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sábado, 19 de março de 2016




Diamantes Mandarins.
J. Norinaldo.



Num mural bem maior que o Universo, em sonhos eu vejo, os retratos bem visíveis, todos quietos como velhos num asilo, daqueles que partiram e reconheço entre milhões as vezes um entre multidões assim como uma estrela no céu pelo seu brilho. Todos um dia serão partes integrantes, deste acervo onde não há seleção, a posição é por ordem de chegada e não há nada que separe os mais brilhantes. Alguns chegaram quando ainda não se contava o tempo, se calculava as ovelhas por montantes, e não pensem que por isto se apagaram, alguns deles continuam mais brilhantes. Este mural não é o livro da vida, mas na verdade o que fizemos dela, muitos chegaram trazendo alguns rabiscos, alguns gravetos como o jogo da velha, e alguns apenas com pequenos asteriscos, aqui foram considerados autores de lindas telas. Este mural diz o que fomos na vida, o que deixamos de história a ser contada, alguns tem livros a serem erguidos por guindastes, mas só volume de conteúdo nada, outros que aparentam velhos trastes como ponta de cigarro aceso; e não há guindaste que consiga erguer lhe o peso. Não é a beleza do Teatro que diz o valor da peça que te encanta, nem a maciez da poltrona em que se senta, nem a elegância dos que estão nos camarins tão elegantes, mas sim quiçá aquele que a escreveu, baseada no canto dos diamantes mandarins.

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