Translate

sábado, 27 de setembro de 2014



Semente de Si.
J. Norinaldo.


Eu reguei meu pé de nada e mais uma vez nada vi, nada brota sem semente e quem planta nada somente terá só nada de volta. Certo dia desisti não reguei e esqueci aquele meu pé de nada, sem saber que um passarinho deixara cair ali uma semente de rosa; passado o tempo devido, eu vinha despercebido quando me deparei com a flor, rorejada de orvalho como um símbolo de amor. Encontrei um homem velho que podava outras plantas, eram tantas, um verdadeiro jardim. Perguntei-lhe quem plantara toda aquela maravilha, ele disse não saber, mas que alguém tinha lhe dito ter visto alguém a regar, uma roseira tão linda que ali veio brotar, que plantou as  outras flores inclusive a flor de Liz, e que belos colibris cortejam todas manhãs. Sabe agradeço mesmo sem saber quem foi, que por bondade plantou e regou esta roseira que originou meu jardim, ali no pé de jasmim toda manhã faça chuva ou faça sol, vem um lindo rouxinol  e um casal de sabiá; por tudo isto foi tão pouco o que fiz, como ficaria feliz o seu verdadeiro autor. Sai sem dizer mais nada, pois nada tinha a dizer, para  quem planta nada na vida só existe uma receita, não ter nunca uma colheita  para que possa ser feliz, num jardim com a flor de Liz rosas cravos e beija-flores, sabiás e bem te vi, até quem um diz seja a própria semente de si.

Sem comentários: