Sal e Perfume, Dor e Ciúme.
J. Norinaldo.
Com o sal das minhas lágrimas foi
temperado o banquete, no salão do palacete onde celebrastes as núpcias com o
teu príncipe encantado, e mesmo tão magoado, quase em lágrimas afogado uma
dúvida me desespera, se me deixastes realmente por amor ou por o este palacete
ao lembrar que nossas núpcias quiçá houvesse sal, imagine o tal banquete numa
humilde tapera. Vivo sofrendo calado sem te desejar o mal e sem te cobrar o sal
que temperou teu banquete, não te maldigo ou te julgo e tampouco é por bondade,
mas por na realidade até na infelicidade sou considerado refugo. Se fores
feliz, que assim seja até o fim, quanto a mim, só essa dúvida me dói, meu
triste viver destrói essa tristeza abismal; pois, se não foi por amor que me
deixastes por outro, seria como leque feito com penas de faisão real, para
abanar um tirano senhor do reino do mal. Não sei se ainda lembras de mim, em
fim quando um dia isto acontecer, não esquece de pensar que por ti vivo a
sofrer e guardes bem o motivo, de um ser que vive a agradecer, apenas por estar vivo, e meus
gemidos de dores são a única melodia, que minha alma conhece e o meu coração
padece a falta de poesia; Não sei dizer se isto é ciúme, mas ainda sinto o perfume das flores
do buquê que levavas nas mãos naquele dia.
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