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segunda-feira, 30 de novembro de 2015





INGRATIDÃO.
J. Norinaldo.



Doei-me sem usura e sem ganancia, apenas pelo ato de aceitação, sem soberba ou egoísmo, para ser apenas a tampa do abismo, ser o piso ser o  chão, a ser pisado ou cuspido para quem fez a vida ter sentido pelo amor e a razão. Doou-me pelas simples razão, para evitar a depressão  de um terreno que em fim,  ao invés de abismo se transforme num jardim ou num bosque onde cantem os passarinhos, donde suja aos poucos os caminhos que levem e tragam esperança, onde soem os sorrisos de criança, onde a vida possa brotar do chão, onde antes poderia ser o nada, sem que se saiba que a tampa foi doada, sequer o nome da salvação. Em troca de que me perguntais, quero ser pisado e cuspido, sem nenhuma usura ou ganancia, sem sequer ouvir os sorrisos das crianças e os murmúrios de amor entre os amantes,  tapando o abismo,  que antes como a porta de uma tumba que espreita; apenas para ter a vida a aceita, por quem talvez nem a mereça. Não vês que não falo de mim, mas de alguém que agiu assim e por seu feito, sequer por todos foi aceito e nem seu nome certo eu sei; eu num me doei nem o farei; usarei o quanto puder meu egoísmo, pisarei o cuspirei na tampa do abismo, abusarei da luxúria e da paixão, desdenhando de quem se doou de alma e coração, usarei o seu nobre nome em vão, como quem chuta o cocho em que come, mesmo sem saber seu nome, e sabendo que nada mereço se me perguntam se o agradeço a minha resposta será não. Afinal quem fez tão grande ato, de certo conhecia de fato, o significa... INGRATIDÃO.

domingo, 29 de novembro de 2015




Eu Pintor e a Porteira.
J. Norinaldo.



Na realidade o meu maior sonho realmente foi pintar, deitar na tela toda minha imaginação, infelizmente com o pincel não me acertei, com um cinzel foi bem pior; então tentei uma pena e um poema, usar por tema o que não consegui pintar nem esculpir. Mas eram tantas  as paisagens, as belezas que também não consegui;  mas de tudo isto aprendi uma lição tão importante em minha vida; Um Tela, por mais bela, um poema por mais fino, uma escultura do mais virtuoso escultor, uma canção do mais famoso compositor; mostram, cantam e encantam, mas não explicam por exemplo uma porteira. Isto mesmo, uma porteira. Algo rude que qualquer um sabe fazer, porém entender o seu significado vai além da tela, do poema, da escultura, da partitura e da canção. A porteira é feita para proteger quando fechada, contudo,  quando aberta é o presente, que aberta, libertos vão ao encontro do futuro ou, rastros de ida sem volta o fim de tudo, da vida. Como explicar uma porteira numa tela, por mais bela e criativa, numa escultura que pareça viva, num poema encantador, numa bela cantiga, num vaso de argila onde se desenha a flor de lótus e em outro de porcelana enfeitado com flores de urtiga? Ah! Como eu queria ser pintor e poder pintar a minha maneira, mostrar tudo sobre uma porteira. Isto mesmo, sobre uma simples porteira...

quarta-feira, 25 de novembro de 2015




Só dará o real valor a esta dádiva de sentir no rosto a carícia da brisa da manhã, quem teve por imposição do preconceito que usar máscaras por muitos anos, como o Louco de Khallil Gibran.

J Norinaldo..



Miragens.
J. Norinaldo




Poética paisagem que deslumbra um sonambulo multicor, que desperto é louco e sem sentido e dormindo caminha sonhador, é louco varrido e deslumbrante, brilhante como a chama do amor. Poética passagem por um sonho, que vislumbra a beleza da alquimia, das palavras do poeta, que no caminho sob a chuva, e faz do sonho a boa uva para destilar o doce vinho que combina com a sua poesia. Um poema pode nascer de um pincel, de um cinzel ou de um simples caminhar, no caminho cada curva é uma nuvem, que desenha outro caminho no céu. No deserto ao invés da curva incerta, existem as dunas que  confundem o cenário com as miragens, que são poéticas paisagens de um louco poeta solitário. Nem só de areia e solidão são os desertos, e na vida não há só belas paisagens, na multidão pode haver dunas que confundem o real simplesmente com miragens.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015




LUTAREI SEMPRE
J.Norinaldo

LUTO PELO RIO DOCE ONDE ME BANHEI QUANDO MENINO, LUTO CONTRA O PRECONCEITO QUE SOFRO DESDE MENINO, LUTO PELA DESIGUALDADE, LUTO PELA FELICIDADE PELA PAZ E PELO AMOR, LUTO CONTRA O TERROR E AQUILO QUE O TERROR TRAZ. LUTO PELO MEU PLANETA NÃO SOMENTE COM PALAVRAS, LUTO POR TODAS ESCRAVAS QUE O MUNDO TENTA ESCONDER; POSTAR UMA BELA PAISAGEM, E UMA FAIXA DE LUTO, MAS SEM PENSAR UM MINUTO EM DEIXAR SUA ZONA DE CONFORTO, PARA BRIGAR PELO RIO MORTO E PELOS MORTOS DO DIA A DIA, NÃO PASSA DE FANTASIA, UMA TREMENDA BOBAGEM. VAMOS TODOS DAR AS MÃOS, NEGRAS, BRANCAS, AMARELAS VERMELHAS OU DE QUALQUER COR, QUE AI QUERO VER QUEM SACARÁ AS ARMAS PARA DESTRUIR O AMOR A PAZ E FRATERNIDADE AI SIM A FELICIDADE SERÁ DOCE COMO MEL E O REFLEXO DO CÉU SERÁ MANTIDO NO RIO; QUE AGORA NADA REFLETE A NÃO SER QUE NOS REMETER A ESTA REFLEXÃO; OU PARAMOS AGORA O MONSTRO CHAMADO CAPITALISMO, OU IREMOS TODOS PARA O ABISMO MESMO SEGUNDO CADA UM UMA OUTRA MÃO.



A Besta do Capitalismo.
J. Norinaldo



Enquanto as mandíbulas do gigante mastigam suas carcaças, aproveitem enquanto podem para aplaudir quem causou suas desgraças, ou deixou o mundo livre de vermes sem serventia, cuja subserviência envergonha a humanidade; sem a possibilidade de nenhuma melhoria. Enquanto este gigante destrói matas e mata Rios, os sorrisos e aplausos que ainda causam calafrios em pequena porcentagem na atual conjuntura, que quiçá daqui para frente, o mundo seja lama pura, a pura para quem merece aquela de água e terra que o homem misturou, a outra  do sangue da guerra, da barbárie e do terror; e os aplausos continuam mesmo diante da dor. A disputa por espaço, onde colocar minha Bandeira, antes símbolo tão amado, atual pano desenhado para qualquer brincadeira; cada um pode ter a sua, e pode até ter mulher nua e tudo se chama bandeira. O Deus antes respeitado hoje é vendido e trocado nas esquinas ou nos templos e o livro dos bons exemplos serve como chamariscos, não para pequenos petiscos, mas para grandes banquetes, onde o  ouro dar o tom e se não for ouro bom, será separado  como vaqueiro e ginete. O que o gigante expelir, após a mastigação, e uma boa digestão não é sobra que se chama nada mais é do que a lama, fétida e a podridão restos de parte de uma humanidade que ainda sente saudade de quando era mastigado antes da fera engoli-lo por esquecer o passado que ainda não foi degustado, está fadado a repeti-lo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015




Rio Doce Lama amarga.
J. Norinaldo.



Rio doce Lama amarga, triste carga imoral, como monstro que lentamente se arrasta no lodaçal. Onde está o belo Rio que me banhei em menino, brinquei  num velho vapor afundado em Colatina; para onde foi tua beleza e teu brilho como está a pobre mãe natureza com a morte de mais um filho. Como estarão dormindo os assassinos cruéis que por maços de papéis mataram um rio tão belo, como estará seu castelo, Estará envolvido em luto num silencio logo e frio, sabendo do amargo  fruto do monstro feito de lama, que um dia será sua cama, mas jamais deveria ser de um rio. Onde está o rio Doce onde pesquei a moreia, é difícil ter ideia de como está Colatina, e o que se vê agora da ponde que tantas vezes cruzei para ir a São Silvano, assistindo a morte boiando lentamente sobre a lama venenosa de uma ação criminosa do ser humano pensante que matou o Rio Doce e não por ignorância,  mas por pura ganancia do fatal capitalismo, que levará para o abismo não apenas este rio onde em menino me banhei, mas todo planeta que um dia sonhei, que seria bem melhor, e hoje olho com dó de toda humanidade, que atenta contra si mesmo que mata e destrói a esmo em nome da felicidade. Adeus rio doce Querido eu te conheci com graça, quando cheguei a Colatina, tua ponte ia até o meio da Praça, Adeus querido doce da moreia e do robalo, talvez não te veja mais, pelo menos como eras, talvez como as velhas taperas que o tempo deixou para trás; Meus pêsames humanidade, Brasil e minas Gerais.

domingo, 15 de novembro de 2015




O Mar me emprestou  a primeira letra do Poema.
J. Norinaldo



Escrevi um poema na areia, mas o vento veio e o apagou sem me causar nenhuma mágoa, é bem melhor escrever no mar, pois quando o dedo toca a água a primeira letra lá está,  e é um “O” que aos poucos vai crescendo sem que eu saiba até onde irá. Não haverá problemas se eu quiser falar de  e principalmente de amor flor, de uma mulher ou de uma dor,  ou de uma poesia .Da flor falarei de um Buquê, da mulher me refiro a o harém e da dor falarei sobre o antídoto que alivia, e o poema o mesmo que a poesia,  Assim jamais sofrerei a esmo, não serei um crítico de mim mesmo, nem me considerarei egoísta,  ou ei de ser, por que minha obra não é vista por quem não a mereça ver. Agradeço a imensidão do mar, por ser tão grande e não negar um espaço para que eu possa escrever, e ainda me empresta a letra para iniciar que sempre será  uma só, não adianta tentar o início com um “A” porque sempre começará com a letra “O”. Talvez por o mar  é masculino, mas o “O” também é do Feminino, e no mar tem bem mais “A” do que  “O”, “A” maré, “A” onda e” A” procela, “A” pintura do mar é uma tela, “O” rei Netuno é seu soberano, mas “A” sereia é bem mais bela. “A” noite “As” estrelas e “A” lua, “A” Praia  “A” visão da deusa nua, que se veste com a espuma das marés, “A” brisa que” A” vaga balança e vem quebrar “A” onda mansa da deusa beijar” Os” pés.

sábado, 14 de novembro de 2015




O Templo Visito pelo Para Brisas.
J. Norinaldo



O templo, o tempo e o retrovisor, os que esmolam nas escadas do templo, são o exemplo do fracasso que vingou, os que estendem a mão e doam a Deus, são aqueles a quem Deus ajudou, estarão sempre olhando o para brisas estendendo as mãos nas horas mais precisas cuidando  a quem esmola pelo retrovisor. Para quem esmola e que Deus não ajudou, seu para brisas é o retrovisor, como se o presente não chegasse e o futuro se atrasou; só o passado mesmo triste, é o presente e o futuro que existe, mas as mãos continuam se estendendo ao Senhor. Vez por outra uma moeda é atirada, como uma árvore na beira de uma estrada que é vista pelo retrovisor. Pelo para brisas vejo o templo, que abriga quem ajuda o Senhor, a mão encardida que esmola, é vista pelo retrovisor, o exemplo que não deve entrar no Templo,  por ser o fracassou que vingou, até por falta de cultura, na consegue ler a escritura, mas contra ela não existe terror. O Para brisas significa o hoje e retrovisor significa o amanhã, num vi numa manchete de um Jornal, atentado em nome de Satã, pedirei perdão se for preciso; se alguém me provar de repente, que é verdadeira a História da serpente, de Adão de Eva e a Maçã. Que seja certo  que alguém possa matar seu semelhante por amor, seja este por quem for, tenha o nome que tiver, cada vez menos tenho fé no Para Brisas por isto olho pelo retrovisor. Olhe o para brisa e veja o Templo, o exemplo de imponência e de valor, esqueça-se da escada , e da mão encardida que esmola, esqueça-se da fome que assola, parte do mundo  e estenda a mão para ajudar a quem precisa,  ao Senhor;  que seu lugar no céu está garantido, quiçá não nos encontremos lá, pois já não olho o Para Brisas, prefiro dividir minhas camisas olhando o retrovisor, eu e aqueles da escada, que nada têm para dar ao   seu Senhor

quinta-feira, 12 de novembro de 2015




Covarde Rebeldia.
J. Norinaldo.



O meu único arrependimento, é ter desviado por covardia o vendaval, o medo que me deixou a deriva, a coragem preventiva entre o bem e o mal. De que vale uma vida sem ter rumo, como um fruto sem sumo como uma reta sem curva; um deserto sem  oásis e uma videira sem chuva. O arrependimento sempre vem tarde demais, e o mal  que faz não há antídoto que cure, não existe soro para o veneno injetado não existe vendaval que para sempre dure e sempre tem um barco que sairá do outro lado. A covardia deixa sempre a incerteza, se a beleza da luta não vale a pena, que fica mais lindo numa tela, a maré serena ou  o  lutar contra a procela. Minha rebeldia agora não tem valor, pois se há hora de lutar torci o leme, sem sequer saber qual era o rumo, agora como um fruto sem sumo, um covarde que diante da vida treme. Minha única valentia é a confissão, de ser covarde e mentir para si mesmo, e agora não ter a quem pedir perdão, a não ser apontar para sim mesmo. Viver sonhando com um oceano de miasmas, com barcos fantasmas que vivem a perseguir o meu outro fantasma que acredita ter a alma é viva, mesmo a deriva de um mar que já morreu.

domingo, 8 de novembro de 2015




Uma Taça de vinho e um Balaço Desfeito.
J. Norinaldo.



Uma taça de vinho e um balanço desfeito o retrato perfeito de passado e presente, o saber de escolher  o rosário do vinho, deferente do inocente prazer  do vai e vem contra o vento; a carícia da brisa e a liberdade a leveza que não são eternas, no balanço a inocência, na taça o cuidado ao cruzar as pernas. O calor provocado pelo belo rosário é como se o cenário totalmente invertido,  cada ida do balanço a frente não volta já não se fosse tão inocente, o ponteiro do tempo, não é um balanço; não tem vai e vem só anda para a frente. O Vinho inebria e faz esquecer o balaço, esquecido num canto, já velho e puído, ao desviar os olhos do rosário do vinho, e olhar para um mundo tão grande e sozinho; parece até mesmo do balanço caído, como um gnomo verde e sorridente, o tempo te mostra  o dedo em riste para a frente, como de um conto de fada saído. Uma taça de vinho e um balaço desfeito, o retrato imperfeito que em nada combina; o balanço apenas um inocente brinquedo; a taça de vinho muito ao contrário o elixir preparado para te eximir do medo... Te seduzindo com um belo rosário.

terça-feira, 3 de novembro de 2015




Flores de Mentira. Deres de Verdade.
J. Norinaldo.



Hoje eu prometi não chorar e ninguém me viu chorando, passei o dia escondido no sótão da solidão, com um velho álbum na não e um velho lenço ensopado; prometi, mas não cumpri, pensei ser forte, não sou, pensei mudar não mudei o tempo foi quem mudou. Lembrei-te quando menina, e a brisa da colina encrespavam teus cabelos, lembro quão feliz ao vê-los; não sabes, mas ainda guardo um tufo dos teus cabelos quando já mulher os cortastes, lembro-me quando mostrastes perguntando: estou mais linda? E a resposta foi: muito mais ainda do que possas imaginar. Hoje te vi a sorrir, aquele mesmo sorriso, que me levava ao paraíso que somente eu conhecia, não sabe o que sentia, mas não sabia dizer assim numa poesia o que é felicidade e prazer. Sim eu vi este sorriso e o teu cabelo cacheado, assim como um trigal dourado pelos primeiros raios de sol, vi tua pele rosada, que poderia apenas ser comparada como as cores do arrebol. Vi tudo isto pregado numa pedra branca e fria, as flores que te levei já não tinha mais perfume, te juro senti ciúme de quem estava num velho túmulo ao teu lado. Outro dia eu voltei onde tudo começou, tente correr na colina como se fosses na frente, mas o coração de repente com certeza parou; cai de joelhos e a brisa, a mesma que encrespava teus cabelos, como que inflando uma vela de um velho galeão, clareou minha visão e fez com que o meu coração começasse a bater novamente. Por que será que a vida pode fazer isto com a gente, te mandar partir frente ir à frente e me deixar delirando, desculpa, mas eu  menti, prometendo não chorar e agora estou chorando. Perdoo-me pela tristeza destas minhas últimas poesias, eu te disseque hoje foi um dia triste, mas uma vez é mentira... Tristes são todos meus dias. Desde aquele último beijo, no fim daquele triste cortejo, aquele triste caminho, até hoje sozinho mentindo como ninguém, mas  só tu sabes que naquele dia... Eu  com certeza  ali morria também.

domingo, 1 de novembro de 2015




Meu Presente é o Passado.
J. Norinaldo.



O passado embrulhado em um  papel colorido para  servir de presente de aniversário do futuro  encontra-se em algum sótão esquecido, o papel  amarelecido assim como os convites já sem cor. O aniversariante não vem, perdeu a festa e o presente e jamais saberá quanto anos tem. Só que o passado será sempre bem guardado, pois não se esquece dum presente, cujo papel pode até perder as cores, mas as dores, os amores já vividos serão lembrados como perfume das flores. Não sei por que eu gosto tanto do passado, se por vontade lá eu teria ficado, porém isto não depende do que se quer ou  o que se sente, o presente é o guardião do passado, que como presente ao futuro jamais será entregado. E os convites já com letras desgastadas e quem seriam enviados, e se presentes quais seriam as novidades? Que reação haveria dos convivas, que por certo  presenciariam  o presente ao ser aberto, Ah! Como eu gostaria de estar presente, ao ver a cara do futuro, ao descobrir que logo seria embrulhado em novo papel colorido, para servir de presente a um aniversariante sempre esperado, cujo presente jamais será recebido. Que complicado! Então falamos tanto em futuro, mas na verdade só existem presente e passado. No dia primeiro de janeiro, olho sempre  para tudo, tudo, e nada, nada mesmo foi mudado. Talvez por isto, goste tanto do passado que talvez tenha sido para mim, o único presente desembrulhado, mas recebido.