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sexta-feira, 16 de outubro de 2015




Que Mansão!
J. Norinaldo.



Hoje eu passei em frente a uma mansão. Linda, realmente de dar inveja, uma inveja construtiva é claro; bem desenhada, ampla com vidros de qualidade, varanda convidativas e um belíssimo jardim. Eu conheci o seu proprietário e faz bem pouco estive em visita a sua nova morada, tão pequena, tão minguada  não singela, baixa em uma ruela que mal dá para se passar. Apenas uma janela e um anjo de cimento; ali não há campainha, pois não tem por quem chamar. Ao chegar a minha casa vi minha mulher se cuidando para abrir o portão se se atolar na lama, olhei e dei um sorriso, não é nenhuma mansão, mas tem uma campainha e alguém sai quando se chama. Todo orgulho da vida se acabará um dia para o rico, para o pobre, para o feio e para o belo, Para o morador do barraco e o senhor do castelo, então para que tanto orgulho se o destino é um só, não seremos nem pedregulho, todo mundo vai ser pó? Uns sob Lages de mármores, outros numa cova rasa, mas ninguém notará diferença se veio de uma mansão ou de uma singela casa. Depois que a cortina se fecha não haverá luz, só treva, a terra que tudo nos dá e a mesma que tudo nos leva. A lama do meu portão me trouxe tanta alegria, ao ver na minha morada singela, os pingos tamborilando nos vidros da minha janela. Como uma poesia que eu faço parte dela.

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