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sexta-feira, 13 de setembro de 2013



Pros Lados do Sul.
J. Norinaldo.



Num lugar assim, assim quase igual, uma casa de barro, uma árvore seca um velho jirau, num canto da casa um velho baú, cheio de lembranças de quem já partiu e faz tanto tempos pros lados do Sul, e o céu tão azul como só se vendo só quando está chovendo é que muda de cor, como o João barreiro, que não é pedreiro, mas faz a morada, a casa de barro pelos moradores é que foi levantada, e aquele moço que se foi pro sul, numa tarde quente de céu tão azul, quando a árvore seca era um  simples cipreste, nunca mais voltou, nem sequer se lembra mais do seu Nordeste. Num lugar assim, assim quase igual, uma árvore seca em volta um curral, o velho puleiro e o céu tão azul, o porco no chiqueiro e a galinha gorda, e a longa espera do moço do Sul. Muda a cor do céu vem a chuva em fim, o milho plantado cheio de pendão ficando maduro, está chegando a hora de ajeitar o baú, tirar a poeira do velho retrato do moço do Sul. O milho secou e a tristeza é medonha, não se fez pamonha, canjica ou angu, para agradar o moço do Sul. Ainda se olha da porta da casa de barro a estrada comprida, pra ver se avista a poeira subindo para o céu azul, ainda há uma esperança que não há de morrer bem antes de nós, daquele menino que se foi pro Sul, possamos ouvir ao menos a voz.

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