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sábado, 24 de dezembro de 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Semente Semente.
J. Norinaldo.
Somente a semente nascia, somente por somente um dia e flor e fruto para
sempre, a semente da poesia. O fruto que alimenta a alma, acalma refresca e bem
diz, a flor do jardim mais feliz, que esparge o perfume na terra, que limpa a
sujeira da guerra, salpicando de polem a paz nas cartas que o amor leva e trás, para trás de cada
trincheira. Somente a semente do amor, e a mão de quem a plantou e soltou a
Pomba da Paz, é como o mensageiro que traz, da trincheira alvissara e bem
mais. Semente somente sem flor, é o jardim que ninguém plantou e portanto
ninguém colherá, o perfume não se espalhará, sem jamais escolher fronteiras,
perfumando o chão das trincheiras e perfumando as bandeiras, brancas em forma
de paz. Semente somente nasceu, no Poema que Deus escreveu, no Jardim que mais
floresceu, que é a terra em que você nasceu. Não deixe a semente ser somente
semente, plante e colha poesia, seja feliz e sorria, sem nunca esquecer de
primeiro, agradecer ao Maior Jardineiro, que este Jardim Lhe deu.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Minha Máscara, meu Escudo.
J. Norinaldo.
J. Norinaldo.
Ah! Essa minha máscara de palhaço tem a espessura de uma barricada, onde por detrás dela me escondo e escondo toda minha amargura. Posso te fazer sorrir, feliz jamais, pois não pode ninguém, dividir com alguém aquilo que nunca teve e nem tem. Por que sou palhaço? Quem me escolheu, a vida decerto não fui eu, mas de uma coisa sei, meu sorriso é falso, assim como a lágrima por vezes é apenas a tinta que escorreu. Certa vez em Paris, vendo a felicidade em abraços e sorrisos, olhei para meu chapéu de palhaço no chão e vi alguns pombos a catar migalhas de pão, que alguém atirara com essa intenção e me senti tão alegre por ver em algo tão simples um mar de ilusão. A vida pouco importa o meu sofrimento, por ter que fazer sorrir mas chorando por dentro. A vida importa a minha missão e enquanto gargalhadas entoam, como os pombos que voam, eu cato migalhas no chão. Não fosse essa máscara, que chamo de escudo, de um exército mudo sem orgulho ou brasão, algo que nunca quis, sob o céu de Paris catar migalhas no chão; ah! essa máscara amiga há quem a bem diga, por servir para fazer sorrir...Que triste ilusão.
Oh! Chuva Bem dita!
J. Norinaldo.
Oh! Chuva bem dita que chora na minha vidraça, não pedidndo abrigo, mas chorando comigo por tanta desgraça. Oh! Chuva tão límpida como pingentes de cristais, quando chegas a terra já não és mais; mesmo sendo lama fertilizas seu ventre e suas sementes, sacias a sede dos seres viventes trazendo os frutos que os alimenta. Hh! Chuva que lavas o sangue das chacinas, e as valas na guerra que se chamam tricheiras, oh! Água vendida, que custa a vida de quem não a paga; oh! Chuva bonita além de bem dita que a terra afaga. Oh! chva bem dita que enches os rios e os mares, que enfeita os pomares sem limites ou fronteiras; oh! chuva bem dita que até nos desertos, faz nascer palmeiras cílios dos oásis que sacia a sede do viajante solitário; oh! Chuva bem dita, que do dia para a noite mudas no mundo o cenário. Oh! chuva bem dita, eu penso sozinho, se me dás a uva para fazer o vinho, assim como a vida que existe num mangue, por ainda existe alguém que fala num rio de sangue. Oh! Chuva bem dita ora com lágrimas em minha vidraça; por favor cria em enchente e carrega para longe da terra toda desgraça.
Enquanto meu Barco Rugia.
J. Norinaldo.
Saudades de uma noite tão bela, em que a procela me ensinou o valor de viver, jogando meu barco como uma casca de noz, o trovão era a única voz que parecia ditar a lição, num cenário para muitos atroz, pela manhã a visão do plainar do albatroz, no voo ligeiro da fragata para nós, os retoques da tela da vida, como um quadro verde ainda escrito com a lição recebida. Imaginem quem foi o Comandante mais lembrado, na hora em que o mastro se nivelava as vagas e o barco rugia, assim como uma fera ferida, que enfrentava tudo pela vida, e era naquele momento, que a Ele elevávamos o pensamento; a Ele cuja mão nunca treme, a Ele confiamos o leme, e assim vencemos a procela, e pela manhã retocamos a tela, relembrando o antes, o durante e o após, no lindo voo do albatroz e da fragata comemorando a vida. Salve os homens do mar, que respeitam o Comandante Supremo, que sempre alcançará um remo, na hora em que for preciso remar. O mar assim como o deserto, ora plano ora cheio de subida e descida, onde o barco executa meneios, com as velas como porta seios, guarda os seios que amamentam a vida. Meus respeitos aos homens do mar, não só porque fui um deles um dia, hoje a onda que me alcança, é mansa como uma poesia; mesmo assim olhando para ela, me volta a lembrança a procela, enquanto meu barco rugia.
A foto um trabalho da amiga Valdete Matos de Cachoeirinha PE.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Da minha Janela eu vejo a Lua.
J. Norinaldo.
Da minha janela eu não vejo a tua, mas vejo a Lua como sempre tão bela, ó Lua brilhante, sou teu eterno amante que o sol não me ouça, tão linda e tão terna como uma bola de louça. Sem nenhum preconceito iluminas meu leito e contigo e deito e é contigo que sonho. Oh! Lua tão linda, que iluminavas meus sonhos meninos, tão pequeninos como as estrelas distantes; ó Lua tão bela que te escondes entre as nuvens encobrindo de sombras os beijos de amantes. Oh! Lua que hoje estás bem mais bela parecendo atender o uivo do alfa que vive atrás da minha janela. Oh! Lua que pinta essa terra de prata, e o verde da mata parece um anel, e quem já te viu lá em Alto Mar, com certeza és o hal da entrada do céu. Oh! Lua encantada do eu pequenino, dos sonhos menino que há muito se foram ficando a certeza, que tu és a mesma e não sei tua idade, mas a felicidade se curva a tua beleza. Oh! Lua tão bela que entra pela minha janela, e ilumina meu leito, onde contigo me deito, como num sonho sem fim; e nem reparas em que minha cama não existe cetim. Enquanto te espero sob a minha parreira, parece que vistes algum ninho na Jabuticabeira, Quão linda és Lua, hoje sonho contigo, numa praia comigo, como uma deusa nua.
domingo, 13 de novembro de 2016
Entender para que?
J. Norinaldo.
sábado, 12 de novembro de 2016
Se quiser eu te conto este conto.
J. Norinaldo..
E o Sol se pôs nas curvas dos mares, longe dos olhares onde poucos o viram, e as vagas distantes serenas, que a brisa tona pequenas, cenário que tão poucos assistiram. Eu que reclamo da vida, por perder a viagem sonhada, e reclamo por nada, mas vi tudo isso; as ideias de espetáculo tão lindo sem plateias sempre me levaram a pensar, se veria algo tão belo, como um por do sol sobre o mar, e quem viu sem saber descrever, como alguém que sorri para dentro, se engasgando com tanta beleza e pode morrer. Quando o céu se une ao mar, é lá que o sol se despede do dia num gesto de amor, parecendo um colibri galante cortejando uma flor. E a Lua com seu brilho suave e sereno, faz o mundo parecer tão pequeno o que pensar do eu espectador. E o meu barco se vai entre as ondas, como no mais lindo bailado, como o colibri cortejante e a flor que corresponde ao amado. Nada é mais belo no mundo, do que este por do sol, uma tela pintada pelo Criador, com as cores do Arrebol. Se você nunca viu eu te conto, cada detalhe cada ponte, num poema se poema for, para cortejar a tua atenção, fazendo vibrar o teu coração; como o colibri...Cortejando uma Flor.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
I Dont' Love You.
J. Norinaldo.
Não! Eu não te amo! não quero ouvir lamúrias ou frases ensaiadas, prefiro não ouvir nada, em momentos assim o silêncio diz tanto. Não! Nada de pranto, prefiro mil vezes a voz do vento, ora manso, como o remanso de um rio, sim prefiro o vazio onde só caiba o silêncio que não deve ser preenchido com choros, agouros ou tristes presságios prefiro adágios verdades irônicas, que feridas crônicas que chagas sangrentas eu te peço querida. Desejo que seja contigo, como foi comigo tantas vezes na vida. Prefiro mil vezes o látego que me leva ao fragor da alma partida; mil vezes prefiro a dor sem nenhum lenimento que fingir um momento que te tenho amor. De mim, nenhum fingimento, ou falso arrependimento, por me faltar coragem, e deixar prosseguir um engano, que de loucura chamo, simplesmente pelo temor de negar, ou de te ver chorar por ser mais fácil falar simplesmente: Eu te amo. Ou, porque não foi a primeira coisa que aprendi noutra língua...
domingo, 6 de novembro de 2016
A Trilha da Vida.
J. Norinaldo.
No final da trilha, mesmo que não sinta mais os pés e a minha camisa
xadrez pese como chumbo e veja o caminho se fechar como uma porta, quero
esquecer a dor das chagas, sem mais tempo para chorar, quero ignorar a longa
estrada, mesmo por não poder voltar, olhar as minhas últimas pegadas, sabendo
que o vento as apagará; mas tudo de bom que edifiquei, tudo que na trilha
deixei; o tempo se encarrega de guardar. Se este paragrafo está grande, é que
ainda consigo respirar, ainda ouço uma canção que vem de longe, e as asas de
Condor sempre a plainar, em fim a linha do horizonte, parou de brincar de
esconde, esconde e deixou eu me aproximar. O xadrez da camisa é colorido e os
pés que não sinto sei que existem, para que os pés sem mais caminho? Para que a
vida para eu sozinho? Por que o tamanho do Condor, se me contenta um
passarinho, por que me importar com uma pegada, se na verdade não são nada;
quando fizer parte da poeira do caminho? Ah! Como me sinto bem, ao saber que
não estou sozinho e que piso onde já pisou alguém, e que todos um dia pisarão,
com certeza serve para você também.
domingo, 30 de outubro de 2016
O Deserto e a Solidão.
J. Norinaldo.
Subi ao topo do monte não para buscar solidão, mas sim a calma e o silêncio para sentir que ela pode está comigo, mesmo em plena multidão. O deserto é solitário apenas por ser um só na sua definição, as tempestades de areia são festivais de alegria cada duna é poesia e sua sombra uma bênção, e um oásis protegido é a maior felicidade do viajante perdido; não procure a solidão porque ela está em si, não a quero se a perdi versando sobre alegria, pois quem ama a poesia jamais está solitário, estando errado ou certo, na montanha ou no deserto, constrói com suas miragens a beleza das paisagens e faz o longe ficar perto. A solidão é um fardo que pesa mais que a vida, que por mais que seja sofrida vale a pena ser vivida, sozinho ou na multidão, e acreditar na beleza sem jamais justificar que tenha que dar lugar a tristeza da solidão. A sombra de cada duna é assim como um farol, que orienta você e a tua sombra, quando queima o calor do sol. A Solidão só existe se você a aceitar, quando bate a minha porta, recebo-a com um sorriso e a convido apara comigo cantar.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
A Corrente.
J. Norinaldo.
Entre o Rio e a Montanha há uma corrente de fato, cheiro de terra e de mato entrelaçando um poema que reboca a vida num ato no mais belo teorema. Não só poeta ver a beleza existente, mas por mais que alguém tente essa beleza descrever haverá sempre um vazio e para aquele que nunca a viu fica dificl entender. Entre o Poeta e a vida existe a dor, o prazer e a fantasia e não somente do amor ou da primavera em flor surge uma poesia; entre o poeta e o amor existe uma ponte caída e uma porteira aberta; com versos a ponte conserta e a porteira se fecha somente na hora certa. Entre o céu e o oceano existe uma distancia imensa, que diminue e se tocam sempre que o poeta pensa. Existe uma diferença que no poema vem a tona, a corrente de um rio e aquela que aprisiona, e não existe elo perdido, quando o rio é obstruído como numa poesia, e como o poeta sonha ele contorna a montanha.
domingo, 16 de outubro de 2016
Ao Mestre MÁRIO QUINTANA.
J. Norinaldo.
Eu troco um Poema por um toco de vela num pires encardido,
pareço perdido numa mente insana? Não! Este toco de vela serviu de luz para
Mário Quintana. Meu, sobretudo roto, faltando botões, não testemunha os serões
que fizemos juntos. Por que um poema? Porque nada mais tenho, se vale a pena? É
só ver de onde venho. Venho de muito longe e em minhas andanças, nas minhas
lembranças, ver o Mário é tão frequente em minha mente que assim de repente me
nego a crer que ele veio a escrever sob a luz de um toco de vela. O que? Hoje
um palácio tem o seu nome? Pois nas lagrimas em estado sólido desse toco de
vela, vejo lágrima de uma menina bela, que se jogou das alturas, era o ano
velho segundo Quintana. O que será que lhe trouxe cada ano novo? Depois da luz
desse toco vela o escuro total? Não
pergunto por mal, mas como? Sair de uma pensão qualquer em uma escura e suja
viela para um palácio monumental; teria o Mário fugido em algum poema, do qual
era o tema e ninguém percebeu? Ou o Palácio
só veio depois que morreu? Normal? Ledo engano amigo, o Mário é e sempre será
Imortal! Por que tanta intimidade? Porque penso que também sou poeta e poetas
conhecem a verdade e não se assustam com ela! Agora, vai aceita meu poema por
esse Toco de Vela!
sábado, 15 de outubro de 2016
Fastio.
J. Norinaldo.
O Fastio de Fausto pela vida levou a um pacto com Satã,
transformando o Poema numa lenda, como se numa toalha de renda estivessem espalhadas as máscaras do louco de khalil Gibran. Louco de esperança vã, que deu por falta das Máscaras que a sociedade,
lhe impôs a usar para esconder a felicidade em uma simples brisa da manhã. Mal
dito seja Fausto o faustuoso, pelo seu pacto com Satã e venturoso seja o Louco
de Gibran; bem dita seja a Poesia e quem é feliz por mais um dia, ao acordar
cada manhã. Feliz seja aquele que preenche com seu amor qualquer vazio, e que
feliz seja quem quer ser feliz inclusive Fausto com seu fastio. Seja feliz
enquanto há tempo, seja feliz porque precisa, atire bem longe as suas Máscaras,
lembre-se do Louco de Gibran e que a manhã jamais lhe negará a brisa.
Por Do Sol por sobre o Monte.
J. Norinaldo.
Bem na corcunda do monte, onde o sol se esconde à tarde,
para dar lugar a lua com sua luz maviosa que reflete maravilhosa a luz do sol que ainda arde.
Feliz de mim que te vejo e consigo conter o desejo deste meu peito covarde, a outros olhos suave, assim como a
luz da lua, que esfriam o calor das rochas, como guerreiros sutis invadem o
escuro com tochas, numa guerra sem alarde. Do outro lado do monte surge
novamente o dia, na despedida da lua na mais bela poesia, que devolve o lugar
ao sol e as cores do arrebol banham do mundo de fantasia. Por que feliz porque
vejo porque tem quem não consegue e poucos irão lhe dizer, quão belo é este
momento, para que guardem no pensamento, mesmo que não possam ver. A primavera
é de todos, porém nem todos podem ver
sua beleza lhes restam apenas o perfume, como taças vazias manchadas com seus licores; mas sempre terá alguém que lhes fale
com detalhes sem ciúme da beleza de suas flores. Bem na corcunda do monte
independente do lado em que esteja, tanto o sol quanto a lua, indiferentes a
desejos, sempre vale a pena a espera;
mesmo sem ver tal beleza que o monte exibe em seu cume que o sinta assim como o perfume sem ver as flores
na primavera.
sábado, 8 de outubro de 2016
A Última Porteira antes do Inferno.
J. Norinaldo
Sempre ouvimos e ouviremos falar sobre um inferno de fogo,
escuridão e sofrimento, de cenas horríveis lamento, onde a dor não tem limites.
O que não ouvimos, ou ouvimos muito pouco é que a escuridão nada mais é que
ausência de luz e o fogo representa a primeira que conhecemos depois do sol e
da lua. Portanto, o inferno contado e cantado nada mais é que uma invenção da
mente humana usada para frear alguns impulsos dessa mesma mente, que sem limite
não se sabe o seu poder. Alguns, no entanto provam um tanto deste poder, sem,
entretanto saber que sua mente é quem cria, seu próprio inferno com um só
caminho de ida e o de volta é fantasia. Quando tenta na vida desatar um nó,
buscando a felicidade em pó ao deixar suas pegadas no caminho supracitado.
Nesta estrada existem muitas porteiras, mas há uma principal, é justamente a
final onde se vê que o caminho não era
como um cajado, que no fim tinha uma
curva perfeita apontando o outro lado. Para muitos não há volta, não há como
acordar de um pesadelo, por mais que dê com a cabeça nas pedras, por mais que o
seu sangue manche o caminho; este Ser está sozinho, queimando num fogo sem luz que a
verdadeira morte conduz, ser morto vivo é seu destino. Depressão: Abaixamento
do terreno o que te faz andar mais rápido sem querer, ou até mesmo correr em
direção ao que não quer. Todos nós somos passiveis a tais emoções, só não
podemos recuar ante o calor sufocante que derrete a própria vida antes da
ultima Porteira. Não esqueçamos: se houver Fogo haverá Luz, e que Alguém disse
há muito tempo: “Eu Sou o Único Caminho, ninguém chegara ao Pai senão por Mim”.
Quem lembra o Nome escreve ai.............!
domingo, 25 de setembro de 2016
Solidão.
J. Norinaldo.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
40 anos de Glória e
Saudade.
J. Norinaldo.
J. Norinaldo.
Não! Não é suficiente ser forte, ser grande, Tampouco de aço é
preciso bem mais. É necessário ter na cavidade do peito vibrando o tempo todo
uma Ancora e dois Fuzis, o Brasão do Glorioso Corpo de Fuzileiros Navais para
não cair de emoção com um encontro como este depois de 40 anos na Casa que nos
abrigou. A emoção era quase palpável, nota-se em cada um o disfarce para não
chorar, de volta a São Borja aproveitei a escuridão para liberar as lágrimas represadas
durante este inesquecível encontro. Faltaram irmãos, pois ainda se não formamos
um Grupamento, um Batalhão, um pelotão ou dois sempre dá para formar, pelotões
de amor e saudade dos tempos áureos quando entrávamos pelo Portão a passos
largos bem diferente de hoje, mas que não muda em nada , pois enquanto houver
um Veterano de Pé, sempre haverá este amor ora mostrado. Muito obrigado a todos
pela recepção a que tive direito, e pela sinceridade no abraço e saibam que a
recíproca foi verdadeira; se por acaso não dei a atenção devida a alguns
irmãos, foi porque me senti perdido no meio de pérolas raras, não sabendo ao
certo qual admirar mais; porém meu sentimento estava coberto e alinhado e
uniforme, ou seja, única forma, padrão, igual para todos. Um dia repleto de
felicidade, que ficará na minha mente para sempre, e para sempre é muito tempo.
Adssumus. Que Deus Esteja com Todos.
40 anos de Amor e Saudade.
J. Norinaldo
40 anos completos no próximo
domingo se passaram desde que os Fuzileiros Navais se despediram de Uruguaiana, deixando aqui
uma herança real, além da casa que por muito tempo abrigou não um Quartel, mas
uma verdadeira família que realmente descende da Realeza do Brasil; e mais aqui
deixou seus Veteranos, representantes legais de um legado que jamais Uruguaiana
esquecerá; os Fuzileiros Navais. Uma tropa de Elite que aqui deixou sua marca,
nos rastros dos seus coturnos ou nos seus gritos de guerra em seus garbosos
perfis; nos filhos que daqui levou para conhecerem o mundo, e os devolveu mais
amorosos que nunca com a Pátria em que nasceram. Hoje restam as saudades dos
tempos áureos da vida, daqueles que já partira; daqueles que tem na frente da
sua tumba a Ancora e o Fuzil, brilhantes como o ouro, sabemos que seu tesou foi
defender o Brasil. Hoje em Uruguaiana como o céu está em festa, em cada abraço
amigo, soa um grito conhecido pelo qual sempre nos guiamos: Ad-ssumus. Ou Aqui
Estamos! E assim sempre será, pois ninguém foi Fuzileiro, e sim sempre será.
Poderia muito bem aqui escrever os nomes que me lembro daqueles que já
partiram, hoje não dá, não é dia de chorar, portanto vamos lembra-los como se
aqui estivessem, e acreditem estão; porque Deus é Bom o tempo todo, O tempo
todo Deus é Bom. Servi em outros Grupamentos, dois Batalhões e outra OM, mas
seria inútil negar, que uma verdadeira família conheci neste lugar, bem na
esquina que ia para Vila, ficava minha Seção, nossa querida PXL a mais unida
Estação, aos CNS ai presente um 73/ODU e
aqueles que estão ausente também. Eu compus quiçá uma canção ainda não musicada
que lembro começa assim: “Veteranos Fuzileiros a Pátria sabe onde estamos nosso
Pavilhão tremula ao vento que vem do Mar”. É verdade, se hoje já não vamos a
alto Mar, o Mar vem até a nós através do pensamento, das lembranças de momentos
que jamais serão esquecidos até quando chegar o desembarque final ai veremos
todos esses momentos felizes, não só em Marataízes em Vieques ou coisa assim,
quando novamente irmanados, marcharemos lado a lado cantando um Hino de Glória
e povoando a História de um Brasil tão amado. Tenho guardado comigo ainda uma
lembrança, uma velha e puída camisa que lembra o tempo da elegância que
desfilava nesta cidade, pois além do dever havia a vaidade que também não era
esquecida. Não vamos cantar parabéns, pois hoje lembramos uma partida, como
alguém que se foi e não mais voltou, isto são coisas da vida, porém jamais
será esquecida a Casa por mim a mostrada,
pois aqueles que por ela foram acolhidos vem hoje reconhecidos relembrar o seu
passado. “Grupamento, Agrupamento, que agrupastes tanto amor o tempo vai e o
tempo vem, tu jamais serás tapera, pois estarás para sempre no Coração de Alguém.”
Quando partiste daqui tenho certeza que ninguém comemorou, fui do último
contingente, e sei que muita gente chorou. Queria pedir a todos que estão neste
dia presentes nesse encontro grandioso que na hora do abraço ao invés de um
sejam dois, um dedicado aqueles que com certeza não estarão ai de corpo
presente, mas nunca saíram e nem sairão de vossos corações; tenho a certeza que
cada um sentirá no segundo abraço a presença de todos eles. ADSSUMUS! E que
Deus Esteja convosco e com aqueles a quem amam, hoje e sempre. 40 Anos, e me
parece que foi ontem...
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
O Cheiro das flores.
J. Norinaldo.
Trôpegos, hilários ébrios loucos,
que aos poucos povoam este planeta, sôfregos, sofredores ansiosos; preguiçosos
na arte do saber, buscando no fácil a sapiência sobrepujando simplesmente a
inteligência; como um portal descartado no porvir. Zumbis que a vida não
despreza, mas que não pesa na balança aferida, pois não reza nenhuma prece
preferida, daquele que prega humanidade, vestido de ouro e vaidade e não tem o
céu como limite. E quem zomba da poeira da estrada, cheirando o pó que dela
nasce em forma de folha ou de flor, são os trôpegos, hilários, ébrios loucos,
que aos poucos trocam o mundo real por pesadelos, e que nem o desprezo mais
quer vê-los e a vida lhes dedica o desprezo mais profundo. Depois contam
tristes seus pesadelos, e os transformam em forma de conselhos já sem créditos
ou força no dizer, ou rezar sua prece preferida por ter buscado no falso
prazer, um meio de fugir a própria vida. E no fim um cortejo conformado, segue
aquele que em vida não se amou, portanto não deixa de herança amores, enfeitado
por estranhas flores, diferentes das que em vida cheirou.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Denúncias.
J. Norinaldo.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
O Valor da Beleza.
J. Norinaldo.
Quem valoriza a beleza não necessita de espelho de elogio ou
afago, basta uma sombra ou um lago, ou mesmo um muro coberto de musgo e limo, a
beleza é como arrimo e ancora onde há valor, quem é belo e não se preza,
despreza um dom que a si foi dado que não só o espelho revela; a beleza não se
encontra no monturo e é vista até em um muro, sem brilho e onde até o musgo
pesa.
NEW YORK MY LOVE.
J. Norinaldo
Olhando a imensidão desta bela cidade, tenho a impressão que
a felicidade, é feita de aço e concreto; por certo estou errado, não pode ferro e cimento depois de tudo empedrado virar
sentimento. E esta bela Avenida, onde parece que a vida, passa para depois
virar passado; por certo, eu estou errado. Vejo tantos arranha céu e pontes e
vou deixando a vida me levar, só que a vida me leva hoje bem mais devagar do
que levava antes, às vezes tenho a impressão de estar há muito parado, por isto
mesmo confirmo que só posso está errado. E o Rio que corre manso, ao lado do
imenso mar salgado, enfeitando sua manhã, conserva a mesma doçura, provando-me pouco a pouco, que nada sou além de um louco, como foi o louco de Khalil Gibran; que por coincidência
também viveu aqui na Grande Maçã. Ainda é só um sonho e não realidade, quem
sabe a felicidade, sempre esteve comigo sem eu perceber, que sonhar é o mesmo
que ver sem ser preciso tocar. O mar é o mesmo mar, os rios todos são iguais e
sabemos onde vão parar, meus sonhos seguem sempre para a Grande Maçã; será que
sou o ladrão das Máscaras do Louco de Khalil Gibran? Eu sonho e se Deus quiser,
em breve dentro de alguns dias, escrever para ti umas poesias, bem ali na Times Square!
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Bandeira, Pano e engano.
J. Norinaldo.
Jamais queimarei minha Bandeira, pois teria eterna azia na
alma e uma mente conturbada, que mal me
fez a Pátria Amada a não ser me dar seu chão, para que eu plantasse o trigo e
nunca me faltasse o pão; a Pátria não escolhe os filhos como não escolhemos irmão.
Toda beleza que existe como a mais bela obra de arte e dela eu faço parte e é
claro como em qualquer canto, que você viva ou passe aqui não é um celeiro de
santo, é como a erva daninha que ninguém planta, mas nasce. Queimar a nossa
bandeira diminui o seu valor, falo aqui de quem queimou e não do que foi
queimado, veja quem será lembrado, quem queimou na história não fica rastro,
mas tremulará nos mastros o que vilipendiou. Quando nos mares da vida, longe de
tudo e do lar, feliz ficava ao avistar em outros mastros hasteada, a Bandeira
ora queimada como o lenço de uma mãe ao mundo sendo mostrado. Quem queimou
nossa bandeira, queimou apenas um pano, pois quem é brasileiro e ama este
torrão, nossa Bandeira tremula dentro do seu coração. Por não gostar de alguém
que não gosta de mim também, não queimo
sequer um trapo, não será qualquer farrapo que sério ou por brincadeira ou por
nada, me faça desonrar minha Bandeira Símbolo da minha Pátria Amada!
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Cada Caminho Um Poema.
J. Norinaldo.
O teto deste caminho é a abóbada do universo, e cobrirá mais
caminhos que as estrelas existentes, e mudará vestimentas como uma noiva se diz;
por vezes um manto negro, outras vezes branco como um lápis de giz, olhando para ele oramos pedindo para ser
feliz, acreditando que ali está o Deus que amamos. O caminho leva a Roma todo
mundo sabe disso, é um ditado tão velho ouvido no passadiço, dos primeiros
galeões dos navegantes fenícios. O sol não está presente, pode surgir de
repente não menos belo por isso, um rei não tem compromisso e vem à hora que
quer e logo dá seu lugar a mais brilhante mulher que ornamentará este teto, construído
pelo Maior Arquiteto como o próprio poema diz, olhando para ele oramos implorando
ser feliz. Feliz de quem num caminho assim veja a beleza num todo, e não apenas
capim e lenha para o fogão, e olhe sempre para o chão, e ao invés de felicidade
peça apenas perdão. Embora na alma doa para pedir a quem perdoa com sinceridade
no coração e sem nenhuma hipocrisia devemos olhar para o teto e encarar o
Arquiteto e não olhar para o chão demonstrando covardia.
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Sol, o Maior Voyeur da Vida.
J. Norinaldo
Tímido surge o sol por entre nuvens, como temeroso o Voyeur
se chega à fresta, como a brisa apenas faz tremular a chama de uma vela, como o
pintor que duvida do valor da sua tela; o quão túmidos ficaram os seios da moça
bela, pintada ao sabor do pensamento passageiro; o mesmo vento que carrega para
longe as nuvens, deixando o sol se apresentar por inteiro, apagar a vela, mas
não a festa, e o Voyeur finalmente em sua fresta decepcionado com a visão de um
celeiro. Diferente do Sol sempre presente, podendo até não ser visto como o
vento, que apaga a chama da vela e ao emproar outras deixa atrás de si a
procela; ou do pintor que duvida do valor da sua tela; a vida pode para uns,
ser muito triste e para outros muito bela. O sol estará sempre presente,
doravante como as vela que ajudam a navegar emproadas como os seios túmidos da
moça bela, ou o farol que orienta o navegante. O Sol é um só indiferente, se entre
a vida, o pintor e o voyeur há diferença, se o navegante necessita sua
presença, tímido ou exposto totalmente. Tenho dúvidas, quanto a tela preferida,
a poesia ou outra coisa querida, mas maior de todas as minhas dúvidas...Seria o
Sol o maior Voyeur da vida?
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Parabéns Rafaela.
J. Norinaldo
Rafaela Silva, Silva Simples sem E Silva, oriunda da Cidade
Deus onde o Silva predomina entre os seus, onde o deus nada lá tem de sublime,
e quem olha de longe só ver crime; Rafaela hoje nos redime e leva a quem tem
sentimento ao choro, como há muito não se viu na conquista do primeiro ouro do
Brasil; és hoje Rafaela nossa Diva, com a tua simplicidade de Silva e uma medalha
de ouro no peito e um feito que a história do país não esquecerá; e teu exemplo
retumbará em outras cidades diferentes da tua, pois existem muitos talentos na
rua, onde o último a dormir... Apaga a lua. Rafaela, a notícia se espalha pelo
mundo inteiro; que o brilho dos teus
olhos e da tua medalha, é o maior orgulho do povo brasileiro. O lugar mais alto
do pódio e o choro e os aplausos são só teus, e meus também, parabéns a cidade
de Deus, parabéns a tantos Silvas que este nosso Brasil tem.
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
O Mar, o Vento e o Meu
Pensamento.
J. Norinaldo
Quando as palmeiras se curvam
como a reverenciar o vento me volta neste momento o grandioso oceano onde eu
dia singrei e continuo singrando mesmo que em pensamento. Nas noites negras
soturnas nas minhas rondas noturnas nos
sonhos longes e perto lá no porto de partida, como se estivesse num oásis no
maior deserto da vida. Quando a onda chega à praia como um vestido de noiva
feliz pelo casamento, e as palmeiras eretas balançadas pelo vento cantam uma
linda canção que repercute na areia, para velhos marinheiros era o canto da
sereia. Ah! Que saudade que sinto às vezes quem chora e não mente, quando
sentia saudades do continente tão longe de onde estava, de onde me embalava com
o vento que ora curva as palmeiras como se fossem as bandeiras que enfeitavam
meu navio, mensagens que poucos entendiam não importam o que diziam, não eram
escritas ao leu, pois eram lidas do céu e isto a gente sabia. Por isto a
confiança quando surgia a procela e estufava nossa vela como os seios de uma
musa, a correria confusa para salvar o
navio, e honrar nossas bandeiras fazendo calor ou frio sem importar o momento
era sempre o mesmo vento que que ora curvam as palmeira. Sinto saudades, dos
golfinhos das baleias e do canto das sereias que existiam em meu pensar; sinto
saudades de tudo, sinto saudades do mar e da escondida talude, ah! E da minha
juventude que ousava enfrentar o vento que enfrentam as palmeiras, são saudades
verdadeiras como verdadeiro é o vento, ligeiro sei é verdade, mas para minha
felicidade menos que meu pensamento.
domingo, 24 de julho de 2016
Os Feios e os Loucos Também Amam.
J. Norinaldo.
Ele era extremamente feio, mas
tinha muitas canetas, e rabiscava o tempo todo até que algo surgia, ele sempre
dedicava a Sofia qualquer figura que
sobre o papel nascia; não sabia desenhar, mas seu esforço valia, valia a pena
sonhar que era um quadro tão belo e tão raro, que se tornaria tão caro, que
ninguém o compraria. Mas ele era muito feio e isto não mudaria, o que pensava Sofia
ele também não sabia; aliás, sabia pouco além de suas rasuras, além das suas
figuras, mas que muito lhes dizia; justamente porque, eram dedicadas a Sofia.
Até que um dia suas canetas sumiram em, uma linda manhã, e diferente do louco
de Khalil Gibran, o homem feio enlouqueceu; e com as unhas a parede corroeu,
fazendo rabiscos com seu sangue que escorria, sorriu e dedicou a Sofia a mulher
que tanto amava, mas que não a conhecia. Pobre homem feio e louco e se tudo
isto fosse pouco a maldade para saciar sua sede e aumentar os seus medos,
devolveu-lhe as canetas, porém o homem feio e ora louco já não tinha mais os
dedos, mas por ser louco não sofria seus dedos ficaram na parede como a pintura
de um mestre, ou algo rude rupestre em homenagem a Sofia; e o mais louco em
tudo isto...Ele nem a conhecia.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Eu Te Entendo Meu amigo.
J. Norinaldo
Eu não posso te prometer o que me pedes em nome da
humanidade, não precisas me dizer que não fazes mal a ninguém; tantas histórias
de bondade têm ouvido que até dispenso essa tua ladainha. Só posso falar em meu
nome, sou quase tão pequeno quanto és, quiçá não valha a metade do que vales, e
nem sirva para lamber os teus pés. Sei que o que pedes é tão pouco, num mundo
louco onde o ódio ditas as leis; tuas bondades invejam e queriam ter, por mais
forte e mais potente, atacas apenas para te defender. Sei que lambes as feridas
de quem segues, sem orgulho, soberba ou fingimento, também sei que não ligas
para raça e que o amor é teu único sentimento. Lamento tanto pela minha
covardia, de não lutar para que não te façam mal; como dizer para toda
humanidade, que cada um de nós é um animal. Sinto-me forte quando estás nos
braços, na certeza de que não corres perigo; sei que não finges s vês em mim um
grande amigo; Deus existe e ele tem que está aqui, toda vez que um ser insano
sem motivo te ferir. Eu ouvi tudo que me pedes, lamento tanto não poder nada
fazer, ou fazer tão pouco, tão pouco por
você.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Que Saudade do Mar.
J. Norinaldo
Não me faltam pedaços, mas me
sobram lacunas como velhas escunas jogadas num matagal; quem nasceu para
navegar deveria no fim afundar e embalar seus destroços, como prêmio por todos
os esforços, feridas em pedras, mazelas, retratadas em coloridas telas por quem
nunca navegou. Triste servir como lenha a aquecer a quem venha de frio sofrer,
a mão que ora treme antes firme no leme e o olhar no horizonte e um vinco na
fronte na incerteza do mar. Não faltam arestas, mas me sobram frestas na alma
que se finge calma e em fim conformada em ser nada depois de ser tanto, e
aguardar a morte depois de ser forte e desdenhar do pranto. Não me falta um
abraço, mesmo que falso e interesseiro, não me faltam amigos e nem os conselhos
do meu travesseiro; o que será que me falta que sinto e não sei, ou talvez
saiba, mas prefira esquecer por um pouco de paz; o que já tive tanto e que se
foi com o vento exatamente o tempo que não tenho mais. E o que resta de tempo,
antes tão lento, hoje ligeiro demais e
por mais que tento com meus passos curtos estou sempre para trás. Só quem já
navegou e se viu longe do mundo, apenas céu e mar, pode imaginar e se colocar
no lugar de uma escuna, jogada no mato sem água por perto para se balançar, ou
ouvir o estalar da sua madeira em uma fogueira sem nenhum ritual ou algum
sentimento e as cinzas ao vento que antes emproava o velame e enfrentava a
procela; hoje apenas chamas, que rasgam na noite lacunas e fendas como
escarlates escamas de um dragão das lendas.
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Como Seria seu Rosto?
J. Norinaldo.
Nossa! Parece que foi ontem quando eu ainda sabia sorrir,
quando ainda sonhava com aquela linda menina; tão meiga, ainda lembro o prazer
em vê-la de longe, mas vê-la eu ainda sabia sorrir, não para ela, mas pensando
nela que na verdade nunca pensou em mim; mas eu tinha o prazer de sonhar e
acreditava nos meus sonhos; quiçá se juntos ficássemos não seriamos felizes,
mas ela não me quis, nunca o disse por que eu também nunca perguntei; claro
sabia a resposta de cor, e o pior sempre preferi a dúvida, por menor que fosse
havia, pelo menos na minha cabeça e eu sorria. Hoje ninguém me vê sorrindo por
que não sei sorrir, a menina que existia não existe mais eu ainda existo, mas
sem saber para que; por que você foi morrer e por que fui esquecer suas
feições; lembro-me de tantas coisas que antes de te conhecer aconteceram e não
se foram com o tempo, mas seus rostos não consigo me lembrar; talvez seja
melhor assim, imagine que hoje já não fosses tão bela para mim, conheci tantas
mulheres, tantas meninas e se você estivesse aqui, será que eu voltaria a
sorrir? Será? É parece que foi ontem, mas não foi, faz muito que para mim
apenas o tempo conta e quando me dou conta o tempo já passou. Vivo tentando
lembrar suas feições sem saber por que, será que o direito de sonhar é um
privilégio ou para muitos não passa de um castigo, comigo tem sido assim.
Sonhar, viver de sonhos, uma vida inteira como vivi e bem antes do meio do
caminho parou de sorrir. Hoje, um olhar distante, perdido entre o nunca e o
nada, buscando em cada tela, o rosto dela e para que? Para sofrer, mais, bem
mais do que já sofri, desde que esqueci as suas feições e nunca mais sorri. Não
invejo quem sorri, não sei mentir, não invejo quem não precisa buscar num
passado distante, um rosto, um semblante que o tempo fez esquecer; quem sabe
por compaixão, o tempo não deixe hoje que me lembre sua feição; por isto choro
e não minto, ela é para mim como o
vento, eu não o vejo, mas o sinto. Sabe, uma noite, sonhei e vi teu rosto,
refletido num vinho derramado sobre uma toalha púrpura como um belo por do sol,
mas como ondas de um mar de aflições, eu não conseguia distinguir tuas feições;
acordei e mais uma vez chorei, já que a muito já não é mais sorrir.
quinta-feira, 30 de junho de 2016
O Meu Paraíso.
J. Norinaldo.
Feche os olhos por um instante, tente esquecer tudo que
existe, aproveite o negror da escuridão e escreva com letras de luz, tudo que
você deseja que existisse, desenhe o mundo
no qual você sempre sonha viver. Abra os olhos
e procure ver, que este mundo existe é só você querer, acredite nisto e
simplesmente vá viver. Entenda que a dor é necessária e que as estrelas estão
onde sempre estiveram, mas a noite existe não somente para que possamos vê-las
e não tenha medo da escuridão, pois sem ela a noite não seria bela como uma
deusa nua, e não sobressaiam dela a beleza das estrelas e da lua. Feche os
olhos e tente novamente; não desista nunca deste sonho lindo, pois o Paraíso
somos nós que fazemos; muitas vezes em sonho quando adormecemos, quando
desperto nos decepcionamos, quando abrimos os olhos e não vemos, o que em sonho
vimos porque não sabemos que há diferença entre enxergar e ver; evite ficar
muito tempo de olhos fechados, se não sabe o mundo que realmente quer, se não ver
beleza em torno de si, ao menos saiba
que a única certeza que se tem na vida, é que um dia se fecharão para nunca
mais se abrir.
domingo, 26 de junho de 2016
Quando o Covarde se Agiganta.
J. Norinaldo
Como espectros finais de uma
hecatombe, que se arrastam putrefatos e acéfalos, contentando-se cm o direito
de arrastar-se, como um ser nauseabundo,
divulgando as noticias dos rodapés do jornal mais vagabundo; sem nenhuma
condição de emitir algum conceito mesmo entre si, pois a elite do mundo apenas
patrocina para ri de tal panfleto. Com direito a revolta e a um pão, leva
qualquer bandeira na mão e grita o que o patrão mandar; sem, no entanto poder
dele se aproximar nunca ao seu lado, nem mesmo para ser pisado, se não for para
gritar não terá voz, pois o covarde tem que ser pisoteado e ainda mostrar as
gengivas ao algoz. Oh! Deus da covardia que aos gritos deixava tantos ao meu
lado aflitos, conseguindo plantar em suas mentes, seu gritos afundaram tanto as
sementes, que em fim vingaram e são colhidas, de árvores podres e sem vidas,
ideias retrógradas e carcomidas seus gritos e palavras por mim também foram
ouvidas, mas jamais lhes dei algum valor, como fizeram as tais almas aflitas que hoje pensam que pagam como
um grande favor. Não nasci para estribo ou pedal, jamais usarei freio ou buçal;
enquanto vida tiver lutarei por liberdade, mesmo que com isto favoreça algum
covarde; se já não tenho mais força para o fuzil; nem por isto hoje sairei de cena, preciso somente de papel e uma
pena para defender o meu Brasil.
Remendos da Alma
J. Norinaldo
Hoje eu sinto saudades do tempo que era inocente e
acreditava em tudo porque não sabia nada;
quando dormia em jejum e sonhava com comida, hoje quiçá saiba menos, mas
adquiri um defeito o de me achar com direito talvez de não ter nenhum. Hoje eu
sinto saudades e me lamento a esmo, sem saber que é loucura ter saudades de mim
mesmo; talvez me digam sorrindo que sou o que sempre fui e eu finja que
acredito até por conveniência, isto nada tem de inocência e nem de sabedoria, a
saudade não é nada, é como a madrugada que se acaba com o dia. Mas tenho uma
certeza já não sou mais o que era, e não culpo a natureza, já fui uma fortaleza
e hoje sou uma tapera. Isto acontece com todos, pois o caminho é um só, pois o
final é o mesmo e o destino é o pó. Mas se a saudade não é nada, apenas uma
madrugada que se acaba com o dia; por que a sinto tão forte estando o sol a
pino, sempre que vejo um menino mesmo triste e maltrapilho; ouço o apito e vejo
o trilho de um trem quem vem do passado que o velho não esqueceu; este menino
sou eu bem vestido hoje me vendo levando uma vida calma, mas que não cabe mais
remendo nas vestes da minha alma. Não sei por que é fui crescer, coisa que
tanto queira, se pudesse eu voltaria, seguindo o trilho do trem, que é o que
hoje é saudade também, mas de repente como uma luz que na velha mente se
acende, e como se no velho trilho na carreira, lembrando Ascênio Ferreira
diferente ao poetar: “Vou Danado Pra Catende, vou Danado pra Catende”...Sem
vontade de chegar.
Meu Mundo Sonhado é Uma Camisa de Força.
J. Norinaldo.
Eu quero um mundo onde os caminhos se encontrem, e os homens
se abracem por cultura, que não exista caçada numa Olimpíada de uma onça a ser
só fotografada. Eu quero um mundo onde existam muitas Jumas, e que as jubas
jamais servirão de tochas, ou jumas de garotas propaganda, eu quero um mundo
que eu saiba quem nele manda e que não é nenhum tirano ou impostor; eu quero um
mundo onde os caminhos se encontrem e os homens neles encontrem somente amor.
Eu não posso querer a Juma de volta, mas me revolta tira-la do seu habitat e
lhe dar nome e status de rainha, mostra-la ao mundo numa pose de princesa, e
logo depois uma carniça de tristeza. Eu quero um mundo com uma olímpiada
cultural, juntamente com a que existe normal, que o que se acrescente seja
amor, amizade e mais nada; que não seja acrescida de Tourada para satisfação de
parte de uma humanidade sádica, que está levando a terra à condição trágica do
abismo como última solução. Vamos deixar
os Leões e Onças onde estão, já que não temos a mínima condição de tomar
conta da própria humanidade, deixemos que a Natureza seu verdadeiro papel
assuma, para depois não tentarmos justificar; que não deixamos um ser faminto
caçar para matar a fome em suma, mas exibimos ao mundo a Morte Cruel da Juma.
Eu quero um mundo onde todo homem em fim me ouça, na verdade o que eu quero
mesmo... É uma Camisa de Força.
domingo, 19 de junho de 2016
Se eu te Dissesse.
J. Norinaldo.
Se eu te dissesse assim de uma só vez, como uma cascata de
palavras, claras puras cristalinas tudo que sinto por você, assim de repente,
saberias o que me responder? Se eu te dissesse o quanto tenho sofrido, o quando
tenho morrido mesmo parecendo viver, que já não choro escondido com mede de
alguém me ver; tudo isto de repente, saberias o que me responder? Se eu te
dissesse o porquê que ainda não te disse, quiçá você até risse, pois é medo de
te perder. Eu sei e você sabe também, ninguém perde o que não tem, mas eu
prefiro não saber. Se eu te dissesse que no recôndito do meu ser, eu sonho
ainda te ter nos meus braços a me dizer nem que seja por instantes, por que não
me dissestes antes, antes da gente envelhecer. Se eu te dissesse que o poema
que fiz pensando em te ofertar, eu já não sei onde está e sequer o decorei, que
já me esqueci de quantos jardins plantei, que com lágrimas reguei e para
ninguém eu dei por eram para ti. E se eu te dissesse que o que sinto por você,
e se me deres uma chance não sei mais o que dizer? Vez por outra, muita coisa
da minha mente simplesmente some, outro dia quase morri de susto ao esquecer o
Teu Nome...
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Como dizer que te Amo se você não me Ajudar?
J. Norinaldo
Eu não preciso nem pensar, para
responder que sim, sei que respondo por mim, mas não vou me demorar, medo que
mude de ideia, espero que não vá mudar. Meu sim é definitivo e jamais haverá
motivo para te decepcionar. Podemos comemorar, mesmo com o sol escondido, deve
estar arrependido por não assistir esta cena, ia ver que vale a pena dizer sim
ao invés de não, um sim cheio de paixão e vontade de amar, de correr e de
gritar para o mundo todo ouvir, ô mundo eu estou aqui, sempre aqui no meu
cantinho, de novo falando sozinho, sem ninguém para me ouvir. Hoje a vi
novamente em frente ao seu jardim, mas parecia um jasmim com sua pele rosada, passei
sem lhe dizer nada e nem sei se olhou para mim; senti seu perfume no vento que
perfumou meu sofrimento que me trouxe até aqui.
Imaginei-a corando ao me perguntar de repente como será que se sente
alguém ao dizer que ama? Como eu iria responder uma pergunta assim, se só
consigo dizer quando está longe de mim? E aqui no meu cantinho nem parece que
estou falando sozinho, mas se ela me perguntar, se a amo, não precisarei
pensar, de tanto que tenho ensaiado nada pode dar errado quando eu responder
que sim; como acabo de fazer, pena que ela não vai saber, pois estou falando
para mim.
Plágio além de crime é Triste.
J. Norinaldo
Devagar e divagando divulgando o
que puder, parafraseando o que entendo e errando o que não souber, navegando
onde enquanto livre e oceano houver, guiando-me pelas estres enquanto meus
olhos possam ver, me escondendo da artrite para que com os dedos digite o que
desejo escrever. Com a desculpa do inconsciente plagiando sem patente algo que
já se escreveu; levando com ironia, algo que meu bisavô já dizia nada se faz
tudo aqui se copia. Mas não há cópia sem arquétipo, portanto houve alguém que
fez, ou tudo é cópia de que se não houve a primeira vez? Não me eximo de culpa
de divulgar divagando, devagar quase parando algo que encontrei feito, aparei
alguma aresta, tapei fresta dei um jeito, com uvas desgarradas, fui
juntando fiz um cacho feliz assinei
embaixo o que importa é o elogio, mas depois um calafrio que atordoa e
atormenta como a tormenta e o frio, a consciência é severa e sabe que de vera,
nada surge do vazio. Por isto a simplicidade é meu modo de viver, assim com como de escrever, apesar de não ser
simples esse tal jeito de ser, mas tem uma grande vantagem para quem souber
usar; é bem mais simples aprender do que
o dever ensinar.
sábado, 11 de junho de 2016
Apagando o Quadro Negro: Até um Dia Mestra.
J. Norinaldo.
A cada passo uma marca, em cada pegada uma certeza que é a única sabida, chegar ao final da estrada e nela o final da vida. Às vezes a estrada é longa e alegre ao ser percorrida, se chega ao fim sem cair, outras vezes em cada curva uma caída. O importante é viver sem pensar quando chegar, cair e se levantar, ajudar alguém caído sem pensar ser socorrido sempre que precisar, aprender se levantar enquanto forças tiver, procurar ficar de pé como um Ipê no outono, sem folhas, flores ou fruto até o derradeiro sono. No caminho não esquecer jamais de colher o fruto necessário sabendo que alguém vem atrás, não beber água demais e verificar sempre se existe mais por perto, pois alguém que vem atrás pode bem vir do deserto. A vida é a professora que ainda usa o castigo ao aluno não aplicado, mas também é uma orquestra, regida pela batuta do tempo, tendo como músico o vento, que alivia o sofrimento de quem na estrada cai e lhe ilumina o pensamento a recorrer a um Pai, Onipotente e Eterno que seja outono ou inverno não nos esquece jamais. Há pouco fui avisado que alguém por mim amado chegou ao fim do caminho, última curva da vida, mas que jamais será esquecida pelas pegadas profundas que deixou pelas estradas das belas coisas oriundas beneficamente ensinadas. E que são e sempre serão replantadas, regadas vigarão, como o Ipê no inverno, seu saber será eterno como o caminho que fica, como cada árvore que frutifica e alimenta o caminhante que busca o fim da estrada, pois caminhando ou parada a vida segue em frente, ninguém ficará para semente pois é isto que se aprende, quando ainda nem se entende... Que nada é para sempre.
Minha Primeira Professora, meu primeiro Amor.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
A Minha Primeira Professorinha, com Carinho e Saudade.
J. Norinaldo
Esqueci-me de muitas coisas que
por este mundo vivi, se me perguntam quem sou, eu não sei já esqueci; a
primeira namorada quem diria já não lembro, o nome do primeiro amigo, ou do
primeiro desvio, nem mesmo sei o prefixo do meu primeiro navio. Esqueci meus
guardas chuva, quantos parreirais já vi,
não lembro as marcas dos vinhos que pelos portos bebi, não lembro todos os
portos que pelo mundo conheci; mas existem coisas na vida que por não haver
sucessoras, uma é a própria vida, a maior das professoras, outra é Cachoeirinha
e entre elas D. Joaninha, aquela que há muito tempo, segurou a minha mão para
me tirar da escuridão da tenebrosa ignorância; e me falar pela primeira vez no
valor da importância. Hoje o céu foi
enfeitado com bandeirinhas e balão, para receber D. Joaninha, não com um cetro
de Rainha, mas com um lápis e um giz na mão. Agradeço-te o que sei hoje e o que
pude transmitir, dedico-te Professora tudo de bom que na vida escrevi; se
esqueci a namorada, isto não quer dizer nada, seria sim ingratidão, esquecer a precursora
a primeira professora que me livrou da escuridão. Sempre me lembrarei de ti
enquanto vida eu tiver e esteja onde estiver da mente jamais me sai, e sempre agradeço ao Pai por esta
lembrança minha, aquela vila encantada e a primeira Professorinha. Primeiro me
destes a luz e depois de deste o Pão, quando me estendestes a mão ali no Alto
da Cruz numa Escolinha Rural, hoje eu rogo a Jesus que Te Receba no Céu como uma
bela guarda de honra sendo Ele o General. Por tudo que eu te devo, por me mostrar
o caminho, que depois segui sozinho, mas sempre olhando para trás, e pensando
que jamais seria o pouco que hoje sou, pode ser pouco para muitos, mas mesmo
eles todos juntos não troco por teu Amor. Adeus Minha Professora, Adeus Minha
Protetora e por que não Adeus Meu amor,
Adeus minha primeira professorinha, Adeus querida Princesa que hoje faz com que
uma nuvem de tristeza paire sobre Cachoeirinha. Não sei se fui bom aluno, isto
também já não lembro, nem quantos Sete de Setembro contigo eu desfilei, mas te
Juro Professorinha, que ainda me lembro de desfiles até internacionais, sem com
certeza jamais...Esquecer de ti e da Nossa Cachoeirinha.
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