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quinta-feira, 25 de junho de 2015





A Rede do Mar
.J. Norinaldo



São certas cenas que só poeta vê enquanto o sol careia, veja o pescar diferente, o mar  atirando sua tarrafa na areia; enquanto o pescador atira a sua no mar trazendo de lá seu sustento seu pão,  a rede do mar retorna pesada de poluição. O homem depois que perdeu o respeito pela terra que o alimenta, quer destruir  o mar a que a terra que a terra amamenta, como um recém nascido que amaldiçoa a placenta. E a tarrafa do mar jogada na areia vem cheia de tudo que o homem não quer, nada se aproveita e o pescador devolve a mesma areia na cheia maré. Tão bela e tão limpa espumante a brilhar aos raios da lua é a rede  do mar, que volta pesada cheia de nada, de nada que se possa aproveitar. Quando o navegante bem longe da terra, ver o verdadeiro azul marinho; ao se aproximar de algum continente a cor diferente e até a maresia que a brisa traz, em nada lembra o azul lá distante e o azul brilhante sendo o mesmo mar. Mesmo assim Netuno com coragem e denodo, atira  a tarrafa sobre o lixo e o lodo, em socorro da terra que o sustenta, e que através da chuva em troca a amamenta, tentando limpá-la impotente se suja com a sua rede em forma de uma linda saia, que ao invés de ser  lavada vem lavar a praia. O vomitar do progresso como um rio de lama e lodaçal se derrama na imensidão, o azul marinho vai ficando cada vez mais restrito até que um nem  no horizonte se enxergue a não ser lixo e detrito. De que adianta meu grito num poema discreto; para quem sabe que onde existiram mares, hoje existe deserto.

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