Translate

quinta-feira, 22 de outubro de 2015





O Vinho, o Vento e o Tempo.
J. Norinaldo.


O látego do tempo não tem tempo para desgaste, por mais que a vida se arraste pelo caminho mais longo, largo ou estreito o relho bate sem pena por mais que a morte se afaste. O espelho é o carrasco que mostra cada ferida, em cada ruga fendida na face que já foi lisa, vai riscando e não avisa, mas o espelho revela, a face  que já foi bela e o sonho do paraíso que hoje esconde o sorriso em um semblante  de espantalho. E num retrato amarelo que mostra um tempo distante como um lindo diamante que se transformou em cascalho. Viva a vida intensamente, faça pontes ao invés de muro, olhe muito mais para frente sem esquecer o retrovisor, pois pode   se chocar com o presente e não chegar ao futuro. Enquanto se espera o vinho e a videira floresce e se aguarda a colheita quando a festa  acontece a mão do tempo sobe e desce e o látego não dá sossego este jamais se desgasta só quando a vida diz basta e vem o último aconchego. O tempo nunca deu tempo para se curar as feridas quando as videiras floridas depois que a uva fermenta após a festa a tormenta de mais um tempo passado como uma pluma ao vento,  as marcas do látego do tempo na face que já foi bela, hoje o espelho revela, uma escrita sem sentido; o que foi pintado como esmero por pincel é  hoje riscado a cinzel que é o látego do tempo.

Sem comentários: