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quinta-feira, 21 de agosto de 2014



Mente de Poeta.
J. Norinaldo.


Minha mente sempre desobediente se recusa terminantemente a devolver a quem pertença esta imagem, e tente quem pensa ter coragem demove-la desta decisão, que as Valquírias sobre a paisagem  voarão escolhendo quem deve viver. Os escudos voarão com folhas mortas no outono, Morfeu acordará de um longo sono ao som de espada contra espada e se ouvirá em todo espaço do campo o retinir do aço e os gritos dos escolhidos  a tombar. A espada do poeta é uma pena, o escudo um tinteiro e o campo de batalha é um papel; se não tem isto um graveto e o chão e ele destila ali a inspiração que sua alma inquieta e sonhadora, colheu da sua lavoura, de rosas, jasmins e bem me quer ou margarida, junta a um perfume de mulher e está completa a batalha da vida. Por mais bela que seja a paisagem, por mais colorida a imagem, mas falta a sensibilidade tão antiga, se esmaga um jardim todo florido e se planta um canteiro de urtiga. A minha mente sempre desobediente, acredita que daqui pra frente esta imagem será sua, como a de uma deusa nua que nela vive permanentemente.

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