ninhos onde os filhotinhos vem fazer depois, até parecem compreender que ai foi o ninho que abrigou nós dois. Ah! Quanta saudade ao olhar as grades hoje na cidade que vivo enjaulado, todo dia choro somente ao lembrar, que aqui não ouço mais o belo canto do meu sabiá. E a minha casinha coberta de mato, hoje é o retrato da ingratidão, Meu Deus o que foi que fiz,  esqueci de vez aquela casinha onde fui feliz e hoje é apenas uma recordação.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013



·         Teu Silencio.
J. Norinaldo.


Eu cansei de enviar flores e receber o silencio por resposta, agora enviarei meus gritos, aflitos para quem do silencio tanto gosta. As flores com o tempo murcham, morrem e perdem o perfume, a  beleza muda que não muda teu ciúme, talvez por não conhecer bem as tuas dores, tenhas ciúmes até das próprias flores. Vejo-me diante de um dilema, o que escrever neste poema para tocar teu coração, para quebrar este silencio, barreira intransponível aos meus gritos, aflitos em busca da razão, o que faz com que vires as costas, as flores perfumadas que te envio, e merecem somente um olhar frio e este silencio que tanto gostas.

Cansei, porém desisti jamais, enquanto um só jardim existir, eu mandarei flores para ti, mesmo sem entender esta tua sisudez, que não quebra este silencio de vez e gritas para o meu teu amor, aliviando a minha dor e derrubando as barreiras aos meus gritos.