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sábado, 20 de dezembro de 2014



Livro de Areia.
J. Norinaldo



Eu sou o absurdo mais perfeito, com direito de ser torto e ser feliz, com um bola vermelha  no nariz, e sobras do rei em meus alforjes,  como uma aranha tecendo  sua teia, vou lendo o livro de areia, do grande Jorge Luiz Borges. Eu sou o absurdo mais perfeito, que procura o caminho mais estreito sem sombras no verão ou no outono que me leva tão longe no deserto, e tão perto do fim de quase tudo, como a aranha tecendo sua teia, se cai o meu livro de areia, será ainda  maior o  absurdo.  Borges era cego e não surdo e talvez insano, imagine como  encontrar um livro D’água na imensidão de um oceano.  E o vento que agita as ondas do oceano, também faz tempestades de areia, vira as dunas como as páginas do livro, cada duna é uma página em se leia, um poema do mais louco, que  Jorge Luiz Borges mais odeia, mas carregava em seus  alforjes, um dos seus livros de areia.

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